Capítulo 8: problemas familiares

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Josephine point of view

"— Mãe, cheguei — anunciei assim que passei pela porta, mas a casa estava toda escura e ninguém respondeu.

É claro que ela devia ter saído.

Subi as escadas sem animação nenhuma, as reuniões com o clube de debate me deixavam desgastada emocionalmente e não adiantasse quantas vezes eu falava para a minha mãe que odiava aquilo, ela insistia que seria bom para o meu currículo. Entrei no quarto e fui direto para o banho, relaxando e deitando na cama logo em seguida.

Os últimos dias tem sido muito difíceis, a inscrição na faculdade estava chegando e eu não sabia como poderia fugir daquilo, tudo me deixava exausta. Mas, pelo lado bom, as escapadas ficariam bem mais fáceis, eu não precisaria esperar os meus pais irem dormir para sair e me divertir, nem teria que sair pela janela do quarto, então a faculdade até que seria uma forma de liberdade para mim.

Falando em diversão, o meu celular apitou bem na hora, uma mensagem da Mariah com a programação da noite.

"Hoje tem racha na fábrica Maguire!!! Passo aí 22hrs, grande gostosa."

Não respondi, não sabia se conseguiria ir hoje. Mas, pensando bem, eu tinha um ótimo incentivo.

Os olhos castanhos ainda estavam na minha cabeça, o jeito como eles analisaram cada parte descoberta do meu corpo e como eu queria que eles pudessem ver mais. Depois daquela noite, eu não consegui esquecer o loiro descarado e sexy que me mandou ter cuidado e não voltar mais para as corridas, o pior é que ele tinha razão, porque aqueles lugares são perigosos, e ele sabe melhor disso do que ninguém.

Não precisou de muito para eu descobrir o seu nome, o grande e temido Justin Bieber era famoso demais para não ser identificado. Quando eu perguntei por aí, descobri que ele não ficava com qualquer uma, mesmo que todas as garotas daquela festa quisessem abrir as pernas para ele, e esse fato o deixou ainda mais excitante. O que tem em mim que Justin Bieber poderia querer? eu não sei.

Ainda estava considerando aceitar ou não a programação de hoje, quando escuto a voz da minha mãe no corredor e, dois segundos depois, ela entra no meu quarto com o rosto vermelho de raiva.

— JOSEPHINE BALDWIN, QUE HISTÓRIA É ESSA QUE VOCÊ VENDEU O SEU EQUIPAMENTO DE ARCO E FLECHA? — me sentei na cama e respirei fundo, até que demorou para ela descobrir, eu tinha vendido o arco já fazia duas semanas.

— Eu falei que não queria mais praticar e você não me escutou — me levantei da cama e a encarei — Então, eu dei um jeito de deixar bem óbvio.

— Você só pode estar brincando comigo! Todo o esforço e dinheiro que nós investimos na sua carreira, para você ser uma atleta premiada, e você simplesmente quer jogar isso no lixo?

— Eu não vou ser uma atleta premiada, mãe! Eu odeio a merda desse esporte e cansei de me machucar dia após dia com aquele arco enorme — ela começou a andar de um lado para o outro e passou as mãos pelo cabelo.

— Você é muito ingrata mesmo! E olha esse palavreado! Quem te ensinou isso? porque seu pai e eu te educamos muito bem, vocês dois aliás, olha como o seu irmão está... — interrompi ela antes que começasse com o discurso do irmão e exemplo perfeito.

— Já chega mãe. Eu não vou mais fazer essas coisas que eu ODEIO só para te agradar. CANSEI —suspirei, cansada de tudo aquilo — E quer saber? vou sair do clube de debate também, aquela merda é ridícula.

Ela se virou para mim sem acreditar, a filhinha perfeita finalmente soltando as garras para fora e desfiando ela. A minha mãe parecia que ia explodir de raiva, mas ela não me daria o sabor de brigar comigo, ela ia jogar a carta especial dela.

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