A saída do inferno

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Entre todas as surras com correias de sofá, todas as torturas e humilhações, ela destruiu a minha auto estima, me apelidava com nomes feio, dizia que eu era feia, tinha cabelo de bombril. Entre isso tudo me tornei uma pessoa reclusa, super tímida eu tinha vergonha até de conversar com as pessoas, de olhar na cara delas, ou talvez fosse pânico dos seres humanos, devido a tudo que eu passava.
Minha mãe saiu primeiro, foi para casa de amigas e nos deixou, não foi lá para nós buscar, mandou as amigas, mas a demônio não deixou é claro, disse que eram piranhas, maconheiras , pra ela todo mundo era assim. Minha mãe tinha que ter chamado a polícia é nos buscado de qualquer jeito, tinha que ter batido o pé, nos salvado a qualquer custo, afinal era nossa mãe. Por que ela não foi lá nos buscar?? Não me lembro dela indo lá, se foi me desculpa mas eu não me lembro. Ela tinha que ter nos levado embora.
Continuamos lá por um bom tempo, até que um dia ela foi lá nos buscar, mas ela nos escondeu lá no fundo da casa, ficamos lá por uns três dias, até que ela nos fez pular aquele muro velho e fingir que estávamos chegando de um lugar que o tio cruel tinha nos deixado, disseram até que ele nem queria falar com minha mãe, tudo mentira, nos só rodeamos a tapera velha e entramos pela porta da frente.
Nisso tudo ouve até um confronto, onde meu avô achou ruim a minha mãe querer ir embora, juntou ele (que sempre defendeu, e defende ela até hoje), com a demônio é humilharam bastante ela, daí ela voltou para nossa cidade e nos mais uma vez ficamos para trás sofrendo como sempre.
Continuamos apanhando, até que um dia o ódio dela se intensificou,  a tarde ela nos mandou pegar uma sandália velha do lixo, tirar a correia, e colocar em outra de material mais duro, não tínhamos força suficiente para fazer isso, então a cada tentativa frustrada era uma surra com pedaço de cabo de vassoura. Ela me bateu tanto nesse dia, me sacudia pelos cabelos, minhas costas ficaram toda machucada, ela moeu o meu osso das costas a escápula, do lado direito não aponta pra fora como o do lado esquerdo, acho até que por isso até hoje sinto dores muito forte nas costas que nem consigo respirar.
  A surra foi tamanha que no outro dia dei febre na escola, a professora foi me levar a secretaria é passou a mão pelas as minhas costas, aquilo doía, não falei nada, mas me afastava pra longe de suas mãos, quando chegou na secretaria ela contou, eles olharam e viram o estrago, chamaram a polícia, o Conselho tutelar , eu entendo a escola fez o certo, a demônio ainda aproveitou uma oportunidade para me persuadir a dizer que foi meu irmão, eu disse, só que não aceitaram, uma criança não ia fazer aquilo. Foi muito errado a polícia ficar andando comigo e com ela no mesmo carro, no conselho tutelar eu ficar com ela na mesma sala, isso não deveria ter acontecido nunca, eu tinha que ter sido resguardada, ficado longe dela.
  Passamos o dia todo andando juntas, até que em um lugar ( não me lembro se era conselho tutelar ou delegacia), eu fui colocada separada uma mulher me perguntava quem tinha feito aquilo comigo eu respondia que o meu irmão, ela dizia que então eu ia voltar para a casa da demônio ( não é digna nem que eu pronuncie seu nome?), eu dizia que não queria ir, ela me perguntou isso umas 50 vezes ou mais, ela registrava tudo em uma máquina, e saia um papel da máquina, tipo uma registradora. Até que surgiu um o homem, o meu salvador, não sei o nome, (o rosto dele esta quase apagado da minha mente, mas sei que era baixo e forte, e a pessoa em si eu jamais vou esquecer) ele pediu licença para a mulher e fez as mesmas perguntas, só que houve uma vez em que ele me disse: "Eu conheço ela, sei que ela é ruim, que foi ela quem fez isso com você, pode me contar", saiba senhor que se estiver vivo lendo esse livro, saiba que sou eternamente grata a você, essas palavras diferentes da outra mulher salvaram a minha vida, saiba que se não estivesse as dito a mim, ela ia me matar a pauladas, sou eternamente grata a você.

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