O chão encharcado sujou sua saia, mas os trapos já estavam estragados demais para Sohyun se importar.
Uma estranha mistura de cheiro de terra e o odor quase metálico de pedra molhada obstruiu seu nariz que fungava. Seu choro ainda não tinha parado, em vez disso aumentou. Com o forte acúmulo de chuva, Sohyun quase perdeu o ruído das botas se aproximando.
Quase.
— Me deixe em paz. — Sohyun forçou as palavras, estremecendo quando uma mão quente tocou seu ombro.
O homem apenas ofereceu um sorriso com covinhas em troca do seu olhar apreensivo.
— Senhorita, está bastante frio aqui. Você deveria estar lá dentro, se preparando para o grande baile, não? — Seu tom doce acalmou Sohyun e o calor que sua mão ofereceu se espalhou para seu coração com suas palavras carinhosas.
— Pegue isso. Com certeza oferecerá mais conforto do que seu traje atual.
Sohyun franziu a testa, olhando para a caixa que nem tinha notado que ele trouxe. Estranho.
— Eu... não posso aceitar isso. — ela recusou, mas sorriu para o gesto mesmo assim.
Ele riu de novo, pegando sua mão e a ajudando a se levantar. Foi então que Sohyun percebeu seu corpo alto, adornado com enfeites de seda.
— Quem é você...?
— Pode me chamar de.... RM, por enquanto. Agora, senhorita, sugiro que leve meu presente, ou então você pode se atrasar para o baile. Vá depressa e divirta-se. — ele disse, deixando Sohyun sozinha antes mesmo de perceber que segurou a caixa.
Ela não tinha tempo para ficar confusa. Percebeu isso, despedindo-se do túmulo de sua mãe antes de voltar correndo para casa.
Uma vez dentro de casa, Sohyun inspecionou a caixa, horrorizada ao ver que a chuva a deixou encharcada. No entanto, ao abrir a tampa, ela ficou ainda mais chocada ao ver que nenhuma gota tocou o conteúdo de dentro.
Esquisito.
Ela observou o vestido elegante, mas não em excesso. O tipo de vestido que Sohyun sempre sonhou em usar. Além do vestido, havia sapatos e acessórios, que apenas os nobres teriam a sorte de possuir.
Silenciosamente, ela agradeceu ao homem misterioso.
Sohyun tinha que ir ao baile. Seria um desperdício não ir.
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