Capitulo 2: safe place

111 15 30
                                    


Josephine point of view

O som ecoava alto quando eu entrei na boate, as pessoas se amontoavam pelo lugar e eu tentei encontrar o caminho mais rápido até o bar. Pedi uma dose de uísque puro e virei na hora, já querendo o próximo.

Eu sabia que seria difícil reencontrar a minha família depois de tanto tempo, mas não esperava que eu estivesse tão despreparada. Pensando bem em toda a situação, eu preferia o choque inicial do que aquela raiva e mágoa que quase transbordou dos olhos do meu irmão. Eu não podia nem imaginar como o meu pai se sentia.

Virei outra dose e me apoiei no balcão, encarando aquele monte de gente dançando. Eu amo esse lugar, me sinto viva aqui, pelo menos na maioria das vezes. Hoje eu só conseguia olhar para todos ali e pensar nas primeiras vezes em que eu estive aqui, quando tudo ainda era uma aventura e eu ainda era a pessoa que a minha família confiava.

Estava perdida demais dentro da minha mente para perceber alguém se aproximar, então levei um susto quando senti duas mãos serpenteando pela lateral do meu corpo. Me virei para afastar quem quer que fosse, mas encontrei os olhos que tanto me confortavam.

— O que aconteceu? — ele teve que falar no meu ouvido e mesmo assim eu quase não escutei.

Deixei que os braços tatuados do meu namorado me rodeassem e me aconcheguei no seu abraço.

— Porquê acha que aconteceu alguma coisa? — eu não tinha nem avisado que estava indo mais cedo, talvez a Ma tenha falado algo.

— Eu conheço você, Josie. Aconteceu alguma coisa, eu consigo ver no seu rosto.

Suspirei forte e encarei o Justin. Eu amava saber que ele me conhecia bem assim, mas odiava o fato de ser um livro aberto com ele, as vezes era necessário guardar as coisas só para si.

— Eu não quero falar sobre isso. Não agora — balancei a cabeça e coloquei as mãos no seu pescoço — Só quero ficar com você.

Ele era a razão de tudo aquilo, afinal. Talvez estar ao seu lado fosse o que eu precisava para retomar aquela força que me fez sair de casa, eu precisava daquela convicção novamente.

— Só me diz se eu preciso atirar em alguém ou não — ele sorriu de lado e eu fiz o mesmo, ele sendo... ele.

— Não precisa se preocupar com isso.

Dei um selinho nele e recebi um olhar suspeito em resposta. O Justin sabia bem quando eu estava tentando evitar um assunto, e eu só fazia isso quando era algo importante e complicado, então eu sabia que ele não ia esquecer disso.

— Vem comigo, gata.

Ele me puxou antes mesmo que eu respondesse. Seguimos até a entrada da boate e fomos até o estacionamento, entrando no carro dele e saindo com velocidade pelas ruas da cidade.

— O meu carro ficou lá — comentei, encostando a minha cabeça no banco e encarando o perfil do rosto dele.

— Você pega amanhã.

Senti a sua mão na minha e entrelacei os seus dedos com os meus, vendo ele erguer as duas e dar um beijo leve na minha pele.

Uma das coisas que eu mais amo, e odeio ao mesmo tempo, é a calma que o Justin tem. Nós podemos estar com o maior problema do mundo e ele apenas para em silêncio e pensa em uma solução, é como se o mundo fosse mais simples na mente dele. Eu me lembro que foi muito difícil fazê-lo dividir as coisas comigo, por causa dessa característica, mas hoje em dia nós dois dividimos esse pequeno e mágico mundo, como se tivéssemos telepatia. No entanto, eu ainda sou muito expressiva, não consigo guardar o que eu estou sentindo, e parece que se eu não botar para fora, posso explodir. O Justin acaba sendo o meu equilíbrio, ele sempre parece saber o que fazer para que eu me sinta melhor.

Next chapterOnde histórias criam vida. Descubra agora