PRÓLOGO

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No último segundo antes de pegar o helicóptero rumo ao seu destino, Isaque retesou os músculos e mudou de ideia instantaneamente.

Ele não tinha tempo e nem paciência para se instalar em um hotel assim que chegou. Mas era o que teria para aquela temporada de férias.

Era o dono de uma corporação de hotéis e havia aprendido a odiar um quarto de hotel. Mas inesperadamente, ele se recusava a se isolar na propriedade que possuía não muito longe dali.

Estava completamente insatisfeito com a sua própria incerteza, mas com exceção do seu leal companheiro e amigo, Robert Foster, ninguém ficaria sabendo do seu constrangedor comportamento.

Odiava a incerteza e era inimigo da dúvida. Mas era exatamente entre os dois sentimentos que seu entusiasmo agia naquele momento.

Já havia um tempo em que a sua irritação havia se tornado uma ameaça para quem estivesse por perto e por mais abalado pudesse estar, Isaque havia prometido a si mesmo que não voltaria a descontar a sua raiva em alguém.

Havia feito isso com muita frequência nos últimos dias. E pensar que a gota d'água se devia à uma filha, que ele se quer possuía conhecimento que existia, havia mexido com o seu nervosismo muito mais do que gostaria.

Previsivelmente, uma suíte foi providenciada dentro de um tempo recorde.

Ele caminhava em direção à suíte privilegiada, quando uma vibrante risada feminina e um perfume suave invadiu suas narinas, fazendo-o virar a cabeça e procurar a dona daquele som.

Era inadequado rir naquele momento. Pelo menos para ele. E foi aí que sentiu sua irritação crescer ao perceber que o som vinha da direção para onde seguia.

Não precisava de nenhuma importunação. Muito menos de risadas. Não havia clima e nem razão para isso.

Apressando o passo, ele iniciou uma corrida desenfreada à procura da mulher sem noção, quando a viu de relance enquanto ela falava ao telefone.

Inesperadamente ele parou e quando ela se virou para entrar na suíte ao lado da que ele ocuparia, Isaque aguardou ansiosamente que ela se voltasse para que ele pudesse ver o seu rosto. Mas nada disso aconteceu. Ao invés disso, ela entrou na suíte e fechou a porta com um estrondo tirando-o do torpor que inexplicavelmente o havia deixado com cara de idiota.

O que havia acontecido? Por acaso havia se desligado do seu corpo e sua mente momentaneamente?

Pouco importava! Era só mais um deslize. Uma idiotice que jamais voltaria a se repetir.

Então ele entrou em sua própria acomodação e procurou formas inéditas de se acalmar, torcendo para que a única solução plausível, não fosse descer o despenhadeiro secreto da Corviglia e com alguma sorte quebrar o pescoço.

Amor entre LágrimasOnde histórias criam vida. Descubra agora