VINTE E DOIS

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A casa de três andares possuía cozinha de quartzo branco e aço inoxidável moderníssima, instalação de sistemas de última geração, também controlados à distância, academia, cinema, sala de jogos, lareiras exclusivas e modernas, parede de água em uma luxuosa sala de jantar, duas piscinas com bordas infinitas, garagem com plataforma giratória e biblioteca conjugada à uma sala de estar, cujas janelas permitia a visão do mar à frente.

Sem contar os quartos, a infinidade de banheiros, a luz natural e o exibicionismo natural do sol que acabava de deixar Ariel boquiaberta.

Isaque se apaixonara pelo lugar assim que o vira a dois dias atrás, mas ao notar o interesse brilhante nos olhos da esposa, silenciosamente percebia que a sua própria escolha já havia sido aprovada.

Se encontravam na suíte master, enquanto silenciosamente assistia o sol desaparecer como se mergulhasse nas águas do oceano. Mas passado o encanto, Ariel se voltou e deu de cara com Isaque atrás de si, e ao erguer os olhos permitiu que perguntas silenciosas fossem formuladas pelos seus lábios.

- Está realmente disposto a isso? Isso é... surreal! – Exclamou tentando encontrar a palavra adequada e mesmo assim não estava satisfeita com o que dissera.

- Sim! Isso é apenas mais uma casa.

- Você trapaceou! – Ela acusou erguendo as mãos e esmurrando-as contra o peito definido.

- Não mesmo! – Se defendeu segurando as duas mãos empunhadas.

- Ah! Não? Sabia da vista que o pôr do sol proporcionaria e sabia o momento exato em que aconteceria. Também sabia que eu me impressionaria! Se não é verdade, então o que estamos fazendo aqui?

- Conhecendo o lugar onde criaremos nosso filho. Nada mal, não é? São doze quartos, acha que são suficientes para acomodar toda a minha família e a sua?

- É claro que acomodaria, Isaque! E se os seus motivos são esses, eu sugiro...

- Meus motivos são vocês, Ariel! – Isaque declarou olhando dentro dos seus olhos, se agachando para beijar-lhe o ventre. – Apenas o melhor para vocês.

- Não importa o que eu diga? – Insistiu teimosa.

- Não importa o que você diga para estragar isso. Tomei uma decisão e está feito.

- E aquela conversa de que eu deveria escolher um lugar? Como fica? E como pode ter certeza de que foi esse o lugar escolhido?

- Não tenho a menor dúvida. – Afirmou estudando-a com cuidado, até que alcançou os olhos e ela o prendeu.

Ariel sustentou o olhar ardente e não pode evitar um tremor. Havia tantas promessas contidas naqueles olhos que atemorizada, ela se perguntava se não poderia ser coisa da sua cabeça.

Com um movimento suave, ele sentou-se no chão e a atraiu ao seu colo. Então ele abandonou a complexidade dos olhos dela e fitou os lábios convidativos, para então mergulhar neles.

O beijo longo, aos poucos exigente e em seguida implacável, levou-os a desejar se amarem ali mesmo.

Isaque se afastou parcialmente, fitou os lábios inchados da esposa e voltou a mergulhar em sua profundidade, enquanto a posicionava de costas contra a parede de vidro e ao despi-la parcialmente a possuiu ali mesmo.

O sol se fora e vacilante a penumbra exigiu seu lugar, enquanto os mais novos donos daquela propriedade se dedicavam em deixar sua marca.

O chão e o vidro jamais seriam tão convidativos quanto agora e a entrega absoluta de ambas as almas jamais deixaria de ser tão cintilante.

Amor entre LágrimasOnde histórias criam vida. Descubra agora