Happy Birthday [percabeth]

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18 de agosto
Percy Jackson passa por um dia agitado no seu primeiro aniversário no acampamento.

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P.O.V. Percy Jackson

Acordo em um pulo, coberto de suor, com a respiração falhando e o coração acelerado. Certo, está tudo bem, estou em meu chalé no acampamento e não no Tártaro. Sento na cama tentando recuperar o fôlego. Eu devia estar acostumado, mas não acho que isso seja possível, por mais comum que seja acordar dessa maneira, nunca fica mais fácil. Os pesadelos nunca passam, o passado sempre vem para assombrar, assim como o presente, sem dó nem piedade.

Annabeth se remexe ao meu lado. Odeio acordá-la dessa maneira, mas, infelizmente, seu sono sempre foi muito leve. Ainda assim, ela nunca reclama, pois ela entende, afinal, eu não sou o único a ter noites conturbadas com frequência. E estávamos sempre ali para quando o outro precisasse.

– Percy? – resmunga com a voz rouca de sono.

– Pesadelo.

– Quer conversar? – Annabeth senta ao meu lado apoiando a mão em minhas costas nuas e fazendo leves carícias. Incrível como apenas um toque seu me faz sentir relaxado novamente.

Olho para seus olhos cansados e decido que não quero falar, ela não precisa passar por esse pesadelo também, e esse é um acordo nosso, não pressionar até que o outro esteja pronto para falar. Ela não precisava saber que revivi a cena com Akhlys, e que dessa vez ela não tinha me parado, mas tinha sorrido e incentivado enquanto eu sufocava a deusa com seu próprio veneno, era assustador demais.

– Apenas o Tártaro de novo. – Vejo que fiz certo ao ver seus olhos ainda mais abatidos. O jeito como ela tinha me olhado com medo aquele dia... não sei se um dia vou me perdoar. – Vamos voltar a dormir, amor.

Annabeth ainda me olha preocupada, porém aceita quando a puxo para deitar novamente, apoiando a cabeça em meu peito e entrelaçando nossas pernas. É confortável enquanto meu braço ainda não está dormente, e também não temos muitas opções já que a cama é pequena demais para duas pessoas.

Nossa paz não dura muito, assim que fecho os olhos escuto batidas fortes na porta. Annabeth fica tensa em meus braços. Não devíamos estar aqui, ou melhor, ela não devia estar aqui apenas comigo. Mas, porra, somos adultos.

– Acha que é alguém importante? – ela pergunta sussurrando.

– Não tenho ideia.

– Vai lá perguntar então.

Faço o que ela pede, levanto e vou até a porta onde a pessoa ainda bate desesperada. Pergunto alto quem é e a resposta me surpreende positivamente. Leo Valdez.

– Abre logo, cara, que o mais gostoso chegou! – rio alto e abro para ele.

Faz meses que eu não vejo Leo e, tirando a barba rala e o ganho de músculos, continua o mesmo da adolescência. Com toda a preocupação com a conclusão da faculdade e ele tendo que cuidar da oficina com Calipso, não tivemos tempo para nos vermos. Estou ansioso quando abro a porta, sem me importar com Annabeth ali, Leo nunca foi dedo-duro, mas me deparo com uma multidão com ele. Que merda?

Deve ter quase um terço do acampamento parado em minha frente, com muitos sorrisos que não me passam uma boa impressão. A maioria são os mais velhos que frequentam o acampamento comigo há anos, mas tem até mesmo jovens que não conheço. Estão todos atentos em mim e tenho certeza que não é porque estou sem camisa. Não tenho tempo para analisar melhor pois só então noto que Leo está segurando um balde, e o conteúdo nele vem direto na minha cara.

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