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- Vergonha? - perguntei confusa.
- Sim, dá minha situação.Minha mãe morreu, eu vim morar a força com minha tia e eu estava destruída.Eu tinha vergonha disso, de estar um caco - saiu uma lágrima de seus olhos.
- Mais você contou para Avani.Avani poxa, você nem era amiga dela direito.Eu era sua amiga, eu era um pessoa que você poderia se apoiar - meu coração ainda dói dizendo tudo isso, colocando tudo para fora.
- Eu sei...Eu contei para ela, porque queria continuar vendo as crianças e também porque é mais fácil contrar para ela, não sei dizer o porquê - interrompi ela.
- Então você não queria me ver, é isso - cocei meu olho.
- Não, eu só não queria que você você visse no meu estado.
- Foram meses, Addison.
- Meses que não foram suficiente para eu me recuperar.Eu tive que ir em psicólogos, psiquiátricos e estou tomando remédio.Eu me tornei uma pessoa extremamente agressiva, descontrolada e sozinha.Eu precisava de ajuda, mais não da sua ajuda no momento.
Suas últimas palavras me machucaram e muito.O problema era eu.
- Tudo bem, já entendi - me levantei - vou embora, vou deixar você se recuperar.
- Não, por favor - segurou meu braço e se levantou.
- Não? Eu não estou te entendendo.Você acabou de falar que não queria me ver.
- PORRA VOCÊ NÃO ENTENDE, MINHA MÃE MORREU. MORREU - alterou a voz, agora agora estava gritando comigo.
Eu levei um susto quanto ela começou a gritar.
- EU QUERO VOCÊ PORRA, MAIS EU NÃO ESTAVA EM UM MOMENTO BOM PARA ADMITIR E CONTINUAR COM ISSO - ela começou a se afastar - Eu preciso, ficar longe de você.Você me faz sentir coisa, boas, mais que me destroem ás vezes.Não quero mais pessoas na minha vida, acabei de perder minha metade e não quero sentir essa dor de novo - eu me aproximei dela enquanto eu falava e peguei na sua mão.
- E sinto muito por você ter perdido sua mãe.Não imagino sua dor.Mais eu queria te ajudar, eu quero te ajudar.E quero fazer parte da sua vida.
- Quanto mais pessoas entram na sua vida, mais pessoas saem - eu sabia a referência dessas palavras, de qual livro.Mais saindo da boca dela é tão doloroso.
- Mais eu não vou sair, nem se você quiser - minha mão foi parar no seu ombro - por isso vim aqui, para estar do seu lado, para tentar te entender.
- Eu não quero te perder, não quero que você morra.
- Eu não vou.Você não vai me perder, eu vou ficar com você.
Nós sentamos no sofá e ficamos nos encarando.
- Você vai ficar? - perguntou.
- Com você? - ela fez que "sim" com a cabeça - Sim - intrelacei nossas mãos.
Ela apoiou a cabeça no meu ombro e eu fiquei olhando para nossas mãos entrelaçadas.
- Me perdoa... - me virei para ela.
- Não tenho nada para perdoar, você só se escondeu.Você tem que pedir desculpas para si mesma.
- Obrigado...Por ficar comigo - encostei nossas testas e vi uma lágrima cair em seu rosto.
- Tá tudo bem.Agora está tudo bem, amor - beijei sua testa - Tudo bem - repeti.
- Agora é sério, quem te contou que eu estava aqui? - eu ri fraco.
- Fui Avani, quem mais seria? Eu já tinha falado que foi ela - rimos juntas.
- Eu vou quebrar a cara dela.
Ficamos sentadas no sofá conversando sobre várias coisas aleatórias e eu estava rindo muito, nós estávamos.Eu senti falta disso.
Chegou a hora de se despedir, de voltar para casa, sem Addison.
- Tchau - beijei sua bochecha.
- Só isso? - soltei uma risada nasal.
Me aproximei dela e beijei ela, de verdade agora.Um beijo maravilhoso, lento e envolvendo a língua.Um beijo rápido saudade involvida de também em um território desconhecido.Terminamos o beijo com um selinho.
- Pode me visitar quanto quiser - soltou um sorriso malicioso e eu ri.
- Agora é sério, tchau - dei mais um selinho nela e saí.
Entrei no meu carro e a garota ainda estava me observando, sorri pra ela.Dei partida com o carro acenando para ela que entrava dentro da casa.
