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║Frustração║

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║Frustração║

"Jaemin-ah?"

Sua avó lhe chama, mas o garoto está muito ocupado deitado na cama contemplando o teto branco - e as aranhas que ele tem dó de tirar dali.

"O que aconteceu?" - a senhora pergunta, andando devagar até a cama também e sentando-se na beirada.

Por que a avó dele sempre acha que só porque perguntou com aquela voz fofa, Jaemin vai contar seus segredos para ela?

"Tá, foi o seguinte" - se sentou.

Não sabia exatamente por onde começar, então resumiu a história em três pontos. 1) Sua desconfiança em Renjun, que se provou completamente infundada depois de ver a maldita pasta e só achar um histórico escolar terrivelmente normal. Inclusive, aquilo lhe rendeu uma descobeta incrível quando a ômega do segundo ano que lhe mostrou os papéis pareceu aceitar perfeitamente bem a desculpinha esfarrapada de 'é pro grêmio'. Ele ia abusar mais desse poder no futuro, tinha certeza. Mas pra nada grave, eu juro mãe!

O segundo ponto era que Haechan ainda estava recluso igual um neandertal dentro de sua caverna. Bom, essa foi a expressão que usou quando Jisung lhe levou para uma sala escondida dos outros e perguntou se estava tudo bem e Jaemin simplesmente gritou, porque estava querendo muito contar para Donghyuck todo o seu drama e o maldito não saía do cárcere do quarto desde que entrou no cio. Já faziam dias!! 

No fim, Jisung nem estava preocupado - mas ficou. O garoto só queria lhe oferecer chocolate escondido dos outros. Bom, pelo menos tinha relaxado um pouco de dar uns berros. E de comer chocolate.

E o terceiro - que, sinceramente, era o motivo de sua crise existencial do momento - é sua total falta de progresso em flertar com Renjun e Jeno. Será que eles realmente não o levavam a sério?!

Quando comprou café para os dois no almoço, ambos lhe disseram o quanto fazia mal, lhe dando sermão que ele já tinha tomado de manhã e que devia tentar largar o vício ao invés de arrastar os outros para o buraco com ele (tá, quem disse a última parte foi Chenle). 

Quando chegaram na sala cedo demais, Jeno pediu para que ele ascendesse a luz e quando ele disse "você é toda a luz que eu preciso na minha vida", o Lee riu (riu!) e respondeu com um "Na Jaemin! Eu não consigo enxergar!"

Quando Renjun mandou uma foto engraçada no chat que Jaemin tinha criado (e Renjun mandar algo por livre e espontânea vontade já era digno de uma comemoração), ele tinha respondido com um 'kkkkk' e o que Jeno fez? Disse que ele era mentiroso por não estar dando risada na vida real. Jaemin deu então a risada mais alta, forçada e até um tanto psicopata da vida naquele momento. E provavelmente ele devia ter esperado até a professora ter liberado todo mundo primeiro. Talvez.

Tentou ganhar um elogio - foco no tentou - e roubou os óculos de Renjun quando este levou para usar no colégio. "Como eu tô com seu óculos?" perguntou, mas ganhou apenas um "eu não faço ideia" do ômega que estreitava os olhos do outro lado da mesa, fingindo ter mais miopia do que o diagnosticado. Foi engraçado, se a risada alta de Mark fosse qualquer sinal, mas não custava nada ter dito que ele ficava bonito, né?!

Quando disse para Jeno "se você quer saber o quanto sua amizade é importante pra mim, é só contar quantas estrelas tem no céu", o alfa riu (DE. NOVO.) e respondeu "mas tá de dia!"

Os últimos dias não. tinham. sido. fáceis.

Talvez aquilo tivesse machucado mais fundo do que ele se permitia dizer. Porque, de verdade, ele tinha dado seu máximo! E o que eles fizeram? Riram, dispensaram, acharam que estava errado ou que era brincadeira. O café era caro e especial!!! Como eles ousaram não perceber que Jaemin estava entregando seu coração ali?! Era. Café! Sinceramente!

Mas o fim mesmo, o fundo do poço, de onde ele não ia tentar sair (estava até achando o poço confortável, a essa altura) foi a reação de Jeno quando contou sobre ir para o grêmio.

O alfa tinha ficado com um rostinho tão... perdido que quase que Jaemin disse que era piada e deu para trás. A voz do Lee estava ferida quando ele perguntou "você vai sair do basquete?"

E, olha, Jaemin tinha um coração (ele inclusive era de Jeno, mas isso não vinha ao caso), então evidentemente ver os orbes castanhos tristes, justo aqueles olhos que pareciam duas luas crescentes adoráveis quando ele sorria... aquilo acabou consigo.

Explicou pelo menos umas quatrocentas e trinta e duas vezes que ia sentir saudades do tempo que passavam juntos e das conversas do vestiário. Ia sentir saudade até das implicâncias entre Jeno e Chenle durante o jogo inteiro - basicamente, Chenle irritando Jeno.

Explicou mais umas vinte e sete vezes que o horário que estaria no grêmio era o mesmo que do basquete e que por isso eles continuariam voltando juntos para casa. Amigos unidos andam de bike unidos!

Entretanto, o sorriso não mais chegou aos olhos de Jeno, mesmo que eles tenham se iluminado com uma certa admiração quando o Na assegurou que ele estava feliz e empolgado com a nova atividade extracurricular.

Eu tô feliz por você, Nana. Você vai ser incrível. - Foram as palavras que soaram sinceras e intensas. As palavras que ainda ressoavam em seus ouvidos.

Mesmo com aquelas palavras, ele e Jeno voltaram em silêncio para casa naquele dia.

De novo. Nada. Fácil. Queria poder inventar um cio fictício e se enfiar na sua própria caverna, pedir para ir no banheiro e não voltar mais  - literalmente. igual donghyuck.

Então o que disse para sua avó começou com:

"Eu vivo por dois motivos."

E terminou com:

"Eu nasci. E eu ainda não morri."

Levou um tapa que até que foi merecido, mas contou sua última preocupação mesmo assim.

"A gente vai passar o fim de semana no Lele amanhã. E eu não sei se aguento ficar assim pertinho deles, harmeoni."













Att dupla, lesgeddit? Roll up to the party 

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