O Amor Perfeito - Guempy (Finalista Wattys 2022)

Capítulo 48

Os meses de novembro e dezembro passam voando e, quando percebo, um ano novo surge, com muitas novidades envolvidas. A ficha finalmente cai: vou me mudar pra morar na capital! Após ter feito uma excelente prova do ENEM (sou fodona mesmo!), eu e minhas duas amigas conseguimos passar pra cursos ótimos, em universidades federais! Todas nós queríamos fazer medicina, mas, infelizmente, só eu Kayla conseguimos nota suficiente pra essa faculdade concorridíssima. Já Bianca, passou pra enfermagem, enquanto Lana, conseguiu entrar pra Biomedicina. Enzo também veio com a gente, junto do Thiago, o namorado de Bianca. Os dois passaram em engenharia em viraram ótimos amigos.

Nós alugamos uma casa super linda (e enorme!) onde moramos todos os seis. Nós seis e nossos Guempys, claro. Valentina, Logan, Jacob e Wagner, o Guempy que Lana ganhou de presente em seu aniversário, fazem com que minha vida pareça uma festa estilo "American Pie", ou qualquer outro filme hollywoodiano sobre vida universitária. Mas sem drogas, claro. Eu proíbo esse tipo de coisa na minha nova casa. Sim, eu que ponho ordem na casa.

É início do semestre, somos turistas numa cidade enorme (cheia de usuários de Guempys, vale comentar) e temos uns aos outros. Enfim, nossa vida está perfeita. Não tem como melhorar! Se tem... Eu não sei. Poderia... Talvez... Ficar melhor se... Francisco desse sinal de vida, mas... Ele não falou mais nada desde aquele dia. Sinto falta dele... Ainda tenho um pouco de remorso de como agi quando nos reencontramos...

Caminhando até o local da minha próxima aula, meio perdida entre os prédios do campus, não sei mais nem se estou no bloco do curso de medicina. Com medo de atrasar na primeira semana de aula, ansiosa como sou, procuro pela pessoa mais próxima pra pedir orientação.

— Ei, pessoa! — falo, pegando no braço de alguém que não me viu chegar, mas estava parado, encostado numa porta, mexendo no celular. — Onde é que eu encontro a sala...

— Laila? — o cara, desconhecido, fala meu nome e eu fico perdidinha.

— Oi? Eu te conheço?

O homem em questão é um pouco mais alto do que eu. Tem ombros largos, cabelo penteado em formato de cuia e olhinhos esticados. É bonitinho.

— Eu sou amigo de Francisco... — ele fala sorridente, mas, do nada, leva a mão à boca e fica nervoso.

— Francisco?! — eu fico perplexa com aquilo. — Qual Francisco? O da Guempy?

— Não... — o desconhecido fica nervoso. — Francisco... Da padaria. — claramente ele está mentindo.

Olho pra roupa dele e, pra minha animação, posso ver o logo da empresa Guempy estampado em seu peito.

— Você conhece Francisco... O meu Francisco!

— Eu... Me confundi! — o homem abre a porta, que estava encostado, entra e a fecha na minha cara.

Por rapidez, eu coloco o pé na porta, impedindo-o de se trancar.

— AI! — grito de dor, pois estou de sandália rasteira. — SEU VIOLENTO!

— Desculpa! — ele abre a porta e tenta me acalmar. — Não foi minha intenção.

Uso a dor real que sinto pra convencê-lo a me deixar entrar e sentar, junto a ele, dentro da sala. Ele me serve um café com bolachas, e eu aceito, mas só tomo o café. Descubro que seu nome é Yuri, mas qualquer informação adicional parece ser impossível de tirar dele. Só depois de forçar bastante a barra, finalmente, consigo fazer com que ele fale sobre Francisco.