TEMPORAL.

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O fruto
seco levita
sobre o vento

mais uma vez,
aquele que há muito caiu das árvores,
ouve o rugir do céu que eletriza a tristeza.

E o vento forte levita-me.

O tempo não curou as feridas,
O tempo não reverteu as escolhas.

O temporal,
afaga a alma cansada,
levita-me em seus braços,
e relâmpagos orquestram
a fúria silenciosa.

O som e a fúria,

desgrenha os meus cabelos,
e grita mais alto do que eu
jamais poderia gritar.

A chuva lava a alma
e o vento empurra o corpo cansado,
em um gargalhar de céu boquiaberto,
que festeja engolindo melancolia.

O temporal,
me incita ao festejo.

O temporal
me incita a dança.

Mas o temporal que sou,
não sabe dançar.

Poesia: Medusa.Onde histórias criam vida. Descubra agora