"Like You"

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Hinata

Flashback

Stay low

Soft, dark, and dreamless

Far beneath my nightmares and loneliness

I hate me

For breathing without you

I don't want to feel anymore for you


(Fique calma

Leve, sombria, e sem nenhum sonho

por baixo de meus pesadelos e solidão

Eu me odeio

Por respirar sem você

Eu não quero sentir mais nada por você)

Grieving for you

I'm not grieving for you

Nothing real love can't undo

And though I may have lost my way

All paths lead straight to you

(Sofrendo por você

Eu não estou sofrendo por você

Nada que um amor verdadeiro possa desfazer

E embora eu tenha perdido minha trilha

Todos caminhos me levam a você )

Quando estou triste, gosto de me lembrar de momentos felizes e por isso acabo sempre por regressar ao passado.... Um passado distante.

Um passado que coincide com as longas e excitantes viagens de carro no verão. Onde o pai cantava músicas antigas com o rádio, enquanto o chapéu de palha da minha mãe voava com o vento veloz que nos atingia no Chevrolet vermelho dos anos 50. Passávamos horas dentro do carro, mas essas horas podiam facilmente ser confundidas com minutos, principalmente quando a mãe contava histórias e o pai contava piadas sem graça e eu, simplesmente ria ou encarava a paisagem silvestre que me ia invadindo á medida que nos afastávamos da cidade. Nessa altura, a Hanabi ainda não existia e assim como ela, o amor por aquele ser tão frágil saído do mesmo ventre que eu ou o tormento de ser a irmã mais velha não existiam.

Era somente eu, eles e a música....

Quando chegávamos o clima não mudava. Nos acomodávamos na grande casa de campo feita de madeira, onde as janelas eram enormes, o telhado era laranja e o jardim era verde e vasto. Era nesse mesmo jardim, que eu corria, dançava e me deitava encarando as nuvens e os pássaros negros que voavam a cima da minha cabeça. Também lá fazíamos piqueniques, onde se juntavam alguns vizinhos e amigos. A mãe vestia um vestido florido e solto, e pintava os lábios de vermelho (um vermelho tão vivo e tão intenso que poderia ser comparado com o carro que o pai tinha conduzido para nos levar até ali). Eu vestia um vestido branco e ficava descalça, apesar da mãe insistir para eu me calçar. Eu até me calçava, mas assim que a pegava distraída tirava os sapatos apertados e deixava que meus pés tocassem a erva fresca. Nessas tardes, eu gostava de me juntar ás garotas da aldeia que eram um pouco mais velhas do que eu, mas não se importavam de brincar comigo e eu até gostava da atenção que me davam... Eu me sentia especial de alguma forma.

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