Capítulo 18

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Começamos a subida íngreme e a estrada ficou congestionada. À medida que seguíamos, os carros ficavam juntos demais para que Alice costurasse como louca por entre eles. Reduzimos a velocidade, quase parando, atrás de um pequeno Peugeot caramelo.

— Alice_ gemeu Bella.

O relógio no painel parecia estar se acelerando.

— É a única maneira de entrar — ela tentou a tranquilizar. Mas sua voz era tensa demais para ser reconfortante. Os carros continuavam a avançar, um de cada vez. O sol caía intensamente, parecendo já estar a pino.

Os carros se arrastaram um por um para a cidade. À medida que nos aproximávamos, pude ver carros estacionados dos dois lados da rua, as pessoas saindo para seguir a pé o restante do caminho. De início pensei que era só impaciência mas depois chegamos a uma curva e pude ver o estacionamento lotado fora dos muros da cidade, a
multidão passando pelos portões a pé. Ninguém tinha permissão para entrar de carro.

— Alice_ sussurrou Bella com urgência.

— Eu sei_disse ela. O rosto esculpido em gelo.

Agora que eu estava prestando atenção, e que nos arrastávamos bem devagar para perceber, vi que ventava muito. As pessoas que se espremiam pelo portão
seguravam os chapéus e tiravam o cabelo do rosto. As roupas se inflavam em volta delas. A cor vermelha estava em tudo. Camisetas vermelhas, chapéus vermelhos, bandeiras vermelhas pendendo como fitas compridas de cada lado do portão, chicoteando ao vento — enquanto eu olhava, o lenço vermelho brilhante que uma mulher prendera no cabelo soltou-se numa súbita rajada de vento. Girou no ar, acima dela, retorcendo-se como se estivesse vivo. Ela estendeu a mão, pulando, mas ele continuou a flutuar para o alto, um retalho cor de sangue contra os muros antigos e opacos.

— Meninas._ Alice falou rapidamente numa voz feroz e baixa. — Não consigo ver o que o guarda aqui vai decidir
agora... Se não der certo, vocês terão de ir sozinhas. Vão ter de correr. Apenas vão perguntando pelo Palazzo dei Priori e
corra na direção que lhe apontarem. Não se perca.

— Palazzo dei Priori, Palazzo dei Priori — Bella repetia o nome várias vezes, tentando gravá-lo.

— Ou “A torre do relógio”, se falarem sua língua. Vou dar a volta e tentar encontrar um lugar isolado atrás da cidade, onde possa pular o muro.

Bella assentia.

— Palazzo dei Priori.

— Os meninos estarão sob o relógio da torre, no lado norte da praça. Há um beco estreito à direita, e ele estará ali, na
sombra. Vocês precisam chamar a atenção deles antes que eles ande para o sol.

Bella assentia furiosamente.

Alice estava quase na frente da fila. Um homem de uniforme azul-marinho orientava o fluxo do trânsito, direcionando os carros para longe do estacionamento cheio.m Estes manobravam e voltavam para encontrar uma vaga no acostamento da estrada. Então chegou a vez de Alice.

O homem uniformizado movimentava-se
preguiçosamente, desatento. Alice acelerou, passando por ele e indo para o portão. Ele gritou alguma coisa, mas ficou onde estava, acenando frenético para evitar que o carro seguinte seguisse nosso mau exemplo.
O homem no portão vestia um uniforme igual. À medida que nos aproximávamos dele, as hordas de turistas passavam, abarrotando as calçadas, olhando com
curiosidade para o Porsche abusado e berrante.

O guarda foi para o meio da rua. Alice posicionou o carro com cuidado antes de parar. O sol batia do lado de Bella, então
ela estava na sombra. Ela estendeu a mão depressa para trás do banco e pegou algo na bolsa. O guarda contornou o carro com uma expressão irritada e bateu na janela com raiva. Ela baixou a janela até a metade e eu o vi vacilar ao ver o rosto por trás do vidro escuro.

 A Outra Swan - Lua Nova - Jasper HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora