Capítulo 13

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Maratona 3/4

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Roberta's Point Of View

- Roberta! –Se fosse em qualquer outro dia antes de hoje, ouvir aquela voz me chamando faria com que eu sorrisse igual uma boba por horas, mas depois do ocorrido mais cedo, ouvir Gizelly me chamando só fez com que eu empurrasse a bicicleta mais rápido em direção à saída do colégio.

- Vero, Gizelly Bicalho está te chamando. – Avisou a garota já montada em cima da bicicleta, com o olhar assustado enquanto olhava para trás. Gizelly a havia atropelado uma vez sem querer, por isso ela tinha um pequeno trauma da minha crush que estava em processo de se tornar ex-crush.

- Obrigada, Carmen! – Eu agradeci com um sorriso que mais parecia um rosnado enquanto via Carmen Shipper ir embora apressadamente com sua inseparável bicicleta, pronta para fugir da Gizelly.

- Roberta! –Gizelly chamou mais uma vez e parei onde estava. Ela parou ao meu lado com um meio sorriso e um pouco ofegante, mas nem suar ela suava. –Preciso falar com você, posso te pagar outro sorvete?

Sabe qual é a grande merda de ser curiosa? A curiosidade tem o incrível poder de te deixar descontrolada, como se fosse um vício no qual você só consegue sossegar depois de descobrir o algo sobre o fato pelo qual estava ansiando. Eu poderia inventar qualquer desculpa para não sair com Gizelly, mas eu queria saber o que ela tinha a conversar comigo.

- Tudo bem. –Respondi com um dar de ombros.

- Ótimo! –Ela sorriu – Hoje eu não vim de carro, você se importaria em me dar uma carona na sua bicicleta?

Ela tinha que ser tão agradável? O sorriso dela tinha que ser tão lindo? Eu tinha que ser tão babaca? Assenti enquanto subia em cima da bicicleta e fazia sinal para que ela subisse nas pedaleiras de apoio na parte de trás. Eu era uma idiota burra de carga.

Meu coração foi à boca quando seus braços abraçaram meu pescoço e sua bochecha colou-se à lateral da minha cabeça.

- Eu adorei seu shampoo, depois eu vou querer o nome. –Eu podia sentir seu nariz se movendo em meus cabelos. Aquela garota ainda iria me matar do coração.

Fiz o caminho mais longo para a sorveteria alegando que por lá não haviam tantos carros e pedalei de modo mais lento que de costume só para tê-la mais perto junto de mim, mas também porque percebi seu braço apertando meu pescoço cada vez que eu aumentava um pouco a velocidade. Eu não estava com a mínima vontade de morrer enforcada. Assim que chegamos à sorveteria, ela imediatamente desceu da bicicleta e eu percebi suas pernas bambas expostas pela saia, o que era bastante irônico, dado o fato que a posição dela na pirâmide das cheerleaders era no topo.

- Olá Robs! – A atendente apareceu do nada com um sorriso gigante no rosto e um bloquinho nas mãos. Eu adorava a simpatia daquela garota, mas ela nem olhou para Gizelly.

- Josefina, como você está? Eu vim aqui antes de ontem e não a vi, esteve doente? –Perguntei e notei que uma criancinha sentada na mesa ao lado levou um susto e começou a chorar, mas eu não sabia o motivo.

- Precisei resolver algumas questões pessoais, mas minha saúde está ótima! –Ela respondeu com um sorriso gigante, acentuando as covinhas em suas bochechas.

- Isso é ótimo! Se precisar de alguma coisa, é só falar comigo. – Apontei para Gizellt, que estava sentada à minha frente – Essa é Gizelly, e Gizelly, essa é Josefina, a melhor atendente deste lugar. – Eu a vi abaixar o olhar e sorrir, antes de olhar para Gizelly e seu sorriso se desmanchar.

You Hate Me but I Love YouOnde histórias criam vida. Descubra agora