Capítulo 31

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Oi meus amores
Decidi ser boa com vcs e depois desse venho com mais um cap novinho pra vcs

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Juliette's Point Of View

- O que que a gente faz? – Eu ouvi Carla perguntar enquanto sentia os dedos de Sarah puxarem os meus cabelos durante o beijo.

- Minha mãe jogava água nos nossos cachorros quando eles estavam transando e ficavam grudados pela casa. – Eu ouvi a voz de Robs responder.

- Que horror! Isso são maus tratos. –Ouvi Kerline se intrometer, mas preferia manter a atenção nos lábios da garota que já estava com metade do corpo sobre o meu.

- Minha mãe aprendeu isso quando levou uma mordida. –Robs explicou e eu já estava quase interrompendo o beijo para enxota-las dali.

- É estranho eu ficar excitada vendo isso? –Pocah perguntou e Sarah interrompeu nosso beijo e se virou para a plateia que estava espalhada nos sofás da sala de Kerline.

- Tá legal! Já paramos! Vocês deveriam estar prestando atenção ao filme. –Sarah murmurou sentando-se na cama que havíamos improvisado no chão, parecendo um lindo leão eletrocutado.

- Robs, você que é boa em Biologia me responda: quanto tempo dura o período de cio de adolescentes com idades entre dezessete e dezoito anos? –A palhaça da Pocah perguntou e Kerline começou a rir igual jaguatirica eletrocutada. Ela sempre parecia endeusar tudo o que Pocah falava e eu já estava achando aquilo muito suspeito porque Sarah agia do mesmo jeito que ela.

- Eu não sou professora de Biologia, mas de acordo com minhas pesquisas feitas com essas duas aí, dura no mínimo duas semanas.

- E elas não têm um pingo de decência. –Carla resmungou.

- Mas você tem por elas, não é amiga? –Kerline a abraçou pelos ombros.

- Mas se o Arthur continuar correndo atrás dela, ela vai perder a decência rapidinho. – Respondeu com uma risadinha antes de ficar séria – Continue não dando confiança para aquele idiota, está me entendendo Carla Diaz? –Carla assentiu. Desde o acampamento, Arthur não deixava Carla em paz e mesmo com todos os foras que minha amiga dava, ele sempre aparecia convidando-a para algum lugar.

- Ele não tem estado tão idiota, ele até veio me pedir desculpas pelas zoações. – Robs murmurou ajeitando os óculos de sem lentes que ela usava sempre que sentia saudade dos óculos antigos.

- Ele me ajudou a carregar os livros semana passada, talvez ele esteja mudando... –Kerline argumentou enquanto eu me sentava ao lado de Sarah e abraçava seu pescoço enquanto cutucava a sua bochecha. Ela odiava aquilo e eu amava irrita-la.

- Ninguém muda da noite para o dia. –Sarah se pronunciou.

- Você mudou, amor... –Eu beijei sua bochecha.

AMOR...

Mas que merda eu havia dito? Meus olhos correram por todos os rostos presentes naquela sala. Nos olhares arregalados de Carla, Ker e Robs, nas covinhas provocadas pelo sorriso enorme de Pocah até o olhar embasbacado de Sarah.

- Hum... vou pegar um pouco de brigido na geladeira, alguém vai querer? – Kerline perguntou depois de alguns segundos de silêncio sepulcral enquanto se levantava do sofá.

- É brigadeiro, Ker! – Robs corrigiu – Eu vou querer porque ainda estou comemorando a retirada do aparelho dental – Ela começou a morder o ar já se levantando.

- Eu ajudo a carregar as colheres – Carla anunciou com de repente também se levantando e cutucando Pocah que ainda olhava para nós com um sorriso antes a mesma se virasse com a mão erguida pronta para bater em quem a havia cutucado, mas baixou a mão assim que viu que era Carla.

- Eu ajudo em nada. – Ela também se levantou do sofá me deixando abandonada com Sarah na sala.

- Eu também vou ajudar em nada! – Anunciei doida para me livrar daquela situação incômoda. Deus, por que eu fui chama-la de amor?

- Juli... – Sarah segurou meu braço com delicadeza antes que eu pudesse me desvencilhar – você está desconfortável com o que disse agora pouco? –Sua voz era apenas compreensiva.

O que eu estava sentindo? Fazia três semanas que eu havia beijado Sarah dentro daquela barraca e pedido um tempo para pensar sobre nós duas e fazia três semanas que Sarah estava respeitando todos os meus limites, tanto físicos quanto sentimentais. Ela podia não saber, mas eu percebia quando ela começava a dizer coisas bonitas e de repente parava como se não quisesse forçar algo de mim, quando seu olhar se fixava em meu rosto por longos períodos e ela o desviava como se não quisesse me deixar desconfortável ou quando estávamos em meio a amassos e as coisas tomavam proporções maiores e ela se continha, mesmo estando claro em seus olhos o desejo de prosseguir... Tudo aquilo me fazia gostar ainda mais dela, mas eu não queria mais que ela parasse. Eu queria ouvir sua voz dizer coisas bonitas para mim até que seu aparelho fonador não produzisse mais som, queria que ela me olhasse até que seus olhos se cansassem e queria sentir seu corpo até que desmaiássemos de prazer e exaustão.

Para uns podia parecer repentino para outros demorado demais, mas nada mudava o fato de que eu definitivamente estava loucamente apaixonada pela idiota da Sarah Andrade.

- Juli? – Seu chamar rouco penetrou meus ouvidos e eu me virei para ela com um sorriso.

- Diga, amor... –Ela abriu separou os lábios para dizer alguma coisa, mas os juntou novamente ao perceber que eu havia repetido o mesmo que há poucos minutos. E então ela sorriu. A luminosidade de seu sorriso parecia competir com a com de seus olhos semiabertos e por instantes eu temi ficar cega. Se eu soubesse que apenas uma simples palavra a faria irradiar daquele jeito, eu a teria dito há muito tempo, se bem que tudo tinha o seu momento certo para acontecer.

- Eu gostei do modo que você me chamou. –Ela beijou meu ombro e escondeu a cabeça na curva do meu pescoço.

- Eu também gostei de te chamar assim. –Eu murmurei entrelaçando os nossos dedos.

"Ju, pega o papel pra mim porque o daqui acabou!"

- A Pocah tinha que estragar o clima, não é? –Sarah murmurou.

"Anda logo Juliette! Eu não gosto de ficar com a bunda suja de merda"

Eu beijei os lábios de Sarah antes de me levantar, me perguntando se aquele monte de informação contida na ordem de Pocah era mesmo necessária. Peguei o bendito papel higiênico no armário grande que ficava no banheiro do andar de baixo e marchei até o andar superior. Por que Pocah não usava o banheiro do térreo?

- Pocah, abre a port... –A porta se abriu de repente e eu fui puxada para dentro do banheiro com força. –Que merda é essa? – Perguntei ao ver Pocah trancando a porta do cômodo.

- Chega de enrolação! – Ela cruzou os braços – Quando você e Sarah vão assumir que estão namorando? Nem venha dizer que é muito cedo porque vocês se conhecem há nove anos e já estão nesse namoro que não é namoro há três semanas. O que aconteceu lá embaixo só me deu a certeza de que você tem que parar de enrolar a coitada da Andrade.

Ela nem ao menos respirou. Simplesmente jogou aquilo tudo na minha cara sem eu merecer. Ok, eu merecia e sabia que ela tinha razão.

- Eu estou apaixonada por ela, Pocah... – Eu verbalizei aquilo pela primeira vez e Pocah simplesmente revirou os olhos.

- Isso está escrachado na sua cara de idiota, mas você tem que dizer isso Sarah e não para mim.

- Eu sei, tá legal? Eu preciso pensar num modo de fazer isso.

- Semana que vem será dia dos namorados e vocês vão fazer um mês de enrolação por que não a leva para algum lugar e a pede em namoro?

- Isso é uma péssim... –Eu me calei pensando melhor naquilo – até que não é má ideia...

- Claro que não é má ideia – Ela revirou os olhos – Eu só tenho ideias brilhantes meu bem.

Eu ignorei seu egocentrismo e comecei a alimentar aquele pensamento.

Na próxima semana eu pediria Sarah em namoro.

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You Hate Me but I Love YouOnde histórias criam vida. Descubra agora