Estava escuro e os muito dos postes do local foram quebrados, entretanto, conseguíamos ver que se tratava de um porto. E com uma luz que piscava repetidamente conseguia ver sangue espalhado no chão e corpos de humanos, alguns brutalmente agredidos e mortos já outros só estavam com um corte fatal na garganta.
Havia uma figura encapuzada andando para fora do porto quando seu celular vibrou na bolsa de sua calça, ela vê quem é e atende preocupada.
— Alô?
Fica um silêncio do outro lado da linha, só havia a chuva no fundo, até que alguém fala:
— Eu sei quem é, eu sempre soube... Vamos acabar com isso.
Então fica um silêncio na linha por um tempo e a figura encapuzada fala enquanto balança sua mão esquerda que está com uma espada que se dissolve no ar:
— Eu sei Saturno.
— Como?
— Você pode ter repulsa deles, porém você não tem tanto ódio quanto gostaria. A curiosidade é mais valiosa e gritante.
— Desculpa... Por tudo.
— Onde você está? Eu vou aí.
— Não está com algumas tarefas?
O ser olha para trás onde se encontra todos aqueles cadáveres, parece não gostar muito do que aconteceu:
— Infelizmente eu já acabei, você é mais importante.
— Se eu matar alguém que faz algo errado eu vou ser pior que aquela pessoa? É tudo tão novo.
— Falaremos disso depois.Saturno passara o endereço de onde estava e ficou esperando e pensando "vou ser que nem ela ou vou ser pior?", "Matar é mesmo uma solução? Eu ajudei a criar eles… ".
Já estava de tarde e a chuva aumentara quando uma Suzuki GSX preta piano chegou e jogou um capacete e uma capa de chuva para Saturno.
— Vamos.
Pela voz Saturno já entendeu quem era, colocou a capa e o capacete na mesma hora e saiu correndo até a moto.
Pelo caminho ele ficou olhando para as paisagens e por alguns segundos ele esquecia o que aconteceu. A moto era rápida e silenciosa. Saturno ouvia os pingos da chuva indo furiosamente contra seu capacete e eles se encontrando com o vento que batia na viseira do capacete.As luzes, o contraste nos pingos, o reflexo. Tudo era tão lindo os detalhes tão bem feitos. Uma das obras que o ser humano não consegue ver. Os detalhes de coisas comuns.
A moto entrou em uma estrada um pouco afastada da cidade onde estavam, passaram por um portão preto, grande e luxuoso até chegarem em uma casa que estava mais para uma mansão. Eles desceram da moto e entraram na casa.
Aquela mansão era mais linda e luxuoso por dentro, todavia Saturno estava tão pensativo e em choque que nem reparou como a casa era, só sabia que o banheiro onde tomou um banho era maior que seu apartamento e que na sala de estar tinha uma lareira grande e bonita.
— Quer chá? — Alguém fala indo até à sala, era Vento carregando em uma bandeja, uma chaleira e duas canecas.— Foi bom ter te mandado direto para banheiro. Deu tempo de fazer chá.
— Pai senta aqui por favor.
Vento sentiu um calafrio nas costas quando Saturno disse isso, o garoto só usava a palavra "pai" quando está mal ou em situações extremas.
Vento estava lembrando de sua conversa com sol.
— Ele vai voltar como era antes?— Pergunta Sol.— Voltar como antes não, entretanto estou torcendo para ele ficar melhor, ele está desolado.
— Você sabe o que ele consegue fazer Vento, ele é seu filho.
— Ele é só um garot--
— Um Deus, uma divindade cujo é responsável por criar todos os sentimentos lembrando que nem nós conseguimos nos livrar desse feitiço.
— É só um adolescente.
— A personificação do Caos. O Deus. Você sabe o que aconteceu no Apocalipse.
— Eu me lembro.
Vento volta para a realidade e vai se sentar do lado de Saturno, coloca chá para os dois e afunda no sofá.
— Não ficou furioso?— diz Saturno.
— Não, eu já sabia.— Vento toma um gole do chá, ele sente o olhar de Saturno o seguindo— Por que quis fazer isso?
— No começo queria saber o motivo de vocês gostarem de ficam entre eles, mas depois era medo...
O garoto para de falar e olha para o chão. Parece que está envergonhado e bravo.
— Medo de quê?
— De... De... — morde os lábios com nervosismo, parece que o jogaram um feitiço para ele não falar— De voltar a ser um deus e não viver aqui.
Fica um silêncio na sala, Saturno colocou algumas cartas na mesa e foi sincero com seus sentimentos.
— Medo de não poder ficar mais com o segundo guerreiro... Entendi... Mas quem você gostaria de matar?
— A tia... Dele.
— Bem, não sei o que ela fez, se foi grave ou você a odeia por ser huma-
— Abuso.
Vento já entendeu logo de cara tudo, todos os sentimentos a flor da pele que ele estava sentindo pela primeira vez... E também ele sente tudo 5x mais forte do que qualquer um. O deus pegou as canecas e as deixou na mesinha de vidro e fez algo que fazia quando Saturno era menor, ele o abraçou.
O abraço durou alguns minutos em completo silêncio.
— Você decide, isso é só você que decide. Mas quem vive e quem morre é só o tempo e o destino que determinam. Quer mesmo sujar as mãos?
— Eu já sujei no mesmo instante que eu ajudei a criá-los.
— Donos de tudo e ditadores do nada. Você falou isso lembra? Não somos vilões, porém estamos longe de sermos heróis. Então pare de tentar ser uma cara perfeito de livros. Você é, porém, tenta viver mais em vez de ler sobre todos os sentimentos, sensações e tudo.
— Eu... Desculpa.
Eles saem do abraço e Vento fala pegando as coisas da mesa:
— Dorme aqui hoje, amanhã eu te levo, eu te mostro onde é o seu quarto
— eu tenho um? — Saturno fala pasmo.
— Por que não teria?
Saturno tem um laço assustador com o Vento, ele é uma figura importante. Um pai. O garoto agradece diariamente por ter Vento em sua vida, toda vez que sente tudo desabando ou está tudo muito bem o seu pai está ali, calmo e pacífico.
" Eu poderia falar que o amo, porém isso seria assustador demais nesse mundo."

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𝕋𝕖𝕞𝕡𝕠𝕣𝕖 𝔹𝕖𝕝𝕝𝕚
AlteleSol e vento; conseguem controlar tudo até o tempo... Já Saturno e Lua; são donos da verdade nua e crua. Em um mundo onde habitam 4 povos, em um mundo onde há 2 Guerreiros de Todos os Deuses... Sol, Sento, Lua e Saturno são deuses de todo o universo...