CAPÍTULO 1

123 17 0
                                    


Os meses passaram... 

Os dias eram repletos de afazeres, mas as noites eram solitárias. E suas companheiras de grupo não lhe davam muita atenção.

Alícia já estava ali há um ano, quando receberam uma nova companheira.

- Dizem que é francesa e foi expulsa de várias escolas tradicionais! - sussurravam as moças.

Ao ver uma loira miúda entrar no pátio, Alícia olhou-a curiosa, seu ar determinado chamava atenção.

- Ela é filha da Baronesa Leclaire...

Os cabelos loiro-acinzentados estavam impecavelmente penteados, o rosto em formato de coração era corado e os olhos verdes brilhavam alegres e desafiadores. Era impossível acreditar que ela havia sido expulsa por mal-comportamento.

- Alícia! Porque não leva a srta. Leclaire para conhecer seu novo quarto?!

- Sim, senhora!

Sem encará-la, Alícia levou-a em direção aos dormitórios e indicou-lhe o seu quarto.

- Você é muito certinha e submissa. Devia ser mais ousada, garota! - criticou a francesa.

- Sei disso, mas... - encolheu os ombros - sou assim!

- Bem, agora que estamos longe daquela corja...

- Daquela o quê?

- Corja! Digamos um bando de fofoqueiras.... posso ser o que quero. Antes diga-me seu nome?

- Alícia Leonardi.

- Sou Desirée. - ela olhou-a e sorriu maliciosa - Deve estar curiosa para saber se é verdade o que estão falando....

- Eu não... não...

- Mais é educada demais para perguntar. Então eu respondo ... sim, sou francesa e também fui expulsa da última escola. Como diz mamãe: sou ... Ange polisson. Quer dizer...

- Anjo desobediente! - traduziu Alícia.

- Então sabe falar francês?

- Sim... falo italiano, alemão e espanhol... e também estou aprendendo o português! - foi sua frase mais longa desde que chegara ali.

- Muito bom. Acho que vou gostar de você... bem, sou muito impulsiva e a diretora não gostou do festival que organizei e com os meus outros atos de rebeldia, não houve outro jeito a não ser me mandar de volta para casa. Agora, não me pergunte o que fiz porque não vou contar.

- Eu entendo. Quer ajuda para guardar suas coisas?

Apesar da língua afiada de Desirée, elas se tornaram boas amigas ... eram duas excluídas, apesar que a francesa era bem mais aceita nos grupos, já Alícia...

- Essa gorda, também?! - perguntavam.

A amizade se fortalecia a cada dia e estavam chegando as férias.

-Vai voltar pra casa, Alícia?

- Não. Todos vão viajar nessa época, então eu fico no colégio.

- Puxa, eles gostam mesmo de você. - ironizou Desirée - Não levo você comigo, porque mamãe já tem hóspedes durante toda a temporada.

- Não se preocupe comigo. Estou acostumada a ficar sozinha, mas esperarei ansiosa pelo reinício das aulas.

- Eu também. E isso é novidade! - riu Desirée.

Dois anos depois...

- Acha mesmo que a baronesa vai aceitar minha presença? - perguntou Alícia, receosa.

Uma Condessa para Amar (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora