Cinco

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Os olhares se encontraram. Os sorrisos se iluminaram. Os braços se apertaram. Eles eram um puta de um casal.

- Vou começar a guardar essas coisas aqui.

- Eu vou fazer a comida.

- O que teremos? – Ele a questionou com curiosidade.

- Macarronada de camarão. – A loira respondeu com orgulho.

Arthur ficou contente, adorava macarrão. Agora, comer macarrão com camarão feito pela sua mulher, era ser sortudo demais. Isso foi o que ele pensou. Antes de iniciar a arrumação, colocou sua playlist do Spotify no aleatório e começou a cantar a primeira música enquanto se espreguiçava.

Carla viu aquela cena e se sentiu plena. Tudo estava certo. Seu coração estava feliz. Ela estava em casa. Procurou uma das sacolas e tirou um pack de Brahma para Arthur.

- Olha o que eu trouxe para você! – Ela o mostrou a embalagem.

- Aí sim, ein. Aulas! – Carla riu com divertimento.

Ela começou a procurar nas sacolas os demais itens que iria precisar. A pequena lembrou-se de tudo que era necessário para fazer uma refeição perfeita. Estava empolgada para preparar uma de suas especialidades para seu amado, esperava que ele gostasse do seu tempero. Carla amarrou parte do cabelo no alto, sabendo que ele amava quando ela estava assim.

Começou a fazer a preparar o camarão, que já estava fresco e limpo, com limão siciliano, sal e pimenta do reino. O molho de queijos seria encorpado após a preparação do camarão e a massa seria finalizada na mesma panela. Quando tudo estava mais ou menos encaminhado, ela abriu o vinho branco e pegou a taça para se servir. Queria desfrutar o momento.

Uma música apreciada por ambos começou e Carla se viu cantando alto com Arthur. O clima entre eles era de extrema alegria e leveza. Se sentiam livres, em paz, amando.

- Sou pescador, sonhador. – Subitamente ele a abraçou por trás. – Vou dizer pra Deus, nosso Senhor. – Aproximou a boca do ouvida dela. – Que tu és o amor da minha vida. – Carla sentiu todos os pelos do corpo se arrepiarem. – Pois não dá para viver nessa vida morrendo de amor. – Deu-lhe um beijinho no pescoço.

Tão rápido como se aproximou, Arthur se afastou. Ela o mirou e recebeu em troca uma piscadinha de olho e um sorriso torto. Esse cara era incrível demais. Ele voltou sua atenção às sacolas, ainda cantando. Carla riu baixinho, feliz demais com a ideia de ter esse homem e todas as suas qualidades perto de si.

- Véi, isso aqui está bom demais. Vou repetir. – Arthur informou após limpar o prato. – Eu não sabia dos seus dotes culinários, Dona Carla.

- Eu estava escondendo o jogo.

- Escondendo o jogo de mim? Não acredito! – Ela deu de ombros e emparelhou seus talheres sobre o prato, anunciando o fim de sua refeição. Deu mais um gole do seu vinho e ficou vendo-o repetir o prato mais uma vez enquanto conversavam amenidades.

- Podemos falar sobre nós? Eu tenho umas coisas para te contar. – A atriz questionou quando ele terminou de comer.

- Podemos.

- Eu quero saber seus planos para nós. – Ele tragou em seco. Não havia feito planos.

- Carla, eu não planejei isso. Nunca passou pela minha cabeça a possibilidade de nós estarmos juntos de novo. Não por mim. Por mim a gente nunca teria se deixado, mas eu achei que você não queria mais. – Ela olhava-o fixamente. – Eu te liguei hoje porque eu cheguei no meu limite de saudade.

- Eu entendo. Mas agora que estamos juntos, o que você pretende?

- Amor, eu quero é estar com você. Eu sempre te disse isso. Eu não fico premeditando como eu vou agir, o que eu vou falar etc. Eu vou lá e faço. – Ele agarrou a mão feminina sobre a mesa. – Uma coisa eu tenho certeza: eu quero namorar com você.

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