VINTE E SETE

18 7 0
                                    


No dia seguinte, após ter tomado banho, Ariel conferia seu reflexo no espelho de corpo inteiro.

Apenas de lingeries, ela analisava o que Isaque mencionara sobre haver perdido peso e isso realmente estava muito evidente, até por que a maioria das suas roupas haviam se tornado grandes. Mas vagarosamente se conscientizava da cintura que aos poucos desaparecia. No entanto, ao observar um volume significativo em seu ventre, ela franziu o cenho em claro sinal de preocupação. Vinha notando as mudanças, mas ainda não fora capaz de as assimilar.

O volume era pequeno, mas para apenas dois meses de gestação, era algo importante a considerar, pois a gravidez ainda era recente e mesmo que se lembrasse muito pouco da outra gravidez que tivera, ela possuía convicção de que aquela pequena saliência parecia muito adiantada para tão pouco tempo.

Após chegar ao trabalho e fazer a entrega dos produtos que fora buscar em São Francisco na tarde do dia anterior, ela voltou para o escritório e em seu computador se dedicou a pesquisar sobre gestação e todas as suas implicações. E por mais que procurasse entender seu próprio organismo, ela não pode chegar a uma conclusão por si própria. E com a preocupação acentuada, o dia se arrastou e ela mal havia dado atenção a qualquer outra coisa que não fosse isso.

Deveria procurar um médico imediatamente, mas inquieta, ela pensava que talvez seu próprio receio fosse sem precedentes.

Saíra cedo do trabalho e fora para sua própria casa. Por insistência de Isaque, dois seguranças a acompanhavam para todo lugar.

Desde que lhe contara sobre a possível infração de Tess, Ariel vivia uma realidade que não pedira e tampouco desejara. Mas para não aborrecer ao marido, havia concordado com a companhia dos rapazes que mais pareciam dois armários.

Se preparara para o jantar com Isaque e optou por um vestido azul, se lembrando que ele amava quando ela vestia roupas com aquela cor. Porém, por mais que se esforçasse em não demonstrar preocupação, Ariel estava apreensiva e foi assim que Isaque a encontrou.

- Está tudo bem? – Indagou após ela entrar no carro e beijá-la nos cabelos.

- Sim! Tudo bem! Foi só um dia cansativo.

- Você está sempre exausta! – Ele murmurou preocupado.

- Por que será, não é? – Ela provocou se aconchegando ao corpo de Isaque.

O jantar transcorreu silenciosamente e Ariel não esboçou mais que uma dezena de palavras.

Era evidente que algo a incomodava e por mais que Isaque a encorajasse a conversar abertamente, estava claro que o estímulo não estava funcionando.

- Ariel, qual é o problema? – Então ela o fitou após todos os indícios de que até então ela estava praticamente ignorando-o.

- Não é nada, Isaque! É só um pouco de mal estar.

- Você mal comeu, e parece inquieta. Tem certeza que é só um mal-estar? Por que estou com a sensação que um simples analgésico não irá resolver o problema.

- Sim! Eu tenho! Nada como um dia após o outro, não é?

Porém, Isaque desviou os olhos e sua atenção para algo ou alguém atrás de si.

- Ariel! – Uma voz masculina a alertou e ao se voltar com a cabeça, Ariel se surpreendeu com a presença de Stanley.

Milagrosamente a expressão de Ariel se iluminou e em questão de segundos ela se ergueu e o cumprimentou:

- Stanley! – Ela exclamou e com cautela o abraçou, enquanto Isaque adotava uma carranca expressiva em seu rosto que precisou ser apaziguada em milésimos de segundos.

Amor entre LágrimasOnde histórias criam vida. Descubra agora