Todos os dias às 18:08

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Estávamos deitados no sofá, a televisão estava ligada mas acho que nenhum dos dois estava a prestar a atenção. Eu não sei no quê que ela estava a pensar, mas eu estava a pensar em como o encontro correu bem. Correu tudo como eu e a malta planeamos. Sinto que cada dia que passa eu gosto cada vez mais dela e de a conhecer.

Não me lembro quanto tempo depois de eles irem para cama, nós ficamos acordados. Só sei que pelo menos eu acabei por adormecer.

Estava a sonhar, não sei bem sobre o quê, quando do nada comecei a ouvir um barulho estridente. Parecia o meu despertador mas mais alto e irritante.

Senti que não estava mais a sonhar e que este som vinha da realidade. Não consegui abrir logo os olhos, a única coisa que fiz foi tapar os ouvidos. De repente, num volume mais baixo do que esse som irritante, a Rafa, pelo que pareceu, gritou:

-FODASSE, JOÃO!! PARA COM ESSA MERDA!!

-Toca a acordar, cambada de dorminhocos! Hoje está um belo dia para apanhar uma bebedeira!-disse o João continuando a fazer o barulho.

Decido abrir os olhos para ver como é que ele estava a fazer aquele som horrível. E lá estava ele, a sorrir virado para a Rafaella, com dois tachos em cada mão e a bater um no outro.

-JOÃO, CARALHOO! TU VAIS PARAR COM ESSA MERDA OU QUERES APANHAR?!- gritou novamente a Rafa.

Nesse momento, soltei um ligeiro riso, apesar de estar irritado por causa do som, porque ela parecia uma mãe. Só faltava dizer que ia apanhar com a vassoura. Típica mãe portuguesa.

Como o João continuava, o pessoal começou a descer das escadas, irritados e pareciam jogadores de futebol americano uma vez que todos estavam a atirar-se para cima dele, para tirar-lhe aquelas merdas da mão.

Em poucos segundos, parecia que estava a assistir uma luta de wrestling, mas sem tanta violência. Eles estavam a tentar tirar os tachos da mão, não matá-lo. Acho eu, as únicas pessoas que parecem querer fazer isso é a Rafa e a Júlia, do meu ponto de vista, elas pareciam bastante um demónio.  Estavam vermelhas de raiva.

Parece que encontramos uma, de se calhar bastantes, coisas em comum entre elas, não gostam de ser acordadas à força, principalmente por pessoas as irritarem.

Passaram 5 minutos e finalmente conseguiram arrancar-lhe os tachos das mãos. O João é muito forte, não largava os tachos como se aquilo fosse a vida dele. Ainda bem que ele é forte porque quando apanharam, as únicas pessoas que ficaram em cima dele foram a Júlia e a Rafa a darem-lhe chapadas. Porém, nem parecia doer-lhe, a sua feição estava normal, não demonstrava que lhe doía. Ele estava a rir-se da cara delas, o que meteu a Rafa mais irritada.

-Ainda te ris da nossa cara?! Agora é que te fodes!- disse ela irritada e no final desta fala leva a mão fechada ao sítio mais sensível dos homens.

-Uhhh!-dissemos, todos os rapazes que estavam a assistir, em coro.

-Jackpot!!- gritou a Júlia, naquele momento feliz, levantou a mão para a Rafa e elas fizeram mais cinco todas felizes enquanto o João permanecia no chão a agarrar aquela parte e a choramingar de dor.

-Peço desculpas, João, mas mereceste- disse a Rafa com um pequeno brilho nos olhos por vê-lo a sofrer.

Com esta situação, aprendi uma lição, nunca irritar a Rafaella. Vou colocar no bloco de notas para nunca me esquecer.

-Não peças desculpas por uma coisa que ele mereceu.- disse a Júlia.

-Pois- concordou a Beth- já agora, a Tess?