I will survive || Malec

3. Vai ficar tudo bem

N.A.: vai ficar tudo bem mesmo, confiem em mim 💓✨

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alec

Quando Rafe adormeceu no banco de trás, seguindo o irmão que já dormia de forma profunda, Alec se permitiu chorar silenciosamente. Ele tinha planejado ir embora durante o dia seguinte, mas após a reação de Magnus ele não conseguiu ficar nem mais uma noite. Tudo estava acontecendo tão rápido que ele não conseguia assimilar, mas ainda assim, ele só sabia que precisava continuar indo… Indo e indo. Para longe dessas coisas que estavam despedaçando-o lentamente.

Ele e Magnus tinham vivido uma história de amor incrível, e coisas maravilhosas juntas, mas ele estava cansado de lutar sozinho para colocar vírgulas nos lugares em que Magnus estava obviamente colocando pontos finais.

Alec se sentia perdido de si mesmo, vivendo no piloto automático e embora fosse bastante feliz sendo pai das duas crianças adoráveis que dormiam no banco de trás, ainda assim ele se sentia um completo inútil enquanto marido e enquanto profissional. E isso, para ele que sempre tinha lutado para viver coisas que fizessem sentido, era bastante doloroso de passar.

Você achou que eu fosse implorar para você ficar?

A imagem de Magnus, friamente dizendo isso, não parava de vir à sua mente. Alec conhecia o marido que tinha. Ele era orgulhoso e quando esse orgulho era ferido, ele costumava se fechar, erguer uma fachada e fingir que estava bem. Talvez isso tivesse acontecido, mas Alec estava cansado de ser o único a ceder sempre. E sim, uma parte dele tinha desesperadamente esperado que Magnus tentasse encontrar meios de fazê-lo ficar.

Isso doía mais que tudo: ter secretamente esperado que quando sua partida fosse inevitável, Magnus pudesse ser tocado pela possibilidade de perdê-lo, perder o casamento e todas as coisas bonitas que eles tinham construído juntos. Sim, uma parte de Alec, a parte mais irracional e infantil, tinha desejado muito que Magnus se importasse em perdê-lo.

Mas aparentemente as coisas não eram mais as mesmas e ele não era mais importante o suficiente para que Magnus tentasse mantê-lo por perto. Alec olhou para a mão esquerda no volante e reprimiu um soluço, enquanto o corpo se sacudia compulsivamente com o choro. Talvez devesse parar o carro? A marca de onde estivera a aliança estava ali como um lembrete de que ele podia ter deixado as coisas para trás, mas ainda estava totalmente marcado por todo esse sentimento por Magnus.

Eu realmente preciso parar o carro, pensou, e procurou o acostamento. Da forma como estava chorando, era impossível ver a estrada e ele nunca colocaria seus filhos em risco. Ele estendeu o braço e pegou a garrafinha de água no banco do carona. Bebeu alguns goles, tentando se controlar. Olhou pelo retrovisor para as crianças e suspirou aliviado porque não havia nenhum sinal de que seu choro tivesse perturbado o sono deles.  Alec piscou, olhando para o céu estrelado. Tinha pensado em ir para um hotel, mas sinceramente, todo seu corpo implorava por casa, lar, afeto. Então ele decidiu ir para a cidade vizinha, onde sua mãe morava com Luke.

O dia tinha sido um inferno para ele, cheio de altos e baixos. Começou com o choque de entrar no quarto de casal pela manhã, para tomar banho, e ver Magnus dormindo agarrado ao seu travesseiro.

Então, em algum momento da noite ele tinha voltado para o quarto de casal.

Alec ficou ali, parado, admirando a beleza estonteante daquele homem. Ele queria subir na cama e se enroscar em Magnus. Seu coração estava lhe dizendo para fazer isso… Fingir que nada tinha acontecido e se enroscar nele… Mas sua mente o obrigou a se conter. Não. Não podia ignorar mais tudo que tinha acontecido.