Problemas reais

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(Não Revisado)

Sabrina Alano

Ficar sozinha nunca foi um problema pra mim, principalmente quando eu estou dançando, sempre me senti completa como se cada movimento preenchesse os meus vazios. Antes esses espaços eram menores, minha mãe longe de mim, relacionamentos que deram errado, um contrato cancelado, quando eu analiso cada uma dessas dores vejo o quão pequenas elas são comparadas a dor de perder alguém pra morte.

Embora o ato de dançar não tenha mais a capacidade de me preencher completamente, atravez desse exercícios sinto a tão desejada liberdade, me faz ter a sanção em si, como se quando eu estivesse dançando, pudesse ser capaz de fazer qualquer coisa. Por isso que eu estou aqui na garagem dos meus tios praticando o que eu chamo de minha arte, dançar musicas mais lentas tem sido meu vício nos últimos dias.

[ link pra quem quiser ver a dancinha: https://youtu.be/j_Mf_l8w5hA ]

Essa em especial tem um toque pessoal pra mim, por isso dou tudo o que posso nessa coreografia, afinal ela é autoral. Fazia tempo que eu não criava coreografias, na realidade trabalhar com a dança afastou esse lado criativo e agora que esta virando um hobby outra vez eu tenho gostado de criar passos que usem a expressão ao máximo.

No ritimo da música entrelaço meus braços e os ergo até a altura do rosto, em movimentos lentos separo minhas mãos e desço com elas até as pernas, ainda lentamente dou um passo para o lado e de joelhos vou para o chão, na mesma posição giro rapidamente mas antes que possa completar o passo meu joelho pende para traz e eu caio. Não dói, mas eu sinto raiva, não só de estar errando essa parte à horas mas também por estar sem notícias da investigação.

O que mais me irrita é que Phedro prometeu pra mim que iria me manter informada, bastou eu dar um nome pra ele esquecer da minha existência, não teve nem curiosidade de abrir as outras mensagem que eu mandei e que contém informações tão importantes quanto a primeira.

Na esperança de conseguir uma resposta me levanto em busca do meu celular, ele estava na mesinha que improvisei para colocar minhas coisas. O cômodo onde estou tem bastante espaço, até mesmo quando tem um carro, na parede ao lado da porta coloquei uma caixa de som não tão pequena, pego o aparelho que esta em cima da mesa e ao desbloquear vejo a conversa aberta :

Sabrina: Ela conseguiu, o CPF é 00379282371, Emanuel Oliveira (lida)

Sabrina: E tem mais, ela achou um recado de voz na caixa de rascunhos. (Entregue)

Sabrina: Ei você está aí?? Acho que pode ser importante. (Entregue)

Nada ainda .

Estou extremamente irritada com tudo isso, pego minha garrafa de água tomo quase todo líquido e procuro em meu tablet outra pasta de músicas. Alguém abre a porta e eu me assusto, ao passo que dou um gritinho Mariany começa a rir:

- CARALHO MARIANY- ela continua rindo -

- Você tinha que ver a sua cara - ri- perdoa eu só vim avisar que tô saindo.

- Tá beleza.

- Mas fala, porque você tá brava ?

- Ultimamente tudo tá me irritando, eu erro a porcaria do passo toda hora e ainda tem aquele otário do Phedro que não me responde ...- abro a boca pra continuar falando, porém paro ao ver o sorrisinho em seu rosto - O que?

- Nada, e que tá bem óbvio o que tá acontecendo.

- Não tem nada acontecendo ok? - ela cruza os braços e me olha com deboche- Você não ia sair ?

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