Capítulo 16 - Mr. Loverman

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- Por que ele não me atende? - Kirishima sussurra para si, ligando novamente para Babukou.

Aqueles últimos dias haviam sido muito difíceis para o avermelhado, pois Bakugou estava o afastando cada vez mais e as flores estavam só aumentando e sendo mais doloridas. Toda vez que ele foi para perto de Bakugou, o mesmo correu para algum lugar. Algumas vezes tentava o seguir, mas desistia quando via que Bakugou somente havia apertado seu passo e não dava ouvidos ao avermelhado o chamando.

Sabia que ele ainda estava desconfortável por causa daquele dia do quase beijo. Aquela era a única explicação do seu distanciamento que o avermelhado conseguia pensar. Kirishima começou a se culpar mais e mais pelo seu descuido, fazendo somente suas paranoias aumentarem.

E se Bakugou parasse de conversar com ele por completo? E se Bakugou já gostasse de alguém? E se Bakugou se mudasse de escola por causa dele? Ele deveria sentir vergonha de ter Kirishima como um amigo, e por isso queria distância. Como o avermelhado iria se curar da hanahaki se nem mesmo sua alma gêmea o quer por perto?

O desespero percorreu o corpo de Kirishima. Ele não queria morrer ali. Ele queria cursar sua carreira; queria ter uma família; queria conhecer sua mãe, ou pelo menos saber quem era ela; queria fazer seus amigos felizes; queria fazer ele feliz..

Kirishima, depois de ouvir pela décima e oitava vez que a ligação havia ido para a caixa postal, jogou seu telefone na parede. Aquele sentimento que o avermelhado sentia de tristeza era pior do que qualquer coisa. Inexplicável em palavras. ...E se Bakugou o havia trocado?

Essa possibilidade de Kirishima ser trocado fez lágrimas descerem num rosto pálido e desolado. Seu coração começou a acelerar. Kirishima olha para o chão, vendo suas mãos e em seguida começou a cair no choro. Caiu de joelhos no chão gelado e escuro do dormitório, chorando baixinho para não acordar os outros.

Agora sim tudo fazia sentido. Bakugou se distanciou de Kirishima por o mesmo se sentir envergonhado na presença do avermelhado e por ele ter achado alguém melhor do que o mesmo. Aquilo doía tanto o coração do ruivo que o mesmo não conseguia suportar. Ele se encontrava afundando em seu próprio desespero sombrio e fútil.

Aquelas mesmas dores voltaram, mas tinha alguma coisa diferente. Alguma coisa não estava certa. Ele sentiu que sua barriga iria explodir a cada momento, junto com seu tronco e seu rosto. Sua cabeça começou a ficar mais pesada e virar um incômodo preocupante. Sua barriga doía horrivelmente a cada leve toque e movimento brusco. Já que nunca havia sentido isso antes, achou melhor ligar para o Aizawa.

O professor havia passado seu número uns dias atrás para casos de emergência, e aquele era um caso mais do que emergencial na visão do ruivo. Esperou alguns segundos e escutou a voz rouca do professor na outra linha. Quando ia começar a falar, uma ânsia e uma dor horrível na garganta apareceu, sendo seguida de tosses repentinas.

- Kirishima!? - Aizawa fala agora sério e preocupado - o que está acontecendo?

- Professor... ... eu.. - Kirishima não fala mais nada.

Aizawa, já sabendo o que poderia ter acontecido, sai de sua sala e vai apressado em direção aos dormitórios, ligando para uma ambulância. Quando abre a porta do quarto, o professor vê Kirishima deitado no chão com o telefone ligado ao seu lado. Estava sangrando, mas felizmente não havia nenhuma flor. Possivelmente havia desmaiado por causa da dor.

O professor pega o braço de Kirishima e o passa em seu pescoço para carrega-lo para a saída. Precisava fazer isso em sigilo, pois se algum professor ou algum aluno visse aquela cena iria ser um tanto assustador e só iria atrasar Aizawa.

Quando ambos já estavam na saída, Kirishima acorda assustado, em seguida dando um grito pela dor que sentia. O corpo do avermelhado parecia que não estava funcionando corretamente. Parecia que seus órgãos internos estavam sangrando por dentro ou sendo arrancados a força.

Por que ele?Onde histórias criam vida. Descubra agora