- Sua desgraçada! – O grito feminino estridente e muito conhecido por mim, chegou aos meus ouvidos, fazendo-me sorrir internamente.
"Deu certo"
Fingi que não havia escutado nada e continuei limpando o banco da minha moto enquanto assobiava tranquilamente. Em segundos duas mãos seguraram meus ombros e me viraram, fazendo com que eu me deparasse com um par de olhos castanhos e raivosos.
- Como vai querida vizinha? –Perguntei com meu melhor sorriso e um levantar de sobrancelhas enquanto via a pele bronzeada da garota a minha frente adquirir um tom avermelhado.
Com um olhar rápido, observei suas pernas bronzeadas expostas pelo short curto com cor de merda seca e sua camiseta horrível com estampa do Edward Cullen enquanto ela cruzava os braços em frente aos seios grandes.
Ainda sim era bonita.
- Para de ser cínica Andrade, onde elas estão? – Aquele tom de voz inflamado de raiva soava como música para os meus ouvidos.
- Elas quem? –Perguntei ainda agachada e ela se aproximou de mim apontando o dedo no meu rosto.
- Minhas meias da sorte que eu deixei secando no varal, sua idiota!
- As meias não são suas? Por que eu tenho que saber? –Eu sabia muito bem onde elas estavam.
- Porque de você está envolvida em tudo de ruim que acontece na minha vida!
- Agora só falta você me dizer que você ter nascido feia também é culpa minha. –Eu bufei falsamente – Você deveria estar preocupada em procurar seu maldito par de meia ao invés de ficar me importunando. Anda, saia logo daqui Freire! –Falei, me virando novamente para a moto.
Mergulhei o tecido que eu usava para limpar a moto dentro do balde com água com sabão antes de torce-lo para tirar o excesso de água, levando-o até a lataria suja de lama, esfregando-o lentamente na sujeira. Pelo canto do olho, vi Juliette ainda parada com os olhos vidrados na minha mão.
- Diz que isso na sua mão não é o que eu estou pensando. – Olhei o tecido imundo na minha mão e o balancei, esticando-o.
- Eu não tenho o poder de ler pensamentos, mas isso daqui é um pano que e estou usando para limpar a Lana. –Falei, me referindo a minha moto.
Ela tomou o tecido da minha mão e olhou para ele como se estivesse segurando um animal de estimação morto. Dei de ombros, me virei e peguei o outro tecido dentro do balde fazendo a mesma coisa que fiz com o primeiro.
"Por que ela não está me matando?"
Pensei enquanto diminuía a velocidade dos movimentos na moto até para-los totalmente. Olhei para trás e senti meu coração dar uma pequena falhada ao ver a cena:
Juliette ainda segurava a meia entre os dedos e enquanto suas lágrimas caiam em cima do tecido destruído. Eu larguei a outra meia dentro do balde e tentei me aproximar, tocando levemente a sua perna com a ponta dos dedos.
- Juli, eu... –Ela focou os olhos em mim, chutou levemente os meus dedos e explodiu.
- Não me chame assim! Você é uma idiota, Andrade! Você sabe o quanto essas meias são importantes para mim? Foi o último presente de natal que eu ganhei da minha avó antes dela morrer e agora elas estão destruídas porque a pessoa que mais odeio no mundo resolveu roubá-las e limpar essa maldita –Ela parou e marchou até a moto, usando o pé para derruba-la – essa maldita moto! –Ela afundou a mão dentro do balde de tirou de lá a outra meia. –Eu quero que você e essa moto se destruam, Andrade. Eu odeio você com todas as minhas forças! –Ela pegou o balde cheio de água suja e o virou na minha cabeça antes de voltar para dentro da casa dela, pisando fundo.
Ah! Eu já falei que sou apaixonada por ela?
Juliette's Point Of View
"Essa idiota é a personificação do próprio Diabo"
Eu praguejei em pensamento enquanto empurrava a porta de casa com todas as forças e marchava em direção a escada.
- Ju, o que acontec... –Interrompi minha mãe.
- Foi a idiota da Sarah de novo! – Gritei enquanto terminava de subir a escada, indo em direção ao meu quarto.
Eu sabia que minha mãe não iria questionar nada porque ela já estava mais do que acostumada com as minhas brigas com Sarah.
Joguei-me em cima da cama e me permiti chorar.
Eu odiava quando Sarah me vencia daquele jeito. Levantei as meias diante dos meus olhos e algumas gotas de água suja pingaram em cima do meu rosto, misturando-se às minhas lágrimas, faltando apenas alguma música triste de fundo para completar o desastre.
Elas não estavam apenas sujas, a filha da puta havia cortado toda a lateral delas para expandir o tamanho do tecido e lavar aquela lata velha que ela chamava de moto.
Eu não tinha o costume de odiar pessoas ou coisas, mas Sarah não era uma pessoa ou coisa, ela era um demônio que fazia de tudo para me infernizar desde os oito anos de idade.
Não sei por quanto tempo eu chorei, amaldiçoando a vida de Sarah Andrade, mas meus pensamentos foram interrompidos pela voz da minha mãe ecoando do andar de baixo.
- Ju, tem visita para você! –Provavelmente era a minha melhor amiga Pocah, que gostava de comer na minha casa aos sábados. Para dizer a verdade, ela gostava de comer na minha casa todos os dias.
- Pode mandar subir! –Gritei em resposta enquanto ainda olhava as meias destruídas.
Momentos depois ouvi batidinhas de leve na porta.
- Sua mãe falou que eu podia subir. –Meu olhar foi diretamente para a porta.
O que aquela maldita estava fazendo dentro da minha casa?
- Vai embora da porra da minha casa, Andrade! –Eu gritei enquanto me colocava de pé, pronta para esmurrá-la. Ela arregalou os malditos olhos verdes e deu um passo para trás.
- Eu já estou indo, só vim trazer isso –Ela estendeu a mão mostrando os dois pedaços de tecido idênticos ao que eu apertava em minhas mãos.
Senti minha fúria tomar proporções gigantescas.
- Eu não quero a porra de um par de meias novos! Você não entende o significado sentimental das coisas? –Eu arremessei o tecido que estava em minhas mãos em seu rosto – Você não pode destruir minhas coisas e simplesmente tentar repor com outras novas, sua idiota! –Ela não falou nada. Apenas pegou o tecido que eu havia arremessado em seu rosto e olhou para mim estendendo novamente o par não danificado.
- Essas meias são as suas. Eu sei que todo dia quinze você lava esses pares de meia e não gosta de secá-las na secadora, por isso, comprei um igual apenas para provocá-la –Ela riu fracamente – É tão fácil mexer com você, Freire... –Se ela soubesse o quanto eu odiava ser feita de idiota, não falaria aquilo. Eu tomei o par de meias de sua mão com um puxão e o joguei na em cima da cama.
Sarah's Point of View
Após tomar as meias da minha mão e jogá-las na cama, Juliette veio marchando furiosamente para cima de mim, fazendo-me prender a respiração no momento em que espalmou as mãos no meio dos meus seios.
Será que ela estava sentindo meu coração bater furiosamente?
Eu olhei para as suas mãos e em seguida me senti ser empurrada para fora do quarto. Assim que eu corpo atravessou o batente, as mãos de Juliette se desencostaram de mim e a porta foi batida na minha cara.
- Esqueça que eu existo!
Eu apoiei minha testa na madeira da porta, fechei os olhos e inspirei profundamente.
- Eu queria que isso fosse fácil...
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Oiii ???
Olha eu aqui de novo pra fazer vocês passarem raiva com mais uma história kakakakak
bjooos
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You Hate Me but I Love You
Teen FictionComo vou conquistar a garota que eu amo? A resposta é simples: infernizando-a. #A HISTÓRIA NÃO É DE AUTORIA ORIGINAL MINHA, É UMA ADAPTAÇÃO PARA SARIETTE #TODOS DIREITOS E CRÉDITOS À AUTORA ORIGINAL DA FIC KAROLLYNY MAGESTA #NOME DA FIC REAL : YOU...