IV - amour

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n.a.: olá, luazinhas! só informando que nesse capítulo contém uma cena breve e sem muitos detalhes que pode ser desagradável para algumas pessoas, caso prefira ler sem ela, me avise que eu digo qual parte deve pular. 

boa leitura ♡

☾︎

I want you to tell me
You find it hard to be yourself
So I can say it's gonna be alright
And I want you to love me the way you love your family
The way you love to show me what it's like to be happy

☾︎

Acordando no dia seguinte, Louis se sentia bêbado. Bêbado de amor, com ressaca de uma companhia bonita e com lembranças memoráveis de uma tarde regada pela beleza de duas almas apaixonadas. 

Com preguiça mas ansioso para ver Harry novamente durante suas aulas daquele dia.

Arrastou seus pés para fazer sua rotina matinal, lavou seu rosto rapidamente na água da bacia e deixou permanecer naquela água parada todas as suas angústias e incertezas. Ele não sabia como proceder após se certificar de que sentia algo pelo garoto mais novo, ainda não sabia o que era.

Seria amor?

Quando se vive em um mundo onde respostas vem e vão com enorme rapidez, mal dando tempo para questionamentos ou elaborar propostas plausíveis, acabamos nos acostumando com argumentos prontos.

É tão objetivo quanto matemática e pouquíssimo crítico quanto química ou física.

No momento em que Louis se certificou de que realmente gostava de Styles, gostava mesmo, de verdade, permaneceu estático sem saber como proceder após aquela informação. Quando alguém lhe ensinaria a fórmula do amor afinal? Existe uma fórmula para o amor?

Bem, não, mas um menino na Idade Média, no auge de seus 16 anos, saberia disso?

Provavelmente não também.

Nos livros que leu o amor era retratado como um sentimento profundo que chega ardente diretamente no coração. Era dilacerante, reconfortante e desafiador. Ao mesmo tempo que te tranquiliza também te tira de sua zona de conforto. Assim como coloca sorrisos doces em seus lábios, consegue transbordar angústia por seus olhos.

O amor para o cristianismo era a partilha entre duas pessoas ou mais, era a conexão entre duas pessoas que dariam vida a um novo ser. Para os pagãos era a sensação carnal de pertencer, a liberdade do tocar e a sensação de prazer incansável. Para Louis era frio na barriga, coração agitado, olhos brilhantes, mãos formigando e ações impulsivas. Isso era amor.

Ou melhor dizendo, o amor tinha olhos tão verdes quanto esmeraldas, lábios carnudos, cachos castanhos, um corpinho esguio, um coração bondoso e uma mente cheia de palavras reconfortantes. Para Louis, se o amor fosse palpável teria a imagem de Harry Styles.

Ainda assim era difícil sentir tudo aquilo sabendo que um amor assim não poderia de fato ser vivido com tamanha intensidade em tempos tão preconceituosos e com tanta ignorância. Eram poucas as pessoas que usufruíam desse sentimento, nem todo mundo tem a oportunidade de viver o amor. Esse sentimento é seletivo e não adianta procurar pelos cantos, ele que nos encontra e nos atropela em momentos que nem mesmo poderíamos sequer imaginar.

Não era fácil amar em um período que inibia seus sentimentos e rotulava as relações como erradas ou certas dependendo da forma como se estabeleciam. Isto é, o Deus cristão segundo seu porta-voz propagava um amor seleto e rígido. Dois homens? Nem pensar. Duas mulheres? Tampouco. Qualquer comportamento que se desvirtuasse era visto como um pecado digno de não entrar no tão sonhado paraíso.

when the day met the night ☾︎ l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora