Capítulo 5

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Juliette's Point Of View

Filha da puta!

Como ela teve a coragem de me beijar? Merda! Eu havia sonhado com o meu primeiro beijo durante toda a vida e a maldita havia feito a questão de estragar até aquilo.

Correndo desnorteada pelos corredores, finalmente voltei para uma das áreas que eu conhecia e me enfiei no primeiro banheiro que vi. Lavei meu rosto com a água fria e com as costas da mão, esfreguei minha boca furiosamente diversas vezes com o intuito de tirar qualquer resquício de Sarah Andrade dos meus lábios. 

Porra! Aquela merda não estava adiantando.

Eu ainda podia sentir a macieis dos lábios daquela cretina contra a minha boca. Olhei para meu reflexo no espelho e minhas pupilas ainda estavam dilatadas de ódio. Desci o olhar para meus lábios e eles estavam apenas mais vermelhos por eu tê-los esfregado, mas ainda pareciam os mesmos. Lentamente passei os dedos trêmulos sobre eles e a pressão feita por mim em nada se assemelhava ao que eu senti quando Sarah os tocou.
Fechei os olhos, lembrando-me do ocorrido há poucos minutos. Revivi cada sensação e senti meu abdomen tremular de ódio e um arrepio percorrer toda minha espinha.

- Maldita! –Sem que eu pudesse me controlar, bati meus punhos de encontro ao mármore frio da pia.

- Você está bem? – Virei para o lado e vi quem eu menos esperava ali, aliás, eu nem havia notado que tinha alguém no banheiro.

Gizelly Bicalho me fitava com as sobrancelhas franzidas e um sorriso simpático no rosto. Ela tinha um sorriso lindo, será que era por isso que Sarah era apaixonada por ela?

Ah! Sarah...

Um sorriso brotou em meus lábios em meio àquela desgraça.

- Eu só estou de TPM. –Eu limpei as lágrimas que haviam se misturado à água. – Você é Gizelly Bicalho, não é? –Ela assentiu e eu seguei minha mão na calça antes de esticá-la. – Sou Juliette Freire.

- Prazer, como você sabe o meu nome? Temos alguma aula juntas? -Ela inquiriu com as grossas sobrancelhas franzidas.

- Não fazemos nenhuma aula juntas (você é popular, sua anta). Eu sei seu nome porque minha amiga não tira o seu nome dos lábios dela. –Eu acenei para que ela se aproximasse e ela o fez sem questionar. Sarah iria se arrepender de haver me beijado. –Ela já me confidenciou que tem um crush enorme por você.

- Que amiga? Ela estuda aqui?

O plano era bem simples: eu contaria para Gizelly que Sarah gostava dela. Como Sarah era uma pessoa desprezível e Gizelly era hétero, todas as esperanças de Sarah virariam poeira e com sorte, ainda levaria um belo fora.

Eu tinha uma mente brilhante!

- Sim, talvez você a conheça. O nome dela é Sarah... Sarah Andrade, uma idio... uma aluna do último ano que participava do time de softball e tem os olhos verdes... –Gizelly ergueu as sobrancelhas e sorriu.

Espera! Ela sorriu? Por que ela estava sorrindo?

- Sei bem quem é, você tem certeza que ela gosta de mim? – Ela perguntou mostrando todos os dentes, com animação demais na voz.

Sem saber o que fazer, eu assenti devagar. Minha intenção era que Gizelly desprezasse Sarah ao saber daquilo e não que sorrisse daquele jeito. Se fosse eu no lugar da Gizelly, provavelmente iria ignorá-la com todas as minhas forças e não sorrir como se houvesse acabado de ganhar uma torta de banana.

You Hate Me but I Love YouOnde histórias criam vida. Descubra agora