7. One and Only

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magnus

Assim que Magnus entrou em área, o celular acendeu com a notificação da mensagem de Alec e o coração dele estremeceu também. Pela milésima vez no dia. Ele estendeu a mão, e viu, pela tela de bloqueio, a notificação:

Marido: Me avisa quando chegar em casa.

Magnus queria responder a mensagem no mesmo instante, mas ainda não tinha chegado em casa. Estava entrando na cidade, e conseguia ver, ao longe, o aglomerado de prédios do centro, para onde estava indo. Ele tinha chorado durante boa parte da viagem. De novo aquele choro incontido, choro que tinha segurado por milhares de vezes.

Ao contrário de Alec, Magnus nunca tinha sido bom em lidar com seus sentimentos. Sempre tinha escondido, ignorado, fingido que nada estava acontecendo. Quando enfim encontrou seu anjo foi desafiado a estar vulnerável. E conseguiu, por diversas vezes. Entretanto, era inevitável: quando se sentia atacado, ele se fechava. Isso foi uma das coisas que tinha lhe afastado de Alec, ele sabia. E era essa barreira que ele precisava quebrar. E estava disposto a isso.

Mas doía muito mais do que ele imaginava, perceber que agora era Alec quem não estava mais disposto. Doía pensar que tinha perdido o timing e que agora estavam em momentos totalmente diferentes. Doía perceber que, realmente, estava perdendo o amor da sua vida.

Assim que chegou ao estacionamento, pegou o celular avidamente.

Magnus: Estou em casa.

Ele olhou para o celular, sem piscar, enquanto a mensagem era visualizada e Alec começava a digitar.

Marido: Que bom.

Bom descanso...

Magnus suspirou. Sair daquela casa e deixar Alec e os filhos lá foi difícil. Ele apenas queria que a família voltasse com ele. Apenas queria entrar pela porta trazendo de volta as malditas malas que ele mesmo tinha ajudado a levar embora.

Em que mundo ele estava quando fez isso? Ele deveria ter se jogado aos pés de Alec e pedido para que ele lhe perdoasse... devia ter pedido para que ele ficasse... devia ter passado por cima do maldito orgulho.

Magnus: Eu amo você.

Ficou olhando para a tela, enquanto Alec começava a digitar e depois parava. Esperou por mais algum tempo, mas ele não voltou a digitar. Magnus suspirou, enquanto a cabeça latejava com uma dor aguda.

Magnus: Eu deveria ter feito tudo ao meu alcance para que você não fosse embora... Agora eu sei disso.

Mensagem visualizada.

Magnus: Sinto muito por ter percebido só agora. Eu amo você.

Mensagem visualizada e ignorada com sucesso. Era engraçado como por anos, Magnus tinha recebido o "eu te amo" do marido como algo tão natural e garantido... Agora ele simplesmente daria tudo para receber isso novamente. Depois suspirou ao perceber que devia subir e tentar dormir. Já era muito tarde e ele precisaria trabalhar no dia seguinte. Só neste momento é que Camille retornou à sua mente.

Mesmo sem ter pensado muito no assunto, ele já tinha tomado sua decisão sobre ela. Não tinha nenhuma dúvida sobre o que deveria fazer... e sua única inquietude é porque, mais uma vez, Alec estivera muito certo, e ele muito errado. Ele ficou olhando fixamente para a aliança de ouro branco na mão esquerda, enquanto estava no elevador. Se ele simplesmente estivesse disposto a ouvir o marido e prestar mais atenção às coisas... não estaria nessa situação deplorável.

I will survive || MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora