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Chegou segunda-feira, dia de descanso para depois começar a estudar ao rubro, a minha malta e a da Rafa combinaram ir à praia na parte da tarde. Como estou na casa da minha mãe, tenho que pedir permissão antes de sair. Esta regra que ela impôs é estúpida, eu já tenho 17 e tenho um veículo. Por isso aproveito a manhã de folga da minha mãe para lhe pedir:

  -Mãe, hoje à tarde posso ir para a praia com uns amigos?

  -Que amigos?- disse a minha mãe, enquanto eu me sentava no cadeirão que está à frente da mesa do escritório dela.

  -A Júlia, o Nate e mais uns que não conheces.

  -Que não conheço?- perguntou-me, parando de desenhar no seu IPad e levantando a cabeça para a minha direção.

  -Sim, são de outra escola.- respondi

  -De que escola? Desde quando é que tens mais amigos do que o Nate e a Júlia?

  -Desde quando é que começaste a te interessar pela minha vida?

  -Tens razão. Mas eu quero saber agora. Ainda não tive a oportunidade de te pedir desculpa pelo que fiz.

  -Não tens que pedir desculpa porque para o que fizeste não há perdão. Agora podes me deixar ir, porque mesmo que não deixes, o pai deixa.

  -Ok, só espero que não estejas a meter te na má vida com esses teus novos amigos.

  -Podes ter calma que eles são boas pessoas.

  E com isto levanto-me e vou para o meu quarto.

  Quando chegou as horas de ir, eu peguei minhas coisas e fui em direção a garagem, onde está a mota, mas fui interrompido pela minha mãe.

  -Para aí, se faz favor.- mandou-me e eu obedeci, parei e virei o meu corpo para a direção dela.

  -O que precisas?- digo

  -A que horas é que pensas em chegar?- perguntou-me enquanto desliga a televisão e olha para mim

  -Não sei, porquê?

  -Porque estou com desejos de grávida e eu e o Henrique vamos jantar naquele restaurante de hambúrgueres tradicionais. Eu gostava que viesses connosco para ficarmos mais próximos. Achas que às 19 horas já estás cá?

  -Não sei, se calhar. Depois mando-te uma mensagem quando souber.

  Eu não queria ter que mandar mensagem, eu não queria ter que jantar com eles como se fossemos uma família. Nas semanas que estou com ela, eu não tomo as refeições na mesa de jantar, como sempre no meu quarto. Se não consigo comer com eles num local privado, muito menos vou querer num sítio público.

  -Não sabes dizer agora? É que tenho que acabar um trabalho e não vou estar com o telemóvel a tarde inteira.

  -Não. Sei. Custa-te a entender.

  -Prontos, não te chateies. Se chegares a casa e nós não tivermos, vai ter dinheiro em cima da ilha.

  -Ok, xau.

  Olho para as horas do telemóvel e estava na hora em que combinamos nos encontrar, por isso mandei uma mensagem ao Nate a dizer que vou chegar um pouco atrasado. Depois de ele me responder, guardo o telefone no bolso, abro a garagem e arranco com a mota para a praia.

  Cheguei à praia e já estavam todos lá. Tirei a camisola logo que me aproximei deles e o Nate reparou na minha chegada e apontou logo para o que  já estava à procura, a Rafa. Então ri e agradeci em silêncio e fui para a frente dela.

Todos os dias às 18:08Onde histórias criam vida. Descubra agora