A Deusa do lobo

O acordo.

Séculos Antes...

Andrey e Alexey eram únicos, não haviam gêmeos nos seis reinos e eram idênticos, a única diferença entre os dois era que; assim como seus cabelos, seus temperamentos destoavam, enquanto Andrey, o mais velho, era extrovertido, alegre e brincalhão e como era o mais velho seria o alfa por direito, quando encontrasse, sua prometida; Alexey era introvertido, calado e taciturno, nos reinos, todas as crianças já nasciam com uma marca que indicaria, quem seria sua prometida, mas no caso dos gêmeos, ninguém sabia se os dois teriam uma parceira de alma ou como iria funcionar para eles. O que marcava os prometidos era uma marca igual e as vezes se passavam séculos até que a prometida de alma nascesse; sempre que uma fêmea nascia, a família enviava o desenho de sua marca para todos os reinos para que o par fosse encontrado. Andrey e Alexey já estavam com 277 anos quando a marca correspondente chegou. O problema era que os gêmeos tinham marcas iguais, com uma mínima diferença; na marca de Alexey, a lua era um pouco maior, questão de milímetros, então ficou decidido que o parceiro de alma dessa fêmea seria Andrey, por ser o mais velho e pela marca ser exatamente igual. Quando a fêmea veio pela primeira vez os conhecer aos 18 anos, a decisão demonstrou-se acertada, pois assim que Nix e Andrey se olharam se apaixonaram perdidamente, os enamorados só podiam firmar a parceria quando fosse ocorrer a transformação dela que seria entre 23 e 24 anos, a idade variava de fêmea para fêmea. Os parceiros deveriam acasalar e assim o vínculo estaria completo. No caso de Nix e Andrey, ela se tornaria deusa e ele um alfa. Se algo desse errado na noite de transformação e a fêmea não conseguisse acasalar com seu prometido, ela pereceria para reencarnar novamente, até conseguir se unir ao seu verdadeiro parceiro de alma. Embora o temperamento dos gêmeos diferice, eles não se largavam, estavam sempre juntos, mas quando Nix chegou, tudo mudou. Andrey só tinha olhos para sua prometida e Alexey que já era retraído e taciturno foi ficando cada vez mais e se isolando de tudo e de todos. Nix era órfã de pai e mãe, os dois haviam perecido em um curto período de tempo. Primeiro o pai, depois a mãe. Ninguém sabia dizer o que os havia acometido e não voltaram à reencarnar, o que era bem estranho, pois eram imortais. Quem cuidava de Nix era seu tio Drako, um homem grande e com um olhar frio que arrepiava a alma. Ele tinha uma filha que se chamava Luna, ela era bem bonita e agradável. Tinha cabelo cinza quase branco, que lembrava à lua nova, por este motivo seu nome. Seus olhos eram de um preto quase sombrio, era baixinha igual à Nix, se parecia com uma sombra. Quando não estava com sua prima, estava atrás de Alexey, mesmo que ele não interagisse com ela, ela estava sempre que podia ao lado dele. Nas noites de lua cheia, em que todos que já haviam passado pela transição se transformavam em lobos e conversavam por telepatia, Alexey e Luna sempre ficavam próximos, observando Nix acariciar os pêlos de Andrey com amor e carinho. Nix e Luna ainda não haviam passado pela transição, portanto, ainda não podiam se transformar em lobas. O tempo foi passando e a amargura de Alexey aumentando, a inveja e a incerteza de que existisse uma parceira de alma para ele, fora enegrecendo seu coração e o cegando pouco à pouco, então ele começou à desejar o que o irmão tinha; poder ser acariciado por Nix, ter sua mão macia em seu pelo e começou à ter um pensamento constante, sua marca também era praticamente igual a de Nix, a diferença era mínima, então ele também poderia ser seu prometido de alma, ele tinha certeza que se Andrey não existisse, ela seria dele, seria só sua, estava parado com esse pensamento em uma noite de lua cheia, observando o objeto de seu desejo, quando a ouviu pela primeira vez:

– Toda essa inveja ainda acabará por consumi-lo, Alexey.

Ele olhou ressabiado em sua forma de lobo e perguntou telepaticamente:

– Como é possível você se comunicar comigo assim?

Era Luna, ela estava falando com ele. – Como assim? Ela não era sua parceira! Então, como? – Com um dar de ombros, Luna respondeu: