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2020

Estavam no tão esperado Chuseok, comemorado na casa de Asahi, muitas pessoas foram convidadas. Jihoon chegou cedo com os meninos para ajudar nos preparativos, enquanto Hyunsuk cuidava e brincava com os quatro, mais elétricos do que nunca, cada um por seu determinado motivo. E essa empolgação e nervosismo não era exclusiva das crianças.

Asahi também estava nervoso, assim como Yoshinori, e os motivos tinham nome e sobrenome: Yoon Jaehyuk e Hidaka Mahiro.

Os dois tinham sido convidados por seus respectivos conhecidos, visto que era necessário manter esse diálogo um tanto quanto familiar. E isso estava estressando os dois japones desde cedo.

- Hwanie, Dammie! Cuidado com os bebês, ok? Não joguem muita água para cima. - Hyunsuk falava com as crianças que estavam em uma piscina de plástico. - Aigoo, eu falo e se faz vento... Junghwan!

- Lá vai ele. - Jihoon disse, sorridente e Asahi riu. - O melhor amigo do seu namorido já chegou, e eu nunca vi alguém atender a porta tão sorridente.

E o Park amava fazer isso. Amava provocar o Hamada, até que ele soltasse qualquer coisa que demonstrasse raiva mas o que era engraçado era que Asahi nunca dizia um "A" sobre os comentários de Jihoon a respeito do relacionamento de Mahiro e Yoshinori, porquê na realidade, Nem ligava.

Mas ele largou a colher que usava para provar o arroz quando ouviu o barulho de uma moto sendo desligada no portão do quintal traseiro e logo, ele sendo aberto por Hyunsuk. E ele pode negar até a morte, mas ver Saki correndo com as perninhas curtas na direção do Yoon era a coisa mais linda de se ver.

- Appa, appa! - A pequena falava, desajeitadamente.

- Vem, Filha! Isso! - Então pegou a menininha que estava encharcada e a jogou para cima, escutando as boas gargalhadas que ela dava.

Então todos eram jogados para cima, até mesmo Yedam e gargalhavam, Jihoon teve que ir até lá para suprir a demanda de crianças gritando que era "Sua vez", exceto Sunwoo.

O Kim era um tanto manhoso e com o mingau que tinha comido mais cedo, ser jogado para o alto era um problema e logo, ele se sentiu enjoadinho, correndo para o colo do outro papai.

- Dodói.... - Manhou a criança.

- Fique aqui no colinho do papai, amor... - Disse Asahi.

- Ele continua grudado a você, certo? - O alfa disse, depois de aparecer com Saki nos braços.

- Você sabe que sim. - Tentou rir e sorriu para ele, reconhecendo o boné e a jaqueta tão familiares. - Oi, Jaehyuk.

- Oi, Asahi.

Após aquele momento, tudo estava indo bem. Todos os convidados conversavam, Mahiro já tinha chego junto de Haruto e sua família, estava tudo indo conforme tinham planejado para aquele dia ensolarado.

Mas as coisas começaram a desandar quando Asahi chamou Jaehyuk para conversar na cozinha.

- Vender a casa? Você enlouqueceu, Hamada? - O mais velho disse, com as mãos na cintura, estava verdadeiramente irritado.

- Jaehyuk, uma casa como esta toma muito dinheiro de alguém como eu e ainda não tenho condições de bancar tudo isso sozinho.

- E o dinheiro que mando todo mês? Não ajuda? Eu posso mandar mais.

- Yoon. - O ômega parou tudo o que fazia e inspirou profundamente, olhando nos olhos dele. - Eu e você sabemos que você manda tudo o que pode, você ainda precisa bancar mais dois apartamentos, dinheiro não nasce em árvores. Não seja infantil.

- Infantil? Asahi, essa era a casa deles! Era aqui aonde eles viviam, esse foi o lugar que eles escolheram para criar os filhos deles! Você acha essa atitude correta? - Rebateu o alfa, gesticulando nervoso.

- E você acha que estou feliz com essa decisão? Acha que eu estou gostando? Eu lamento muito isso também mas não posso fazer absolutamente nada quanto a isso! Não haja como se essa situação fosse culpa minha!

A essa altura, os dois estavam gritando e mesmo que as portas estivessem fechadas, todos ouviam a discussão. Os vizinhos já se olhavam entre si, Hyunsuk estava a um passo de entrar lá e Jihoon se divertia com as expressões de todos.

- Você quer dizer que a culpa de vender essa casa é minha? Não lembro de ter parado de dar suporte a você e principalmente aos meus filhotes! - Rosnou o mais velho.

- Mas lembra de ido embora e me deixado para trás com duas crianças pequenas? Lembra de ter ido morar em outro lugar para curtir sua vida e sua promoção enquanto eu fiquei aqui cuidando de dois bebês e do meu próprio negócio sozinho? Aposto que sim! - O japonês berrou, batendo com o punho sobre a bancada, já cansado de guardar aquilo para si. - Não me faça ser o vilão, Yoon, porque eu não sou o vilão! Eu não fiz você perder nada! Quem mais perdeu aqui fui eu.

- Então é isso o que você pensa?- A mágoa na voz do coreano era nítida e o ômega quase se arrependeu do que disse mas não teve tempo para tal. No minuto seguinte, ele já tinha aberto as portas de trás e saído por ali, abrindo a garagem e tudo que ouviu-se foi o ronco alto da moto.

Asahi, quando se viu sozinho, apoiou-se contra a bancada e abaixou a cabeça, se permitindo fechar os olhos, tentando manter tudo sob controle. Então colocou seu melhor sorriso nervoso no rosto e abriu as portas da cozinha, que levavam para a sala. Colocou o uma travessa de frutas sob a mesa e tremeu quando trocou olhares com Yoshinori.

- Podem comer, e-eu... - Ele tentou dizer mas desistiu e saiu de lá, subindo as escadas com rapidez.

O restante da noite se passou um pouco tensa, Asahi só desceu depois de longas horas trancado em seu quarto, abraçado a uma foto de Mashiho, enquanto chorava as lágrimas que ele nem sabia que tinha.

- Até logo, Titio ama vocês. - O japonês mais novo disse para Yedam e Junghwan, quando os pequenos correram para o carro com os pais. Sunwoo e Saki estavam dormindo, exaustos, no berço que ficava na sala. E agora, ele sabia que deveria encarar Yoshinori.

Na verdade, ele não se arrependia de ter tido aquela conversa com o alfa mas sabia que aquilo, as coisas que disseram, implicaria muito em sua relação com o médico.

- Oi...- Murmurrou, quando entrou na cozinha e viu o Kanemoto guardando algo na geladeira.

- Oi, Sahi. - Ele disse, com o tom afável de sempre.

- Yoshi, eu não...- Pretendia continuar mas foi impedido pelo alfa japonês.

- Asahi, Por favor, Se vai me pedir desculpas ou algo assim, pare. Você não fez nada de errado. - Se aproximou, com as mãos nos bolsos.

- Não sei o que deu em mim, aquilo tudo foi tão... Desnecessário.

- Desnecessário? Acho que foi mais do que necessário, Asahi. - O médico deu um sorriso simples. - Nós dois sabemos que isso aqui, - Apontou para si e para o ômega.- Não está certo.

O Hamada suspirou, trocando olhares com o outro. Sabia que ele era um ótimo amigo, seria um marido melhor ainda para quem quer que fosse mas não era para si porque infelizmente, seu coração pertencia a outro. E tinha a sensação de que o Kanemoto também tinha alguém a quem seu coração pertencia.

- Certo... Mas eu não queria que acabasse assim, você merece só coisas boas, Yoshi. - Mais uma vez suspirou e sorriu fraco para ele.

- Você me deu dias incríveis, com esses dois que são crianças especiais, você e o jae tem muita sorte! - Agora ele recolhia a chave de seu carro e seu paletó. - Não se preocupe, eu fui muito feliz aqui. - Falou, enquanto caminhava até a porta de entrada.

- E aonde vai agora? - Perguntou o mais novo.

- Vou atrás de algo que eu já deixei escapar muitas vezes.

Trocaram um último sorriso aberto e Asahi acenou com a cabeça, logo Yoshinori saiu pela porta, deixando o ômega e os filhotes, para ir até seu verdadeiro amor.

vou revisar.

Ohana; Asahyuk Onde histórias criam vida. Descubra agora