Prólogo

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Sete anos antes


Schanxzz < Schanxzz@gmail.com >                                                      19:12 (há 3 horas)

para mim

Fala, cara!

Seguinte, tenho um negócio que você vai gostar de saber, uma informação valiosa e sobre sua família. Me encontra naquele parquinho que fica próximo a escola às 23h30, não fale a ninguém, caso contrário eu espalho para geral e fica ruim pra ti. Como nada vem de graça, 5 mil e um pastelzão de queijo com repolho, pela vergonha no dia da cartinha.

Demore não!

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Donghyuck bufou e fechou o notebook em um estrondo, caminhando até sua cama e se abaixando, puxando de lá um potinho azul, que usava como cofrinho. Sentou no chão frio do seu quarto e tirou de lá todo o dinheiro que tinha: quatro mil oitocentos e noventa e sete. Quase chorou ao contar duas vezes e ver que o valor continuava o mesmo, então não viu outra alternativa a não ser correr para o quarto do irmão e o implorar para que emprestasse o resto da grana, mais o dinheiro do pastel.

Não pensou duas vezes ao abrir a porta do quarto do Jeno, o encontrando deitado na cama usando o celular, olhou ao redor e sorriu ao ver a carteira do rapaz sob a mesinha de estudo. Claro que Jeno não aprovou quando ele abriu a mesma e tirou de lá cento e dez pilas, mas Jeno era a única pessoa na qual ele poderia contar.

- Pra que isso, Donghyuck? - a pergunta veio em tom sério e forte, do mesmo jeito que o dono da voz apertava o seu pulso. Donghyuck choramingou com o aperto e curvou um pouco o corpo, na intenção de afrouxar o aperto do irmão, que sempre foi mais forte, apesar de terem a mesma idade - Responde!

- Me solte primeiro! - negociou, sentindo o aperto ser desfeito e uma expressão desconfiada ganhar destaque no rosto do outro Lee - Preciso desse dinheiro emprestado, juro que devolvo, é algo importante, quando eu tiver certeza eu te conto!

- O que você está aprontando dessa vez?

- Nada, eu juro! Mas a parada é séria.

Antes que Jeno pudesse falar alguma coisa, Donghyuck guardou o dinheiro no bolso e saiu correndo corredor afora, descendo as escadas no desespero, desviando de qualquer pessoa que visse pela frente. Já fazia um tempo que estava desconfiado de várias coisas ao seu redor, e aquele e-mail foi como um sinal de esperança. Pegou sua bicicleta no jardim e saiu pela porta principal da casa, ignorando os gritos dos seguranças.

Pedalava com dificuldades, tentando controlar o coração e a respiração, que era desafiada tanto pelo esforço físico, quanto pela ansiedade. O caminho até o senhor do pastel foi repleto de porquês e angústias, por sorte, o carrinho de pastel ainda estava aberto. Tentou fazer tudo o mais rápido possível, tempo era ouro e quanto mais rápido chegasse lá, mais rápido a pulga que ficava atrás da sua orelha estava perto de partir, ou procriar.

Deu graças a Deus quando o pastel ficou pronto, acelerando as pedaladas até o parquinho, em poucos minutos ele já estava lá, frente a frente com o remetente do e-mail que recebeu mais cedo. O rapaz era alto e bem conhecido, tinha um sorriso divertido no rosto e aquilo o apavorava. Jogou a bicicleta na grama e caminhou até o menino, que estava escorado na estrutura do balanço.

- O dinheiro e o pastel! - pediu, esticando o braço.

- Primeiro o que você tem a me dizer! - disse com confiança na voz, mesmo estando morrendo de medo.

O garoto riu, tirando do bolso um envelope de carta de cor mostarda, Donghyuck abriu o envelope, quase caindo para trás com o que viu. Passou uns bons minutos tentando digerir o que lia e via. Em um ato rápido, o rapaz tirou o pastel de sua mão e pediu o dinheiro, o que tinha naquele envelope era o suficiente no momento, então não tardou em entregar o dinheiro todo amassado do seu bolso.

Donghyuck sentiu como se tivesse levado um soco no estômago com o que via ali, tudo bem que ele desconfiava, mas eram desconfianças bestas e no fundo implorava para que fosse besteira da sua cabeça, mas era real, e pior do que imaginava. Voltou para casa usando uma força desconhecida, muito ódio. Seu inferno tinha acabado de começar, e ele não fazia ideia do que vinha pela frente.


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Olá, olha eu de novo, postando algo inédito depois de três anos!!


Bom, eu estou escrevendo essa fanfic desde 2018, mas eu só decidi tirar o plot da gaveta esse ano, e cá estou eu, postando o prólogo depois de muitos meses de preparo. Espero que gostem, e podem dar uma olhadinha nas minhas outras histórias, na verdade eu só recomendo Cidade Estrelada, o resto foi um surto da minha cabeça que tenho pena de apagar.


Faz muito tempo que eu queria escrever uma Markhyuck, então veio Arquivo Amarelo, que é uma história que eu amei escrever. Fiquem atentos que logo postarei os demais capítulos, então vocês vão poder, finalmente, conhecer os protagonistas, que eu amo!


Fiquem bem, espero que gostem desse comecinho, que só postei para vocês sentirem o gostinho do que vem por ai! Até a próxima! 

010821

Arquivo Amarelo - MarkhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora