Capítulo 47

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É quase seis da tarde. Estou numa grande, e movimentada, calçada, em frente à loja oficial da Guempy. Foi nesse local que, vários meses antes, cliquei no botão "comece a amar" e minha vida mudou drasticamente... Pra melhor. Nunca antes a Laila aqui chegou tão cedo pra um primeiro encontro! Isso é sinal de consideração...

— Francisco, cadê você? — falo, pra mim mesma.

Como não sou acostumada a esperar, fico mais ansiosa que o normal. Meu coração bate duas mil vezes por segundo! Ou pelo menos umas cem vezes por minuto... Parece que meu órgão vascular vai sair do peito com tanta pressão! Estou feliz e aterrorizada ao mesmo tempo. Não sei como explicar.

— Logan? — confiro se meu Guempy não está me espionando. — Você está aí? Se tiver, por favor saia! — falo baixinho, pra não parecer uma louca. — Vai que o garoto está esperando você sair pra ele aparecer...

Contrariando meu namorado, decidi fazer o que Francisco pediu. Fui ao ponto de encontro, um local público, sem levar Logan comigo. Não sei bem o porquê de ele ter imposto essa condição, mas eu quis segui-la pra garantir que o velho Logan realmente aparecesse. Eu não podia arriscar perder a chance única de vê-lo, desobedecendo uma coisa tão boba dessas. Vai que ele não confia no Logan amigo, e sabe que ele pode denunciá-lo assim nós nos encontrarmos? Logan é meu melhor amigo, mas no fim das contas ele é uma programação, por isso, segue o que foi projetado pra fazer.

— Com licença...? — uma pessoa fala comigo, pelas minhas costas.

— Oi? — me viro, super empolgada.

Um homem, não um garoto, mas um homem (e que homem!) sorri pra mim, confuso. Ele tem olhos cinza, lindos, e uma cara séria, meio intimidadora, mas não de um cara mal. O estranho tem uma beleza super fina e elegante. É alto e tem cabelos castanhos longos. Lembra muito o cara do filme "Cinquenta Tons de Cinza". Será que ele é o Francisco? Se for eu posso me apaixonar agora mesmo...

— Desculpa a intrusão... — ele sorri pra mim, meio abobado, falando com um sotaque lindo e super diferente. — Mas saberia me informar onde fica a rotatória José Mariano?

— Sim, sou eu, a Laila. — falo sorridente, quando me toco que não devia ter dito isso — Pera! O quê?

— Eu não sou daqui, como você deve notar pelo meu sotaque. — ele continua sorrindo (e que sorriso!). — Estou meio perdido, diz aqui no GPS que estou na rotatória, mas não vejo placas informativas, nem nada.

Que decepção... É apenas um estranho pedindo informação. Aff. Aff! AFF!

— Você já está na rotatória José Mariano... — falo, sem muito ânimo.

O homem estranho, de maneira educada, confirma que não é Francisco, pois sai sem dizer nada mais que um "muito obrigado.". Olho ao meu redor. Nada de ninguém, nem nenhum alguém! Aff! Tô parecendo meu pai, falando coisa sem sentido. Pego meu celular Guempy e, pra minha surpresa, falta menos de um minuto pras seis da tarde. E eu achando que ele estava atrasado...

— Laila? — ouço uma voz me chamar. — Sou eu, Francisco.

Tem... Alguém... Atrás de mim... CHAMADO FRANCISCO! Calma Laila. Calma. Não se vira ainda, finge que você é uma pessoa normal. Não seja doida agora. Mas por que as pessoas sempre surgem por trás de mim e nunca pela frente? Isso faz eu tomar cada susto, aff... Mas tudo bem dessa vez, porque... Francisco está aqui! Bem atrás de mim. Será que ele é super bonito, ou super muito bonito? Tem que ser super muito bonito, pra compensar esse nome feio dele. Pelo menos pela voz ele parece um cara bem lindo.

O Amor Perfeito - Guempy (Finalista Wattys 2022)Onde histórias criam vida. Descubra agora