Cap 10 - Primeiro encontro

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     Depois do ocorrido no jardim, era esperado que os rapazes ficassem constrangidos ou desconfortáveis com a presença um do outro, mas estava sendo o completo oposto.
     Eles trocavam carinhos e beijos por todos os cômodos da casa e já haviam repetido o que fizeram na parte de fora da casa algumas outras vezes.
     Já tinham feito na sala de cinema, biblioteca e novamente no jardim. Louis sempre foi o mais receptivo, estava ainda melhor com os constantes carinhos de Ash. Esse era um detalhe que o ator nunca imaginou que seu amigo colorido tivesse: era bastante dengoso.

     Algo que o ruivo não demonstrava de jeito nenhum, mas tornou-se inevitável desde o episódio no jardim, era seu lado carinhoso

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     Algo que o ruivo não demonstrava de jeito nenhum, mas tornou-se inevitável desde o episódio no jardim, era seu lado carinhoso. Louis sabia que Ash era atencioso e dedicado, mas não que era tão meloso. Se estavam na cozinha, o ruivo fazia questão de encher o pescoço do ator de beijos, elogiava o perfume da pele, o brilho do cabelo, até mesmo o pijama dele.
     Haviam passado cerca de 5 dias desde a primeira vez que eles avançaram, estava chegando perto do fim do mês, momento em que Ash voltaria para casa dele. Não tinham tido tempo para ficarem juntos ou tentarem algo mais além, com as filmagens e o tempo dedicado a recuperar contatos e espaço em teatros para novas apresentações de piano, eles foram ficando ocupados.
     "Preciso separar um tempo para dedicar à ele", pensava Ash "vou embora em alguns dias, e é certo que continuaremos a nos ver, mas... Acho que não seria a mesma coisa... Ah! Eu já sei o que fazer!".
     Louis chegou do estúdio um pouco tarde, desta vez. Eram quase 20h e sentia-se exausto, só queria tomar banho e deitar. Mas quando chegou, ouviu música ecoando pela mansão. Marli, que estava à porta para receber o casaco do patrão, disse:
     - Boa noite, Sr. Daves. Eu preciso informá-lo que o senhor Ash trouxe um piano para casa.
     - Um piano? V-você disse um piano?
     - Sim, senhor. Um enorme e lustroso piano vermelho. De cauda.
     - Mas esse é o piano que estava na casa dele, quando chegou aqui?
     - Hoje, depois do almoço. Uns homens vieram trazendo em um caminhão grande e colocaram no salão de dança.
     - Obrigado, Marli. Preciso ir.
     Louis sai em passos apressados, ao seguindo o som das melodias harmoniosas que parecia preencher a mansão Daves. Era lindo. Seu coração acelerou, pensando "Se ele trouxe o piano para cá, significa que não vai mais embora?", então, diminuiu seus passos, tentando entender porquê sentia-se tão esperançoso.
     "Por que não quero que ele vá embora? Na verdade, não precisa ir. Ele tem roupas, móveis, e agora, seu piano. Está recuperando seus contatos novamente". A música parou, Louis, ainda imerso em perguntas, voltou à realidade e continuou andando, mas desta vez, mais devagar.
     Ao abrir as portas do salão, deparou-se com a maravilhosa imagem de um ruivo de smoking preto, sentado em postura ereta num banco de couro acolchoado. Um lindíssimo piano que brilhava com a luz baixa do salão. Aquele musicista habilidoso, com o cabelo para trás, concentrado, percorrendo e tocando como se houvessem ímãs que uniam as pontas de seus dedos às teclas.
     - Myles?
     A música continuou, até o final. E quando encerrou, Ash levantou e virou para Louis.
     - Boa noite, Daves.
     - Ouça - disse, nervoso - eu acho que preciso dizer uma coisa.
     - Antes - Ash andou. Não. Desfilou com elegância até Louis, parando bem à sua frente e com pouca distância entre eles - Eu gostaria de que você fizesse me companhia para jantar.
     - Quer jantar comigo?
     - Eu que deveria fazer esse pedido, Louis. Mas já que você convidou, eu aceito.
     Eles riem juntos, e o ator aceita, mas ao virar de costas para sair, Ash abraça-o, prendendo os braços de Louis:
     - Depois de jantar, eu tenho mais planos para nós dois.
     - Certo, mas o que planejou?
     - Vamos comer, conversar. Talvez, ficar juntos pelo resto da noite - a possibilidade deixou Louis com o rosto corado, e Ash concluiu - Eu tenho sentido falta de ficar perto de você.
     "Saudade de mim. Ele sente saudade de mim!", sorriu Louis. E ele virou para Ash e retribuiu o abraço. Ali, naquele aperto confortável, apenas respondeu:
     - Também tenho sentido falta - tocando o rosto do pianista com carinho, beijou seus lábios com um selinho bem fofo - Vamos jantar?
     - Vamos!
     - Ah, espera! Eu preciso tomar banho, trocar de roupa. Me sinto horrível com você todo arrumado e perfumado, e eu, ainda com a roupa que usei antes das gravações.
     - Certo, eu vou conferir a comida com a Edith e você vai ficar pronto para nossa noite.
     - Eu volto em meia hora ou 40 minutos. Ou um pouquinho mais, mas eu volto, espera!
     Louis correu para o quarto, subindo as escadas rapidamente e trancando-se no quarto. Durante o banho dele, Ash foi até a cozinha, e falou:
     - Dona Edith, o que vamos jantar hoje?
     - Oi, meu bem. O que acha de uma massa italiana?
     - Acho muito bom, Louis gosta de comida italiana?
     - Ah, o menino Louis adora comida italiana. Japonesa e romena também. Mas você está tão produzido, vai sair hoje?
     - N-na verdade... Eu estou arrumado assim porquê...
     - Tudo bem se não quiser dizer, eu sou um pouco intrometida mesmo. Desculpe.
     - Não, o que é isso?! Você é um doce, eu apenas... Não sei bem.
     - Precisa colocar algo para fora, rapaz? Faça-o, eu posso ser uma ótima ouvinte.
     - É que, eu não sei se é pela convivência, mas eu tenho sentido coisas novas em relação ao Louis...
     - Hum... Está apaixonado pelo seu amigo?
     - Não sei. Acho que não, mas, às vezes, eu penso que sim.
     - Está bastante confuso, filho. Pode ficar a vontade, eu não vou julgar você.
     - Aaah, Edith - Ash senta-se ao balcão e a cozinheira serve um copo com água para ele - Obrigado. - ele bebe e toma fôlego para concluir - Ele é meio diferente de mim, mas ao mesmo tempo, eu sinto que somos tão compatíveis. Acho ele um cara tão alegre e autosuficiente. Fora que ele tem um sorriso muito bonito, um cheiro bom das quatro estações.
     - Você realmente está apaixonado, Ash.
     - Perdoe-me se vou parecer grosseiro, mas fico surpreso que escute sem olhar para mim como se eu fosse doente.
     - Eu não tenho nada contra gays, menino Ash. Na verdade, eu fico muito feliz que esteja gostando do Louis.
     - Sério!?
     - Sim, ele anda mais feliz e ansioso. Talvez seja por causa de você. Seja lá o que vocês têm feito, continuem. Acho que meu menino também gosta de você.
     - Você acha mesmo?
     - Sim. Vocês irão jantar juntos daqui há pouco, poderiam comer na mesa menor, lá no jardim.
     - Eu... Não pensei nisso.
     - Recomendo. Vagalumes, uma brisa noturna aconchegante e privacidade. Se quiser, posso mandar servirem lá.
     - Acho perfeito! Obrigado, dona Edith!
     - Que nada, meu bem.
     Ash saiu para o jardim, procurando a tal mesa de jantar menor. Enquanto fazia isso, Louis desceu. Estava arrumado, cheiroso e sentindo-se como novo. Edith estava saindo da cozinha, junto com um dos empregados para levar o jantar para o lado de fora, quando encontrou o patrão, que achou estranho estarem levando a bandeja com pratos cobertos para fora.
     Quase que instantaneamente, Ash aparece e cumprimenta Louis:
     - E eu achando que você não poderia ficar ainda mais bonito.
     - Está me bajulando muito. Quebrou algo caro e quer garantir minha misericórdia?
     - Não, engraçadão. Agora, vamos. Tenho uma coisa para mostrar. Está no jardim.
     Eles seguem juntos, lado a lado, e Ash olha para a mão de Louis. Vazia, leve, balançando conforme caminhava. "Se eu segurasse sua mão, você iria rejeitar?".
     Antes de decidir se segurava ou não, chegaram ao jardim. Estava iluminada com um pequeno abajur de mesa, um vasinho com rosas brancas e as bandejas de aço inoxidável já colocadas, e um carrinho para transportar os pratos, com temperos, estava ao lado.
      Tudo estava lindo, o clima fresco, o ambiente tranquilo e tudo parecia muito romântico. Ash, em fim, segurou a mão de Louis e convidou-o para sentar. Eles sentaram próximos, a mesa redonda permitia que eles pudessem se mexer confortavelmente e olharem-se, enquanto conversavam.
     Estavam jantando, e falando sobre trabalho:
     - As filmagens estão quase prontas, completamente. Como estamos quase encerrando maio, precisamos cuidar dos últimos preparativos.
     - E quando é o lançamento no cinema?
     - Junho, metade do mês de junho. Ali entre o dia 12 e 16. E você, ainda não contou sobre o piano.
     - Resolvi trazê-lo porquê eu estava sem praticar e, como estou recebendo convites para me apresentar, preciso retomar meus ensaios.
     - Entendo. Foi por isso, então.
     - Por qual motivo achou que fosse?
     Silêncio. Louis suspira e responde para esquecer, sorri para Ash, parabenizando a ideia de jantarem juntos do lado de fora. Cheio de si, o pianista alisou os cabelos, enquanto era coberto por comentários de prestígio, sobre os detalhes do encontro.
     - Louis, você disse que precisava contar algo para mim.
     - Ah, vamos conversar sobre isso em outro momento. Por agora, eu quero apenas aproveitar a comida e a ótima companhia...
     Louis toca a mão de Ash em cima da mesa e eles sorriem. Pegando as taças de vinho, eles brindam e bebem, felizes.

 Pegando as taças de vinho, eles brindam e bebem, felizes

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Devoções Enganosas - Side StoryOnde histórias criam vida. Descubra agora