- Ah mãe, tô querendo tanto ir para escola.Ficar aqui é um saco - bufei.
- Oh filha, você ainda está em recuperação.Além da sua memória sua perna tá ruim, você não pode sair por aí e a escola seria um dos lugares mais perigosos para ir.
- É, tudo bem.Não tenho escolha mesmo.
A médica fisioterapeuta entrou no quarto.
- Senhorita D'amelio, está na hora da fisio - sorri para ela.
- Vou tomar um café, já volto filha - minha mãe deu um beijo na minha testa e saiu.
- Eai, como está se sentindo? - perguntou se aproximando e me ajudando a me sentar na cama.
Por causa da cabeça ou alguma coisa do tipo, que eu não entendi muito bem, eu perdi alguns movimentos e preciso voltar aos poucos.Talvez volte com meses, semanas ou até anos, tudo depende de mim, do meu esforço.
Hoje faz exatamente 3 semanas que eu estou no hospital e está sendo um saco.
- Estou bem, eu acho.Estou melhor que ontem pelo menos, mais ainda tudo dói.
- É normal, aos poucos vai melhorando.Hoje vamos tentar andar, já que faz um tempo que você está conseguindo ficar em pé - apenas assenti sorrindo.
Ela me ajudou a ficar em pé e começei a tentar andar pelo quarto.É muito difícil, não sinto direito controle pelos meus pés e é dolorido, não sei descrever a sensação.
- Olha, você está conseguindo.Isso, um pé de cada vez - falou enquanto eu me apoiava nela.
Eu comecei a ficar com dor, muita dor, no corpo todo e cai do chão.Eu odeio quando isso acontece, me decepciono comigo mesma.Me sinto uma merda.Se nem conseguir andar consigo, imagina fazer outras coisas, como correr.
- Calma, está tudo bem.Um passo de cada, não se cobre muito - me ajudou a me levantar e a sentar na cama.
Me deitei novamente.
- Por hoje é só, amanhã continuamos.E coloca um sorriso nesse rosto, você está evoluindo muito - sorri fraco.
- Obrigado, Callie - ela acenou e saiu da sala.
[N/A: referência a grey's anatomy, amaram?]
Respirei fundo e comecei a chorar.É frustrante, porque é a única coisa que eu preciso para sair desse lugar.Minha família espera isso de mim, Addison espera isso de mim, minhas amigas esperam isso de mim.Esperam que eu melhore e fique bem depois de um bêbado bater no meu carro e eu quase ficar tetraplegica.
Alguns minutos depois minha mãe entrou no quarto e se sentou na poltrona do lado da minha maca/cama.
- Preciso ir para casa, mais Noah está vindo ficar aqui por algumas horas.Eu volto de noite - beijou minha testa.
- Tudo bem, mãe - sorri fraco.
Ela saiu do quarto e eu fiquei sozinha, de novo.
Depois de 20 minutos Noah finalmente chegou.
- Nossa que ódio, juro - largou sua bolsa na poltrona.
- O que foi? - ele sentou na beirada da maca.
- Já falei que odeio a Riley? - eu ri.
- Quem é Riley?
- Uma amiga da minha irmã.Juro, aquela menina é insuportável.
- O que ela fez? - perguntei curiosa.
- Ela se acha a dona do apartamento.Minha irmã quer que ela more lá com a gente - ele revirou os olhos.
- Mais o que ela fez para você ficar assim todo nervoso?
- Ela existiu - eu ri novamente.
- Acho que isso não é um motivo para você odiar ela.
- Ela fica invadindo meu espaço pessoal.Ela entra no meu quarto o tempo todo sem bater na porta e me atrapalha, ela entra no banheiro quando sabe que eu tô lá dentro.Esses dias, eu fiz uma comida para mim e deixei no balcão, aí essa corna foi lá e comer.Além de ficar colocando som alto enquanto eu tô dormindo.Que ódio, juro.
- Você gosta dela - ele me olhou incrédulo.
- QUE? NÃO, NUNCA - ele praticamente berrou.
- Você gosta dela.É visível só pelo jeito que você fala dela, do jeito que você fica quando fala dela.
- Eu não.Aquela menina é o cão em pessoa - ele insistiu.
- Tudo bem, vou deixar você descobrir isso sozinho - ele revirou os olhos e eu ri.
- E você? Como está?
- Nem sei mais.Para todo mundo eu falo que tô bem, mais na verdade só queria sair daqui e ir chorar na minha cama - ele pegou minha mão - Sinto que tô sozinha, mesmo não estando.
- E você não está mesmo.Olha o tanto de gente querendo te ajudar, gente que te ama e que quer te ver bem - limpei uma lágrima que saiu dos meus olhos.
- E é por isso que eu me sinto precionada sobre melhorar e voltar a ser eu de novo.Por todos que me querem bem, eu me sinto assim, mesmo não querendo sentir.
- Sinto muito por você pensar assim, mesmo.E você sabe que é a única que pode fazer isso dar certo, mesmo com apoio de todos, é você que faz acontecer - sorriu.
- É, acho que sim - ri fraco.
Ele ficou contando algumas fofocas da faculdade dele, muitas fofocas boas.
- Licença, Senhorita D'amelio - uma policial entrou no quarto.
Eu já tinha visto ela, conversado com ela outras vezes, sobre o acidente.
- Oi - sorri fraco.
- precisamos conversar, pode? - perguntou se aproximando.
- Mais minha mãe não esta aqui, e eu sou de menor.
- Não tem problema ela não estar aqui - assenti.
Olhei para Noah, que me olhou e ele saiu da sala.
- Temos novas notícias sobre o cara...
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Hi, a fic ta acabando aaaaaa
Bjs, titia manu que realmente vai postar hoje.