𝗠𝗜𝗡𝗛𝗔 𝗖𝗜𝗡𝗗𝗘𝗥𝗘𝗟𝗔✿𝑲𝒕𝒉+𝑲𝒔𝒉

𝖼𝗁𝖺𝗉𝗍𝖾𝗋 10

— Você está atrasada. — a madrasta repreendeu quando Sohyun entregou o café da manhã que preparou. Ela prendeu a respiração, sabendo que iria estourar com ela se não o fizesse.

Finja que ela disse 'obrigada' e siga em frente. Vamos lá, você não pode deixar isso estragar o seu dia.

Sua meia-irmã estava reclamando de coisas com a mãe, então estava tudo em ordem.

— Mãe, você está sabendo? O príncipe está visitando as casas para encontrar aquela prostituta do baile.

Espere. O quê?!

— Aquela que o monopolizou por três noites inteiras? Que vadia!

Não, não e não. Isso não estava acontecendo, não havia como ele vir aqui. Ele não conseguiria. Sohyun não arriscou todas aquelas noites correndo e se machucando apenas para ser levada embora novamente.

— Ouvi dizer que ele está usando o sapato que ela deixou cair para descobrir se é realmente dela.

Sohyun deveria ter apenas gastado um segundo extra para pegar o sapato, não teria sido tão difícil. E daí se os guardas estivessem mais perto, isso nunca teria acontecido.
— O quê? Então, se meu pé couber no sapato... o príncipe vai se casar comigo?

Pobre menina, você não quer o Príncipe. O príncipe é um monstro, pior do que sua mãe e você juntas.

— Aposto que ele nem se lembra de como ela é. Vamos apenas dizer que você é ela.

Elas nunca estariam tão desesperadas para estar com ele se soubessem como ele realmente era, com certeza. Mesmo sendo lindo, era cruel. Sohyun devia dizer a elas, devia avisá-las.

Sohyun abriu a boca para falar, mas foi interrompida por sua madrasta.

— O quê, você acha que merece uma chance também, é isso? Você não é nada. Nem pense nisso. — ela rosnou, e todos os pares de olhos na sala se arregalaram quando Sohyun ouviu uma batida forte na porta.

Ela queria tanto correr.

— Limpe nossos pratos, vadia.

Sohyun pegaria o que puder. Se limpar pratos significava que estaria de costas para o príncipe o tempo todo, então isso seria uma bênção. Se ela tivesse sorte, ele nem a notaria, apenas a descartaria como outra serva.

O som das botas dos guardas batendo no chão da casa foi quase o suficiente para ela correr imediatamente. Sohyun não tinha certeza se poderia ficar ali se ouvisse isso novamente. O som a persegue em cada esquina. Mas pior do que isso, pior do que tudo isso é ele.

— Alteza, que prazer. Eu sei que você e minha filha certamente se deram bem no baile nas últimas noites. — O tom doce de sua madrasta deu vontade de vomitar.

— Sério? Posso conhecê-la? — ele parecia animado, muito animado. Era muito pedir que ele se esquecesse de Sohyun?

Sua madrasta riu, de novo, fingida, tão claramente fingida que Sohyun não tinha certeza de como Taehyung não pegou.

— Ora, é claro, alteza! Ela está no quarto dela, vou deixar você falar a sós com ela.

Sohyun ouviu os passos de Taehyung em direção ao quarto de sua meia-irmã, mas tudo era um pouco difícil de escutar. Seus passos pareciam ficar mais lentos quanto mais ele se aproximava, então havia uma pausa e algumas conversas abafadas antes de dois pares de passos. Tanto de Taehyung quanto de sua meia-irmã.

— E daí? É ela, não é? Ela não parou de falar sobre você desde que se conheceram. — a madrasta mentiu mais uma vez.

Taehyung deu uma pequena risada em resposta.