Era quarta-feira de manhã. Brendon estava em minha casa desde segunda e ficaria aqui até domingo. Tenho que aproveitar o máximo que posso com ele, então havíamos decidido passar o dia inteiro fora. Porém não tivemos a capacidade de pensar em ver a previsão do tempo antes.
— Acho que não é um momento bom pra gente sair — disse meu amigo enquanto olhava um raio pela janela.
— Também acho. O que vamos fazer em casa o dia todo?
— Ver filme.
— Sem filme do Tarantino!
— Eu nem tinha pensado nisso. Mas já que você sugeriu, parece uma boa ideia.
— Uma boa ideia a ser descartada.
Fizemos pipoca, brigadeiro e ficamos na minha sala escura vendo filmes da Marvel. A mãozinha boba de Brendon me distraía a todo momento.
Estávamos nos beijando quando ouvimos um barulho bastante alto na minha varanda.
— O que foi isso? — perguntei.
— Talvez tenha sido o Thor.
— Para de ser bobo.
Seguimos a direção do barulho e encontramos uma decoração de parede jogada no chão e um pássaro ao lado.
— Como você conseguiu fazer esse estrago todo, passarinho?
— Será que ele está machucado? — questionou preocupado enquanto colocava o pássaro em suas lindas mãos. Fiquei com inveja daquele bichinho.
Olhamos o animalzinho com dó, mas logo ele bateu as asas e voltou a voar. Brendon estava preocupado, então tentou correr atrás dele para capturá-lo de volta até ter certeza que a ave estava bem. Aquela cena foi bastante ridícula e dei risada.
— Ele deve estar bem, Bren. Ou ele se assustou com você e voou mesmo machucado.
— Nem um pássaro me quer — disse enquanto fazia carinha de drama.
— Eu quero.
— Mesmo?
— Sim.
— Então vem cá. — Ele estava na pequena parte descoberta da varanda. — Vem tomar um banho de chuva comigo.
— Por que eu faria isso?
— Porque senão eu vou ficar pelado na sua varanda e todos seus vizinhos vão ver.
— Que nojo. Que sexy. Quero ver isso.
Brendon tirou a camisa e estava prestes a abaixar a bermuda.
— Para. Estou com ciúme. — Dei risada e fui até ele.
— Mesmo?
— Não. Apenas estou evitando que você passe vergonha.
— Nossa, eu sou tão feio assim?
— Você é prefeito. E está muito gostoso molhado.
Nos aproximamos enquanto nos olhávamos sorrindo.
— Eu nunca beijei na chuva.
— Nem eu — respondi.
— Vamos fazer isso agora?
O respondi roubando-lhe um beijo. Foi muito bom e estranho ao mesmo tempo. Gostei de sentir nossos corpos molhados e colados no outro. Aquilo foi igualmente sexy e romântico. E estranho, novamente. As mãos de Brendon estavam entre meu cabelo ensopado. Queria vê-lo mas as gotas de chuva impediram que eu fizesse isso perfeitamente.
Entramos novamente em minha sala, molhando o carpete. As coisas entre nós foram fluindo naturalmente. Quando me dei conta, estávamos apenas de cueca. Brendon me abraçava por trás e apertou minha bunda contra seu quadril. Pude sentir que ele estava excitado, assim como eu. Fomos para minha cama e nos beijamos com as pernas entrelaçadas, enquanto fazíamos movimentos prazerosos com nossos quadris.
Meu amigo sabia que eu estava gostando daquilo e queria continuar sentindo cada vez mais prazer. Seus beijos foram distribuídos por todo meu corpo, até chegar em minha parte íntima. Infelizmente lembrei de nós dois desenhando pênis de mostarda e até daria risada se não estivesse tão ofegante e soltando gemidos de prazer por conta do que Brendon fazia em mim.
Naquele momento, eu queria me entregar a ele. Queria tê-lo dentro de mim, sentir nossos corpos e almas juntos como se fôssemos um só. Nenhuma lembrança ruim ou trauma poderia me impedir de aproveitar um momento tão bom que eu merecia vivenciar. Nada poderia nos parar. E nada nos parou.
Brendon é um homem maravilhoso, carinhoso e fez de tudo para que eu estivesse confortável e sentisse prazer. Além do prazer carnal, eu senti um prazer na alma. Me senti respeitado, feliz e muito amado.
Aquele foi um dos melhores momentos da minha vida.
Nos beijamos e fizemos carícias no outro enquanto nos olhávamos. As poucas palavras que trocamos eram mais que suficientes para me fazer feliz: eu te amo. Foi incrível ouvir “eu te amo” da voz rouca de meu amado.
Brendon é incrível a todo momento e o amo muito. Sou muito grato pela sua existência.
Lembrei da conversa que tivemos sobre aproveitar cada momento de nossa vida como se fosse o último. Embora ainda existam muitos objetivos e sonhos a serem realizados, sei que poderia morrer em paz naquele instante. Tudo que eu poderia valorizar, como o simples cheiro das árvores e o calor do sol, eu desfrutei com muita paixão e intensidade.
Eu estava tão realizado por me permitir ter aquela experiência. Consegui me entregar a alguém novamente; e foi perfeito.
Eu sobrevivi a muita coisa e aprendi a seguir meu caminho normalmente. Reaprendi a sorrir, resignifiquei meu conceito de felicidade e posso afirmar que eu sou feliz. Eu amo Brendon. Eu me amo muito. E amo minha vida.
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21 tons de Joshler
FanfictionQual o limite da submissão? Até que ponto é tudo um fetiche? Em 21 tons de Joshler, as coisas não são o que deveriam ser. (Spoiler para Brendon stans: ele assume certo protagonismo na parte 2 da história)