Eu sou assim, igual a você

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(Não revisado)

Sabrina Alano

Sério isso? Um beijo ? Ele decidiu calar a minha boca com a porra de um beijo... E é isso, não dá mais pra mudar. Me encontro em estado de inércia na cama em que tenho dormido por esses dias, só consigo pensar o quão péssima é a situação... Até poque, eu não esquivei, nem tive raiva embora não estivesse esperando por isso, não foi ruim só que eu estava certa e não deveria ter sido calada de forma tão injusta.

Em meio a meus pensamentos lembro de quando me assumi bixessual, meu pai aceitou muito bem e minha mãe também, a real é que todos na minha família sempre foram acolhedores. Meu pai dizia que preferia ter uma nora do que o Genro, eu concordo , homens são tão complicados... o que eu não consigo entender é: porque estou associando esse beijo à esses pensamentos, nem teve língua pra que esse alvoroço? A realidade é que estou pensando nisso já faz mais tempo do que eu gostaria.

Decido então tomar um café. Assim que chego na cozinha dou de cara com Natália e Mariany, estavam rindo feito hienas e bebendo alguma coisa rosa, a princípio elas não percebem a minha presença, mas assim que sou notada ambas se assustam e ao verem quem era voltam a dar risadas:

- Ah, prima é você? - a Mariany tá bêbada ou eu que enlouqueci- Vem pra cá...

- Mariany Alano, você está bebendo às três horas da tarde? - as duas se olham e riem ainda mais-

- Eu como responsável jamais deixaria que algo assim acontecesse- marcando presença tanto com o estilo como com a bela voz, Natália me responde e estende a mão pra mim- Muito prazer, Meu Nome é Natália Medeiro.

- Prazer, Sabrina Alano- quando eu vou apertar sua mão ela me puxa para um abraço- Isso não é álcool?

- Claro que não prima, é só um refrigerante de framboesa horrível que a Natália trouxe pra gente provar, estávamos rindo do gosto ruim de remédio que isso tem... Vai prova aí- ela diz e eu decido aceitar.

Sentamos na mesa da cozinha e tomei um pouco da bebida horrorosa das meninas, conversei com a Natália, ela me contou que tinha acabado de completar 18 anos e ia começar a faculdade de ciências da computação no ano seguinte, ela é uma nerd fascinada com tecnologia da informação e coisas desse tipo, além de ser muito gata, seu estilo que combinava tanto com ela e a maneira como falava do que gostava era de encantar qualquer um. Mais tarde, ela vai embora e em seguida Mariany vem se encontrar comigo no meu quarto:

-Quero motivos pra você estar com essa cara de bunda.

- Não tem cara nenhuma... - disse, embora soubesse que, nosso nível de intimidade revelaria a verdade.

- Tô meio sem paciência pra enrolação priminha, foi algo com a Malú? - eu não respondo, talvez tenha a ver com isso também- Foi mal Sah eu esqueci de mencionar o envolvimento do Phedro com a menina...

- Pede perdão pra minha cara de tacho olhando o cara ser recebido igual um anjo na casa da mulher, enquanto eu surtava internamente.

- Desculpa aí, mas também não é pra menos ele ajuda muito a Daiane, tanto com apoio financeiro como emocional. - Nany provavelmente se arrependeu de falar isso, pela cara que ela faz já sabe o que eu vou perguntar-

- Faz muito sentido na verdade, mas qual a razão disso? Essa moça é uma mãe perdida do Phedro?

- Boca grande essa minha - ela levanta da cama e da um suspiro longo- detesto falar disso, mas imagino que você vai me perturbar até eu dizer e como eu disse, a paciência está me faltando hoje. Vocês se lembra do grupinho do Phedro na escola?

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