DEZOITO

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Mais tarde, meio desfalecido pela entrega absoluta, Isaque se obrigou a se erguer. Haviam feito amor diante da lareira na sala da sua casa. Ariel havia feito um pequeno show erótico, torturando-o lentamente e após saboreá-la de forma gradual e possessiva, ele a pegou no colo, subiu para o segundo andar e a depositou sobre uma cama tamanho família, regressando apenas para juntar a bagunça que haviam deixado diante da lareira, até que instantes depois, ele se reuniu a ela. Mas antes que finalmente  adormecesse, novamente ele a observou com cuidado, avaliando cada milímetro do corpo voluptuoso.

Uma sensação desconhecida de uma felicidade intensa o invadiu e ao repousar a cabeça para mais uma noite de sono, foi abruptamente arrebatado e só abriu os olhos quando o dia amanhecia.

Ao olhar para a esposa, foi surpreendido ao nota-la desperta e inexplicavelmente abriu um sorriso grandioso.

- Bom dia! Dormiu bem?

- Muito bem! – Ela respondeu com outro sorriso. – Sempre desperta de bom humor?

- Não! Só quando estou com você.

Ariel deixou o sorriso morrer enquanto o encarava estupefata.

- Sempre conta mentiras pela manhã? – Ela insistiu em tom de brincadeira.

- Por que não acredita? – Ele perguntou abafando o aborrecimento corrosivo que se manifestou.

- O pouquíssimo que sei sobre você, é que você não se apega a ninguém, Isaque!

- Até onde eu me lembro, eu nunca mencionei isso para você.

- Me desculpe! Mas eu não sei o que pensar. Pois a única comunicação sincera que temos é entre os lençóis, embora eu saiba que os homens não possuem a mesma facilidade de sse abrirem como as mulheres.

- Falou a especialista em relacionamentos! – Isaque debochou descaradamente.

- Não que isso seja da sua conta, mas eu realmente não tenho experiência no assunto. Mas eu tenho família. Tenho um pai e dois irmãos que dificilmente expressam coisa alguma com palavras.

Ariel saiu da cama e ao observar suas roupas sobre uma poltrona, ela se vestiu.

- O que adiantaria eu me expressar devidamente, se quando o faço, você desconsidera? – Isaque reclamou alterado.

- Por que palavras podem ser ditas, da boca para fora. E infelizmente, determinadas ações também podem ser apenas atuação.

- Me casei com você, não foi?

- Sim, mas...

- Acha mesmo que eu saio por aí, pedindo todas as mulheres em casamento, Ariel? – Interrompeu-a agressivo.

Ariel o observou se levantar e também se vestir.

O que estava acontecendo ali? Eles estavam discutindo como se fossem um casal de verdade?

- Posso não ser um homem perfeito. Posso ser considerado um homem frio na maior parte do tempo. Mas se existe uma coisa que eu realmente admiro é a sinceridade, o que no meu caso é considerado como algo bizarro na maior parte do tempo. Por que para mim, não existem meias palavras, ou meias verdades, mesmo que essas ações tenham um preço alto demais a pagar.

- Desculpe! – Ariel murmurou nervosa.

- Eu não minto! Se há algo que eu não posso dizer, vou guardar para mim mesmo. Mas se eu me expressar, você precisa entender, que estou sendo sincero.

- Sempre? – Ela insistiu receosa, com os olhos fixos no rosto de Isaque.

- Sempre! – Ele confirmou dando a volta na cama e parando diante de Ariel.

Amor entre LágrimasOnde histórias criam vida. Descubra agora