Capítulo 4: power is life

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Josephine point of view

Eu encarava o anel já fazia mais de dez minutos, a minha mente vagando longe. A conversa com o meu irmão não tinha sido nada fácil, mesmo depois que ele concordou em me ouvir e ficar ao meu lado. O Pietro me questionou sobre aqueles anos fora e sobre a minha vida, a maior parte da história eu preferi deixar para outro momento, mas ainda tinha sido muita coisa para absorver e muita dor para ser superada.

Quando eu voltei para casa, não consegui pensar em mais nada além disso. Os meus pensamentos estavam tumultuados e isso tirava toda a minha concentração da corrida de hoje. Então, eu fui me arrumar e acabei encarando aquele maldito anel de noivado por longos minutos.

Os detalhes dele sempre me fascinavam e a pedra enorme no centro é de tirar o fôlego, eu sempre pensava que compraria um aparador se realmente fosse usá-lo um dia, mas aquilo era muito distante da minha realidade. A joia ficava guardada no cofre do Justin, desde o dia em que ele me pediu em casamento e eu neguei, e eu costumava pegar e ficar encarando, me ajudava a pensar. O anel servia como um pequeno lembrete, ele sempre me colocava nos eixos quando eu esquecia do quanto eu tinha arriscado.

Escutei a porta do quarto abrir e escondi o anel rápido entre as minhas maquiagens, peguei um pincel e fingi que ainda estava me aprontando. O Justin entrou no closet e se aproximou devagar.

— Você ainda não está pronta?

— Quase pronta — me levantei e observei ele tirar a blusa.

— Como foi o almoço? você estava muito distante quando me ligou.

Ele tirou o sapato e a calça, se aproximando e me puxando contra o corpo seminu. Me aconcheguei no seu abraço e sorri de lado.

— Foi difícil, mas acho que tudo acabou melhor do que eu imaginava.

— Tem certeza? — me olhou preocupado.

— Sim — concordei lentamente e lhe dei um selinho, me afastando dele — É melhor você ir se arrumar ou vamos perder a corrida.

— Até parece, aquilo lá só começa depois que a gente chegar.

Eu ri e me voltei para as minhas coisas, vendo o Justin ir para o banheiro. Esperei até escutar o barulho do chuveiro e peguei o anel, guardando novamente no cofre e voltando para terminar de me arrumar.

Ele não precisava saber que eu tinha descoberto que ele ainda guardava aquela coisa. E eu não precisava daquele assunto de volta, não agora.

Desci do carro e o cheiro de suor, bebida e drogas preencheu o meu olfato, era um jeito estranho de me sentir em casa. As festas de rua eram os melhores lugares para se divertir de verdade, pelo menos para aqueles que conseguissem ficar longe de problemas, e hoje a noite eu iria brilhar novamente.

Andei lentamente até a frente do carro e sorri abertamente para o meu namorado, que imediatamente agarrou a minha cintura e me puxou para o mais perto possível de si. O desgraçado estava marcando o território como um maldito cachorro. Revirei os olhos para ele e observei a festa, todos os olhos curiosos nos observavam, direta ou indiretamente, e eu consegui identificar todos os tipos de sentimentos naqueles olhares. Medo, inveja, raiva, desejo, surpresa e até ódio.

Isso sim é viver.

— Eu vou pegar uma bebida — anunciei, vendo os nossos amigos já ao nosso lado — Ma, Cait, vamos comigo?

As duas me olharam de volta e sorriram, concordando. Mas quando tentei ir em direção a multidão, os dois braços fortes e tatuados me prenderam mais forte.

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