Capítulo 1

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A pergunta que todos fazem é "O que vem depois da morte?" E claro que encontramos muitas respostas, mas infelizmente nenhum morto confirmou.

Por conta disso nunca me deixei acreditar em uma delas, para evitar visitas a psiquiatras apenas concordava, se me dissessem que "viramos adubo depois da morte" eu concordaria e se dissessem "viramos fantasmas" eu também concordaria.

Então enquanto os outros diziam o que viria depois da morte eu me perguntava quando o mundo iria mudar, sempre foi assim e notei que seria sempre.

Passei a me perguntar então "O que vem antes da vida?" E a resposta mais cabível era reencarnação e como eu não queria ser levada a pergunta do que vem depois da morte passei a ignorar ela e pensar "quando o mundo vai mudar?"

Eu não me lembrava sobre o que aconteceu antes de abrir os olhos, minhas única lembrança era de ter acordado em uma cama com flores brancas.

Iniciar ou parar? Essa pergunta me perseguia enquanto eu explorava o lugar.

Encontrei portas diversas, inúmeras que eu não sabia onde iria parar, preferi me manter observando. Toda atitude não pensada trás uma consequência inimaginável e eu não queria sofrer qualquer tipo de dano, em breve alguma coisa me diria o que fazer e eu obteria consequências boas. Certo?

Voltar a observar então.

Haviam flores de todos os tipos, um catálogo das mais delicadas até as mais brutas, tão perigosas que eu só notei quando uma lagarta caiu em cima delas e morreu.

O céu tinha um tom de azul lindo com nuvens que pareciam brilhar, o sol era o suficiente para que não queimasse meus olhos, Mas me fizesse enxergar tudo branco; a grama era tão verde e macia que meus pés agradeciam por poder pisar nela e a água era tão pura que podia realmente ser chamada de insípida.

Enquanto os passarinhos pareciam formar um coral cantando uma doce melodia que mesmo delicada me fazia ter medo do que estava acontecendo. Era lindo, doce, literalmente um sonho e eu não me lembrava do que havia me levado ali.

Eu poderia estar esperando minha vez de reencarnar ou talvez estivesse morta, duvidava muito que a terra fosse tão leve como era onde eu pisava nesse momento.

Uma crise existencial me levou a voltar para minha cama onde a borboleta que tocou meu nariz se encontrava morta em meu travesseiro, suas asas pareciam ser de anos atrás em uma imitação de papel amassado sujo de café.

— Você acordou — Ouvi uma voz feminina monótona e encarei um lado onde ficavam as plantas venenosas — Venha comigo.

Poderia ter um pouco mais de animação.

— Estou morta? — Encarei seus olhos azuis que por nossa distância pareciam cinzas — Ou me preparando para viver?

— Bobinha — Ela riu e encarou a borboleta morta — Patético, mas venha logo comigo

— Responda minha pergunta — caminhei lentamente até ela.

— Você não está morta, nem se preparando para viver — Ela estendeu sua mão e sorriu como se fosse me contar uma piada desagradável. — Está apenas esperando para jogar!

Entramos em uma das (milhares) de portas que circulavam os enormes jardins, a menina não se esforçava para me manter ali, ficamos em silêncio até que a porta se abriu.

Havia algumas pessoas no lugar que parecia um estância na praia. Gêmeos loiros idênticos discutiam sobre uma bebida no balcão, um rapaz totalmente de preto ouvia outro que parecia um príncipe enquanto duas crianças dormiam no colo de outra garota loira e dois asiáticos falavam animadamente de música com um homem que só sabia fazer piadas.

— Esse é o time verão — A menina que me acompanhava me puxou para fora do elevador. — Eles não sabem que você é uma deles

— Nem eu sabia ser uma deles — A areia quente me fazia querer rir enquanto me fazia sentir nervoso por entrar em meus dedos.

— Você não é, ainda — A estranha me soltou para me olhar como se eu fosse um palhaço. — Sua primeira fase é virar uma deles

— Isso não parece difícil — Encarei a todos e ela riu caminhando até um balcão. — Terá que fazer eles gostarem de sua bebida

— Bebida? — Arregalei os olhos e ela negou sibilando um "humanos" e indicou a parede atrás de si onde haviam diversos frascos diferentes e frutas diferentes, nenhum deles parecia alcoólico e também não pareciam "humanos" — Uma bebida apropriada para sua idade, como humanos diriam: faça um suco.

Concordei e fui para perto dela, ninguém lá me olhava, eles continuavam conversando. Era como se eu fosse um erro dentro daquele universo, um erro invisível que em breve poderia explodir.

— Estamos temporariamente fora da visão deles — A menina falou do elevador e levantou sua mão acenando. — Não iremos nos ver tão cedo.

Encarei os copos a minha frente sem saber o que fazer e respirei fundo — Você precisa disso.

Capítulo revisado com muito amor, não haverá mudanças além das correções e novos detalhes, espero que estejam gostando <3

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Capítulo revisado com muito amor, não haverá mudanças além das correções e novos detalhes, espero que estejam gostando <3

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