II - 25

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⚠️Esse capítulo pode conter gatilhos relacionados ao luto. ⚠️

Ethan

O vento das montanhas illyrianas doía.
Eu gostava disso ultimamente, nem me preocupei em colocar um couro forrado e mais grosso.

Adam estava treinando comigo como fazíamos sempre três vezes por semana.

Ele tinha pedido a Catrin para que eu viesse. Eu não consegui negar. Essa era uma das poucas coisas que eu fazia a mais de seis meses.

— Quando você pega uma corrente boa, deixe as asas abertas e plane. Se você bater, vai ir mais rápido, mas vai se cansar demais. — Instrui já no fim da nossa aula, que eu encaixava entre os outros treinos dele com os Illyrianos.

— Tá, entendi. — Ele disse.

Adam era inteligente, pegava as coisas rápido.

— Você vai ser um ótimo soldado Adam, você vai ver. — Eu encorajei.

— Ótimo, assim depois que você voltar para sua Legião e eu passar pelo Rito de Sangue, eu vou voar com você. — Ele diz animado.

Congelo. Minha Legião, que eu tinha pedido dispensa a meses.

Tinha pedido a meu pai e a tio Rhys o afastamento temporário. Acho que eles não imaginavam que eu ainda não tinha pretensão nenhuma de voltar. Não quando tudo ali me lembrava a ela. Era um sacrifício até mesmo vir ali para treinar com Adam e visitar Ophellia.

Illyria tinha perdido o sentido. Eu que tinha aprendido a gostar das montanhas geladas, que tinha aprendido a ver as coisas boas que ainda existiam naquele povo, tinha encontrado meu propósito na Legião. E tinha encontrado um amor. Tinha encontrado alguém que eu amava e que me amava também e quando Dyana se foi, todo o resto foi junto com suas cinzas ao vento quando Nyx queimou seu corpo.

— Vamos, eu te levo em casa. — Eu disse e voei com ele até a Casa que um dia foi de Dyana.

Eu me lembrava exatamente do primeiro dia em que tinha ido até lá.

— E se seus pais não gostarem de mim? — Perguntei apreensivo.

— Você dirige uma Legião com mais de mil soldados Ethan, não é possível que esteja com medo de um. — Ela rebate.

— É claro que estou. Quero que eles gostem de mim pelo menos um pouco. — Digo.

— Eles vão, não se preocupe. Se ficar nervoso vai ser pior ainda. Além disso, meu pai te conhece, na verdade todo mundo te conhece. — Ela diz.

— E não é com isso que eu devo me preocupar? — Questiono.

— Não, já disse que minha família não é ruim, eles gostam de você. — Ela disse. — Eu acho — Sussurrou a última parte.

— Esse "eu acho" não me tranquilizou em nada. — Eu Brinquei.

Ela riu.

— Vamos logo, medroso.

As memórias foram embora quando a mãe de Dyana abriu a porta.

— Ethan, como vai? — Ela perguntou.

— Bem, tudo bem. — Respondi. Uma mentira, nos dois sabíamos.

— Adam, vá lá para dentro comer alguma coisa, daqui a pouco você tem que voltar para os ringues. — Elara disse.

— Tá bom. — Ele respondeu. — Tchau Ethan!

— Tchau Adam. — Me despedi e ele foi para dentro da casa.

A Corte de Asas e EspadasOnde histórias criam vida. Descubra agora