Cap 15

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— Estou animada.

Bati palminhas assim que John B estacionou o carro.

— Vou surpreender meu irmão!!! Nunca fiz nada parecido. Ai meu Deus, vou surtar.
— Ela enlouqueceu. - ouvi Nicholas sussurrar para Melissa.
— Ele vai adorar. - John B sorriu.
— Ou ficar irritado. Um dos dois. - Melissa desceu do carro.
— Será que vamos encontrar o Josh? - John B perguntou passando a mão no cabelo.
— Acho que não. - dei de ombros.

Não me importava, de qualquer jeito.

— Preciso tirar uma foto. - olhei para Melissa e Nicholas e tive uma ideia. — Fiquem ao lado da estátua ai.

Apontei para a escultura e John B os seguiu mas puxei ele de volta. — Ok. Nicholas, chega um pouco mais perto da Melissa. Isso. Na verdade, mais um pouco. Isso. Mais. Abraça ela. - os dois estavam corados e eu e John B estávamos rindo. — Perfeito.

Andamos um pouco até a lanchonete e me lembrei de quando costumava vir aqui com Josh, pensei que fosse sentir saudade dos encontros mas a única coisa que sentia saudade era do sanduíche maravilhoso que eles vendiam. Depois que comemos, chegamos no auditório onde passaria um trecho do filme do meu irmão.

— Devo ligar?
— Não. Será legal a cara de surpresa dele quando te ver na plateia.

Concordei e nos sentamos na última fileira porquê já estava bem cheio o local. Quando o relógio em meu pulso marcou 6 horas, um homem alto ocupou o pódio e bateu o dedo no microfone umas vezes.

— Olá! Sou o professor Raymond. Bem vindos à nossa cerimônia de premiação, na qual destacamos as melhores produções do semestre.

Ele falou mais algumas coisas sobre os outros professores e então a cerimônia finalmente começou. A premiação era lenta. Eles anunciavam o prêmio que os estudantes tinham recebido e logo depois um trecho do filme que haviam produzido. Eram trechos curtos para entenderem o filme mas eram longos para tornar a cerimônia arrastada e tediosa.

"Me sinto mal por ter arrastado você comigo." - mandei para John B.

Um segundo depois seu celular vibrou e ele sorriu ao pegar o aparelho e ler minha mensagem.

"Tudo bem. Eu posso te pedir um favor algum dia. :)"
"Na verdade, estou zuando. Tá tudo bem mesmo, Sarah."

Melissa me deu uma cotovelada e eu levantei minha cabeça a tempo de ver o nome do meu irmão no telão junto ao nome de seu filme: O problema de uma geração.

— O projeto a seguir é um dos meus favoritos. A visão e a perspectiva trazida por Rafe são honestas e brutas. Por isso, além do prêmio do processo de documentação Rafe ganhou o maior prêmio do ano: melhor filme. Parabéns. - vi meu irmão subindo ao palco e abraçando seu professor.

— Como o valor pessoal é medido hoje? - ele começou a falar no vídeo. — Pela quantidade de curtidas, comentários? - a câmera se movia pelo corredor. Eu me lembrava daquela câmera. Eu sabia pra onde ela estava indo.

— Sarah. O que está fazendo?

Eu estava sentada no sofá com o celular na mão. Ele repetiu a pergunta. O que ele não mostrava no filme era ele já havia repetido a mesma pergunta 5 vezes, e eu respondi todas elas. Mas ele mostrou a única em que eu o ignorei porquê ele tinha ultrapassado o limite da chatisse. Levantei a cabeça e revirei os olhos.

— Estou postando um vídeo no Instagram.
— Quantas curtidas?

Minha versão na tela sorriu, a minha versão real abaixou a cabeça. O que diabos Rafe estava fazendo?

Between Us - JarahOnde histórias criam vida. Descubra agora