10. Café da manhã

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magnus

Magnus sentiu que tinha apenas fechado os olhos quando o despertador tocou. Alec se remexeu suavemente e fez um muxoxo fofo. O coração de Magnus disparou loucamente enquanto ele saía da letargia do sono e sua consciência registrava o fato de que o marido estava confortavelmente aninhado em seus braços.

Ele não pôde evitar o arrepio de gratidão no exato instante em que abria os olhos. Não era um sonho. Ele tinha sonhado diversas vezes com Alec e tinha acordado sozinho na cama. Mas dessa vez, não. Alec estava ali. Em seus braços. O cabelo despenteado dele estava espetado em todas as direções, e as sobrancelhas estavam levemente franzidas como ele costumava fazer quando precisava acordar mais cedo do que previra.

Magnus inspirou o cheiro agradável da nuca do marido, e roçou o nariz na extensão de pele macia. Alec inclinou levemente o pescoço, enquanto a pele se arrepiava com o contato. Magnus não queria sair dali. Não queria levantar. Era uma tortura ter que ir trabalhar enquanto a outra alternativa era basicamente ficar de carinho com Alec, em casa.

Ele estendeu o braço e desligou o despertador. A esse movimento, Alec se virou na cama, ficando de frente para ele, e enfiou a cabeça em seu peito, ronronando suavemente. Magnus desistiu ali mesmo:

- Não vou trabalhar - anunciou, o que fez Alec levantar a cabeça e abrir um olho só (e a visão, na opinião de Magnus, foi a coisa mais adorável do mundo).

- Não vai trabalhar?! - o moreno perguntou.

- Hoje não é dia de cirurgia e Deus me livre de ficar ouvindo gente chata em reunião enquanto eu posso ficar aqui, cheirando você.

E enfiou o nariz no pescoço cheiroso de Alec, que riu baixinho e suspirou. Magnus estava inebriado por aquilo (o cheiro dele parecia ainda melhor do que ele se lembrava) e uma pequena parte de si estava com medo de se levantar daquela cama e tudo desaparecer, como um sonho. Enquanto cada parte de si agradecia por Alec estar adoravelmente grudado a ele, estendeu o braço e enviou uma mensagem para o ajudante de secretaria. Pigarreou antes de começar a falar:

- Bom dia, Marco - percebeu que sua voz estava incomumente animada para aquela hora da manhã. Mas não se importava - Não vou trabalhar hoje. Por favor, remarque minha agenda. Acredito que tenho quatro consultas de pré-operatório hoje, e uma de avaliação inicial. Por favor, realoque elas para o decorrer da semana. Pela tarde eram as entrevistas com os residentes e a reunião com o pessoal do St. Mônica. Remarque isso também. Se precisar de alguma coisa, por favor, me mande mensagem.

Enviou o áudio e jogou o celular para o lado.

- Parecem coisas importantes - Alec fez um muxoxo.

- Você é mais importante - Magnus disse, com fervor e recebeu como recompensa um brilho quente no olhar do esposo.

- Mas eu não vou a lugar nenhum - Alec disse, as bochechas ficando vermelhas - Pode confiar.

- Eu confio - Magnus respondeu, ainda sentindo o estômago esfriar a cada vez que se lembrava de que eles estavam reatando o casamento - Eu só esperei tanto por isso, que simplesmente não vou abrir mão do nosso primeiro dia juntos após esse tempo.

- Hmm - Alec ficou ainda mais vermelho e Magnus estava em êxtase.

- Você quer fazer alguma coisa? - ele perguntou, tentando desviar o pensamento do fato de que tudo que ele queria fazer era continuar com Alec ali na cama… Mas isso lhe traria problemas com o desejo que martelava em seu corpo e com o acordo que eles tinham feito na noite passada.

- Eu só quero ficar aqui com você - Alec disse, confirmando sua maior vontade e seu maior desejo - Quero conversar com você, e… a gente pode decidir o que vamos fazer depois.

I will survive || MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora