Capitulo 130:-Minha História

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Levi on 

Novamente… Novamente ele foi embora, eu simplesmente odeio quando ele faz as coisas dessa maneira. Ler aquela carta, onde ele diz que tem orgulho de mim e que minha mãe teria também. Ele só poderia ser idiota em achar que eu ligaria para a opinião dele… Mas mesmo que eu tente não pensar o fato dele ter partido, me fez lembrar da primeira vez. Todas as noites eu me perguntava se eu teria feito algo de errado. Me esforcei para aprender tudo que ele me ensinou para ser descartado de uma hora para outra. Como ele disse antes, não poderia ser um pai para mim. Mas eu queria que tivesse sido. Admitir isso me deixava com vergonha. 

Realmente era algo patético, estou chorando como um idiota, talvez por ele ter sido sincero pelo menos uma vez na vida dele. "Minha família" talvez eu sempre desejei ouvir algo assim dele.  

Senti as mãos de S/n deslizarem pelo meu cabelo, em um carinho prazeroso. A presença dela, seu cheiro e seu gosto eram suficientes para que eu me acalmasse. 

Dou um suave beijo em seu pescoço e sinto ela se arrepiar, enxugo meus olhos com a minha mão. Então me afasto o suficiente para olhar para ela.

- Eu amo muito você S/n! 

Digo sorrindo de maneira apaixonada, mas voltando a minha expressão neutra de sempre. Minhas mãos continuavam em sua cintura.

-Acho que nunca te contei de maneira decente sobre meu passado… 

Ela suspirou, segurando meu rosto gentilmente. Aproveitei aquela sua carícia.

-Se for difícil, não precisa. 

S/n sempre age assim, não gosta de me pressionar. Mas ela não sabe que é a única pessoa que tenho vontade de me abrir.

-Está tudo bem, eu quero te contar!

Digo determinado e ela concorda com a cabeça.

-Talvez seja uma longa história, então irei tomar um banho antes!

Digo me afastando indo ao banheiro, durante o banho eu pensava por onde eu deveria começar a contar… 

Quando saí ela já estava no seu lado da cama.

Coloquei uma cueca preta e fui me deitar ao lado dela.

Senti os olhos dela explorarem meu corpo. Enquanto caminhava até nossa cama.

-Oi oi meus olhos estão aqui em cima!

Ela sorriu dando de ombros.

-O que eu estava olhando era muito mais interessante!

Suspirei, entrando debaixo das cobertas.

Logo ela veio se aconchegando sobre meu corpo.

-Você está tão geladinho…

Comentou deslizando sua mão pela minha pele.

Me causando um suave arrepio.

-Na primeira vez em que te contei sobre mim, falei de maneira superficial. Por isso contarei agora de uma maneira melhor, só escute tudo bem?

A perguntei e ela balançou a cabeça confirmando.

-Minha mãe Kurchel era uma prostituta no subterrâneo, vendia seu corpo como maneira de sobreviver… As coisas no subterrâneo são mais difíceis, a falta do sol deixam nossos corpos fracos, além disso tudo lá tem preços absurdos para absolutamente tudo… Fui perceber isso depois que fiquei mais velho. Na época eu tinha uns quatro a cinco anos quando ela ficou doente. Nem preciso dizer que conseguir remédios ou uma consulta com um médico seria impossível. Eu ficava escondido debaixo da cama, enquanto ela levava algum cliente, por conta disso eu sempre detestei o sexo, a maneira como tratavam ela como se fosse nada um lixo descartável… e claro eu sabia que era culpa minha, talvez ela me amasse demais ao ponto de não querer me ver morrendo de fome. Mas chegou um dia em que ela não aguentou mais. Lembro de um homem brigando com ela batendo em seu rosto. Ela caindo no chão e olhando para mim negando com a cabeça. Ela me ensinou a sempre ficar quieto em silêncio, não importando a situação. Depois daquele dia ninguém mais apareceu naquele quarto. Por isso, a cada dia que se passava eu assistia ela piorar cada vez mais. O dinheiro acabou e nossos alimentos acabaram também. Eu sei que ela deixava de comer para que eu comesse. Não demorou muito para que ela morresse. Ela nunca me falou sobre parentes ou pessoas em que eu pudesse buscar ajuda, sinceramente eu não tinha a menor vontade de buscar alguém, consigo lembrar de como era doloroso cada dia, imagino que você não sabe o que é passar fome, é uma dor que seria difícil de explicar, eu não tinha mais forças, apenas assistia o corpo dela se decompondo. O cheiro a cada dia ficando pior. Eu estava morrendo também, lentamente. Graças a essa quase morte meu corpo não se desenvolveu normalmente, por isso eu sou pequeno, 1,60 dá para acreditar nisso? O  Kenny apareceu pouco tempo depois. Aquele velho era tão idiota, chegou no quarto conversou com minha mãe normalmente, tão estúpido por não notar que ela já não estava mais lá. Eu lhe disse logo a verdade, foi quando ele me notou. Perguntou meu nome e apresentou o seu. Depois daquele dia ele me levou com ele, me deu comida, me deu banho, cortou meus cabelos, cuidou de mim. Me ensinou a sobreviver. Tirar proveito de situações, a roubar sem ser notado a matar sem sentir ressentimentos. Nem preciso dizer o quanto eu o admirava, o quanto era grato a ele. Talvez por ser apenas uma criança eu me apeguei a ele. Ficamos quase dez anos juntos, na época eu tinha 15, mesmo assim ele simplesmente foi embora, também havia me deixado uma carta apenas dizendo que era meu tio, que eu me chamava Levi Ackerman apenas isso. Talvez fosse a sua maneira de explicar o porquê cuidou de mim… 

Quando terminei de contar, me senti nervoso, eu nunca contei tanto sobre minha vida como fiz agora. Não gostava de pensar no passado, principalmente no meu. Acho ele tão negro, tão marcado de sangue e dor. 

Além disso, eu não sabia como S/n reagiria a isso. Talvez eu não devesse ter contado. Também não queria que ela sentisse pena de mim ou algo do tipo. 

- Eu sinto muito Levi por tudo que aconteceu com você… Toda sua vida foi marcada por dificuldades, que nenhuma criança merecia passar. Mesmo assim eu amo o homem que você se tornou. 

Ela olhou para mim, seus olhos brilhavam pelas lágrimas que queria soltar. Mas mesmo assim ela sorriu amorosamente para mim. Me senti extremamente aliviado por não haver nenhum julgamento em seu olhar. 

-Você é um homem gentil, um pai protetor, um marido cuidadoso. Eu não me importo se você já matou pessoas, se você era um demônio antes de me conhecer, uma vez você me disse que não se arrependia de ter esperado a vida inteira por mim. Eu apenas quero dizer que nenhum amor de canções ou poesias conseguem superar o que eu sinto por você… Pode não ser o que você queira ouvir, mas apesar de achar injusto, tudo que aconteceu com você te tornaram quem você é hoje, e hoje Levi Ackerman é o amor da minha vida! E eu não mudaria absolutamente nada em você…

De todas as reações possíveis, ela me surpreendeu mais uma vez. Puxei seu rosto a fazendo deitar novamente sobre meu corpo.

-Obrigado S/n, hoje eu acabei me apaixonando mais uma vez por você…

Digo sentindo meu coração acelerado. Sinceramente ela realmente parece ter vindo de outro mundo. Deve ter vindo mesmo, afinal nao havia como explicar o quanto apenas a existência dela me completa.

 Levi off

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Arranged Marriage (Levi x Leitora) Onde histórias criam vida. Descubra agora