I Can't Make You Love Me

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Você é aquilo que faz...

Não há frase mais deprimente e confusa...

Somos aquilo que fazemos...?

Então se eu passar a vida a errar, serei um erro?

Se passar a vida, questionando a maldade alheia, e me refletindo na bondade de quem finge ser bom... Significa que eu sou uma pessoa boa?

Se passar minha vida sendo cobarde, significa que nunca terei força suficiente para enfrentar os meus medos? Ou se enfrentar os meus medos, significa que sou corajosa e que nunca mais terei medo de nada?

Eu amo alguém...

Eu amo muito alguém...

Mas acho que esse alguém não me ama...

Nesse caso, serei burra se o deixar partir? O que serei, se preferir me consolar com a minha própria dor e desalento?

Posso ser corajosa, se insistir? O que serei se insistir?

Não importa o que serei...

Vou o deixar partir...

Eu o amo, é verdade...

Mas ele não me ama...

Até posso sofrer... Mas me diga, o que serei se obrigar alguém a me amar?

Ou talvez, desde sempre, tenha interpretado a frase de forma errada...

Somos o que fazemos?

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"Não consigo respirar..."

Talvez fosse das paredes brancas...

"Não consigo respirar"

Talvez, fosse da cama isolada...

"Não consigo respirar"

Talvez fosse do quadro azul, que se mantinha intocável desde o momento em que chegou ali...

"Não consigo respirar"

Talvez até fosse do sofá cinza, ou até mesmo dos livros de capa dura que continuavam exatamente no mesmo lugar...

"Não consigo respirar"

Mas algo ali... A fazia sentir extremamente sufocada...

"O que está acontecendo?"

Era como se de certa forma, algo a prendesse aquela cama...

"Por favor, alguém me ajude..."

Pessoas entravam todos os dias...

Eram as enfermeiras, que a hipnotizavam com sorrisos simpáticos... Que lhe compunham a almofada, e perguntavam como tinha passado a noite... E de seguida, a entupiam com comprimidos... E assim, ela voltava a dormir novamente ...

"Me ajudem....Por favor..."

Também entravam médicos ás vezes...Havia um que vinha todas as quintas-feiras... Não se lembrava do nome dele, mas era por ele que controlava os dias da semana... Sabia que se ele entrasse, significava que aquele dia era quinta-feira... E que amanhã seria sexta... E que ontem foi quarta...

"Eu imploro...Eu imploro"

De qualquer forma, houve um momento em que ela se deixou de preocupar com o tempo que passava ali...

Os cabelos azulados, antes curtos, agora estão longos e descabelados...

Tem olheiras fundas, apesar das muitas horas de sono...

E continuava vestida exatamente com o mesmo vestido branco, que tinha vestido a semana passada...

"Por favor..."

Ele entrou...

Hoje é quinta-feira...

Disse "Bom-dia", mas a cabeça dela estava demasiado longe...

Arrastou a cadeira para o seu lado... E cruzou as pernas, escondidas por entre as calças jeans pretas enquanto batia freneticamente a ponta da caneta azul no bloco de notas apoiado sob elas...

-Então Hinata... Como está se sentindo hoje?

"Hina... Por favor, eu não quero morrer... Me ajude"

-Acha normal...

-O que?

-Acha normal... Eu querer atirar na minha própria cabeça?

"Eu sentirei sua falta...Por favor, nunca se esqueça de mim"

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