Por que isso, de todas as coisas, teve que acontecer? O universo realmente odiava Sohyun. Essa era a sua punição?
Ela estava tendo uma noite tranquila - mesmo que não pudesse ficar ali por muito tempo. As coisas eram diferentes dos bailes da sua memória - não de um jeito ruim, já que o palácio parecia ainda mais grandioso do que antes. Sohyun se sentiu deslocada. Claro, ela poderia pertencer ao lugar - seu traje facilmente rivalizava com o dos nobres mais ricos - mas não estava acostumada com isso. De jeito nenhum.
Para curar seu nervosismo, Sohyun decidiu explorar o salão de baile com maior profundidade. Talvez simplesmente admirar a paisagem a ajudasse a relaxar. Funcionou durante um tempo.
Sohyun notou que o esquema de cores do corredor estava mais escuro do que costumava ser - as cortinas não compartilhavam mais luz do que o céu. Para combater a tristeza recém-descoberta e os tons vazios, as roupas eram mais ousadas. Principalmente as das mulheres: peças fluorescentes e acessórios arrogantes pareciam ser a tendência. Pelo menos o homem estranho que lhe deu o vestido tinha bom gosto.
Seu nariz franziu de maneira desagradável para uma mulher que usava o conjunto mais ultrajante do baile. Com um 'vestido' exagerado, parecia o tipo de pessoa que buscava atenção desesperadamente. Alguém patética o suficiente para usar qualquer coisa desse tipo era sua meia-irmã...
Merda!
Sohyun se atirou para longe da cena, correndo desesperadamente para sair de vista antes que os olhos do filhote de urubu se fixassem nela.
Ela correu... bem, pelo menos ela queria. Mas isso só chamaria mais atenção, e Sohyun definitivamente não precisava disso. Uma caminhada proposital era tudo o que ela podia fazer, o que a fazia lançar olhares cautelosos para as irmãs sempre que podia.
Sohyun deveria ter sido mais cuidadosa e se repreendeu. Ela sabia que elas estariam aqui, mas se permitiu relaxar. Pelo menos não era sua madrasta - embora ela soubesse que o abutre não teria se afastado muito da filha.
— Por que você está com medo? — disse uma voz rouca e masculina, com uma suavidade que a enviou a um estado de êxtase.
Olhando para ele, seu coração já abalado começou a bater freneticamente, como se esperasse que o homem ouvisse. Ele era um nobre com certeza. Profundos oceanos de seda nadando ao redor de sua forma, o forro dourado - como se os raios de sol tivessem se perdido na seda de seu traje.
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— Sem resposta? — questionou. Se ele percebeu que Sohyun estava olhando, não pareceu se importar. — Diga, senhorita, você gostaria de se apresentar?
— Eu... Meu nome é... — Aish. Ele a distraiu! Sohyun quase esqueceu seu medo - isso até avistar o cetim chamativo vindo em sua direção. Ela teve que se esconder, rapidamente. — Uhm... vamos dançar! — Sohyun declarou, agarrando a mão do jovem e abrindo caminho entre os dançarinos.
