capítulo 9- Maldito vestido

322 22 0
                                    

É uma loja de segunda mão que tem como principal venda roupa. A loja é compartilhada com uma zona de tatuagens vidrada.

Começo nos cabides mais pertos primeiro, e depois vou seguindo até ao fim, mexo e remexo e encontro algumas peças interessantes. Uma mini saia de ganga, uns quantos tops e 2 vestidos, ambos justos e pretos.

Já é demasiada coisa para carregar nas mãos por isso vou buscar um saco à caixa, mas os sacos estão presos e não os consigo tirar.

O kai entra pela porta a dentro, pega nuns saltos pretos que eu ainda não tinha visto e vai para a frente da caixa:

-Quero levar estes.- eu fico espantada a olhar para eles- vá para hoje que tenho de ir almoçar com uma miúda gira e os seus amiguinhos estúpidos.

- tem cartão da loja?- entro no jogo dele

- Não mas também não quero ter

- credito ou debito?- pergunto

- Nenhum deles, vou pagar em beijos.

-A política da loja não aceita isso, lamento - digo ao encolher os ombros

- pois mas a política da loja que vá à merda- vai para dentro da caixa

- se não se acalmar eu vou chamar ter de chamar o segurança- digo dando um passo para trás

- eles que venham- faz aquele maldito sorriso e da um passo em frente fazendo com que fiquemos frente a frente.

-está calor aqui ou será só de mim?-abano as pontas do cabelo - tira-me daí um saco que isso está preso com alguma coisa e eu não consigo tirar.

Ele faz força e arranca os sacos dali, atira uns quantos para o chão juntamente com umas chaves pesadas.

Eu baixo-me e pego nas chaves mas ele tira-mas da mão antes de eu dar por isso e começa a percorrer a loja com o olhar à procura de uma fechadura. Até se dar conta da zona de tatuagens.

-Bingo- dá-me a mão e leva-me para lá.

- o que é que estás a fazer?- digo vendo-o a abrir a porta.

-sabes desenhar?- entra e senta-se na cadeira-eu sempre quis uma tatuagem.

- kai eu não te vou fazer uma tatuagem, anda-te embora que eu ainda tenho de passar em outras lojas- ele puxa-me rapidamente para o colo dele, exatamente para o sítio onde não devia estar.

Revista um caderno com desenhos de tatuagens, ao mesmo tempo que mete o braço à volta da minha cintura e aponta para uma- Eu quero esta!

- um coraçãozinho com uma flecha espetada? A sério kai? E a seguir vais fazer o quê uma borboleta?

- sim, porque não? Fazes-me?- pergunta ao encarar-me

-Sabes que se ficar mal ficas com aquilo para o resto da tua vida certo?- digo metendo a mão por cima do desenho.

- acho que vou arriscar... -ele pega na pistola e começa a ver como se mexe naquilo

Estou com medo que ele se magoe a si mesmo- dá cá isso- tiro-lhe da mão e volto a meter no sítio

- tens medo de agulhas?- pergunto-lhe

-eu não tenho medo de nada sweatheart- diz ajeitando-me no colo nele

-Eu já fiz umas quantas só com agulhas a amigos em festas, eu estava bêbada mas até que ficaram bem- digo pegando a tinta preta- vou te fazer uma coisa muito pequenina e simples para depois ser fácil de esconder- aviso-o.

- queres que faça aonde? Na mão desgasta-se fácil é melhor fazer ai- digo procurando uma agulha.

- Pode ser nesta mão-coloca a mão esquerda em cima da mesa- neste sítio aqui-aponta com a outra mão para o inicio Polgar.

-okay, vou começar fica quieto.

Digo pegando na agulha, colocando-a na tinta e espetando-a na pele do kai vezes sem conta até fazer a forma de um mini coração e depois faço mais vezes por cima da mesma. Na primeira vez que eu espetei a agulha ele arrepiou-se e eu tentei não me rir.

Acabo e meto as coisas em cima da mesa. Ele fica a olhar para a tatuagem.

- pronto. já podemos ir almoçar? Estou cá com uma fome- digo levantando-me e ficando de frente para ele.

-Agora é a tua vez de fazer uma tatuagem.

- eu já tenho uma tatuagem e as próximas que fizer quero que sejam com um profissional.

-Mas não é tão fixe como a minha e ei eu sou um profissional- diz ele pegando nos meus dedos e depois na minha mão- vá lá! Eu tento fazer bem, uma coisa pequenina!

Abano a cabeça várias vezes para o lado.

- e se for na mão? tu disseste que saía rapidamente vá lá (y/n)!- o kai suplica com uns olhinhos fofos e eu cedo e digo que sim. Ele fica todo feliz e senta-me nele outra vez.

Ele pega nas coisas e faz do mesmo jeito que eu. Estou tão distraída a olhar para os lindos olhos dele focados que nem reparo o que ele está a fazer.

-perfeito, tenho mesmo jeito! Não achas?- eu olho para a mão e vejo um "K" todo torto- só falta uma coisa- pega na caneta permanente que estava no copo em cima da mesa e escreve " Property of" no sítio em cima do K- agora SIM está perfeito.

- és mesmo estúpido- dou-lhe um tapa

- até posso ser mas tu gostas- diz e em seguida beija-me, eu paro encaro-o e depois beijo-o mais intensamente. Num impulso fico virada de frente para ele.

Quando dou por mim e estou a desapertar-lhe a camisa e a atira-la para o chão. Ele desce os beijos para o meu pescoço chupando-o ao mesmo tempo que a mão dele sobe a minha coxa.

À bocado estava com calor mas agora estou em brasa, melhor dizer que nós estamos em brasa.

Tenta tirar o meu vestido pela cabeça mas o fecho fica preso no meu cabelo. MALDITO VESTIDO! NUNCA MAIS O VOU USAR!

- Ai KAI! O meu cabelo!- digo levando uma puxada para trás.

- é verdade que eu queria ouvir-te gemer o meu nome mas não era bem isto que eu tinha em mente - diz ele ao tirar delicadamente o vestido e a mete-lo no chão.

Ele olha para mim e coloca a outra mão no meu queixo, dá-me um selinho.

- Então quando estavas a falar que tinhas fome referias-te...- diz ele ao encostar-se na cadeira olhando para mim de baixo a cima.

- A comida, referia-me a comida kai. Não penses dirty.- digo ao pegar na camisa dele

-hmm se tu o dizes- dou-lhe a camisa para a mão mas ele larga-a - já nos vamos embora? porquê?

- levar um puxão de cabelo por causa do vestido meio que quebrou o clima- dou-lhe a camisa outra vez, desta vez pega nela.

Já vestiu a camisa e agora tem o meu vestido na mão, vou para pegar nele mas ele afasta-o faz que não com a cabeça.

-se o queres preciso de algo em troca

- tipo...?

- tenho algumas coisas em mente

- algo deste gênero?- pergunto.

Eu aproximo-me dele de modo aos nossos peitos se juntarem, ele afasta o vestido para atrás dele e meto as mãos a atrás do seu pescoço e beijo-o.

Pego no vestido, saio de cima dele e começo a abrir o fecho e a vesti-lo. Ele fica o tempo todo a olhar para mim sem dizer uma palavra até que me viro para ele o fechar.

- Ficavas melhor sem ele vestido- diz.

Ajeito o vestido e o cabelo e vou até à caixa.
Pego num saco e atiro as coisas lá para dentro, incluindo os saltos pretos.

O kai está quieto a olhar para mim.

- vens ou não?- estendo a mão

Ele anda até mim e pega na minha mão. Saímos os dois da loja com um sorriso estampado na cara.

Betrayed || KAI PARKEROnde histórias criam vida. Descubra agora