A Deusa do lobo

O juramento.

Seus lábios estavam quase se tocando quando uma dor dilacerante atingiu os dois. Nix gritou e o largou imediatamente, caindo na água, enquanto Andrey trincou os dentes e se abaixou com a mão no peito. Assim que a dor sumiu ele se deu conta do erro gigantesco que ia cometer, ele não podia beijá-la, ela era prometida de seu irmão. Onde estava com a cabeça? Quase cometera o maior erro de sua vida, pois se a beijasse tinha a absoluta certeza de que não iria conseguir parar por aí, iria querer acariciar todo seu corpo perfeito, quando ela gritou o seu empenho em protegê-la foi tão grande que não reparou que ela estava nua, mas quando viu que eram apenas galhos, estava muito próximo para vê-la em todo seu esplendor e um segundo antes de se inebriar em seus olhos, ele teve vislumbre de seu colo e de seus seios perfeitos. Ah, que insano desejo de tocá-los, acariciá-los, enquanto sua lingua estivesse invadindo sua boca enquanto estivesse sorvendo seu sabor. Pelos deuses, precisava sair dali urgentemente. Olhando para Nix perguntou:

– Você está bem?

Ela estava praticamente submersa agora, apenas sua cabeça estava fora da água, mas como a água era totalmente transparente, ele pôde ver que ela estava de joelhos com uma das mãos cobrindo seu sexo e a outra cobrindo seus magníficos seios. Nix assentiu com a cabeça e Andrey se foi. Assim que sumiu, ela suspirou e pensou:

– O que está acontecendo comigo? Com certeza, é culpa de todo esse estresse que venho passando nos últimos dias, senhor tinha agido como uma rameira, o agarrando daquela forma, mas o desejo de beijá-lo havia sobrepujado todo e qualquer raciocínio lógico que tivesse naquele momento, sua memória trouxe a imagem de Andrey totalmente nú na entrada da caverna, um raio de sol iluminava seu cabelo dourado fazendo-o brilhar como ouro derretido, seu corpo era musculoso, era um verdadeiro deleite aos olhos, as coxas bem torneadas, eram de tirar o fôlego – Nix se estapeou mentalmente, o que dera nela? Quase o beijara, suas bocas estiveram tão próximas que chegou a sentir o hálito dele, quente e denso, se não fosse aquela dor horrenda, ela teria o beijado. Seu primeiro beijo, teria sido no seu próprio cunhado. Nix se sentia a pior das cobras traiçoeiras. Enquanto seu lobo negro sofria amaldiçoado, aqui estava ela louca para fornicar com seu irmão em plena luz do dia. – Meu Deus, preciso de forças para resistir a tentação de me perder nos olhos azuis de meu cunhado, nos olhos e em algo mais...
Nix pegou o que precisava para terminar seu banho, ao lado, em uma pedra que tinha o necessário. Quando terminou, se secou e vestiu a roupa limpa que separou, lavou a que estava vestindo e estendeu na pedra para secar. Sentou-se onde um raio de sol batia com maior intensidade e começou a desembaraçar seu longo cabelo vermelho com o pente que ele havia colocado em sua mochila. Estava bem concentrada nessa tarefa quando ouviu Andrey perguntar:

– Já está vestida? Posso ir até você?

– Sim, claro! – respondeu ela.

Andrey saiu do meio da floresta e parou bruscamente, pois a visão de Nix com o cabelo solto até o quadril, com aquela camiseta e jeans colados, sentada contra a luz do sol era a visão mais deslumbrante que já havia visto na vida. Ela sequer percebeu sua reação, tão entretida que estava penteando seus cabelos, aqueles cabelos que tinham a cor da paixão, a cor do pecado.

– Cara, realmente tinha que parar com isso – Pensou Andrey consigo mesmo. – Suas calças ultimamente não andavam nada confortáveis, tinha que parar de cobiçar o que não lhe pertencia. Ela nunca seria dele e quanto antes aceitasse isso, melhor. De repente, Nix levantou a cabeça e falou:

– Pediu para vir até aqui, apenas para ficar parado aí?

Ele piscou e foi em sua direção:

– Trouxe algo para você comer.

– Que bom – Respondeu ela – Eu realmente estou com fome.

– Então coma – Disse ele, e ela começou a comer em silêncio. Quando terminou, quebrou o silêncio balbuciando: