8 - O incio

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     Os primeiros de nós se chamavam Cassandra e Pietro. Os bruxos descendem de Pietro, e as bruxas descendem de Cassandra. Dois deuses que foram rebaixados a bruxo e bruxa, foram acusados de crimes que não cometeram e não sentiam nada por ninguém, como castigo, foram mandados para a terra, onde sentiam tudo. Os ex-deuses juraram vingança mas ficam sem tempo, pois viraram mortais, deixando a então vingança para seus descendentes.
-E você acredita nisso? - Perguntei achando a história um pouco fantasiosa.
-Eu não sei, não estava lá, não tenho provas para acreditar. - Ele deu de ombros. - Mas sei que viemos de algum lugar, e essa é a única história repassada.
     Depois dessa história eu fui ensinada sobre a pedra que reconhece bruxas. Uma pedra que representa a ordem dela e a quem ela serve, por exemplo, a pedra preta significa que é uma bruxa não confiável, do mal, que mexe com magia negra. A pedra branca significa pureza, bondade, que trabalha para o bem. Se a pedra brilha, a bruxa é de descendência feminina, se não brilhar, significa que é de descendência masculina. Para ter mais poder, a bruxa precisa utilizar a pedra,e se ficar sem a sua pedra ela pode ficar vulnerável e perder habilidades.
-E como eu encontro essa pedra? Ela fica à vista? - Perguntei ao perceber que eu não tinha pedra alguma.
-Você é burra? Claro que não. - Ele respondeu com ignorância.
-Então como vou saber?  - Um desespero começou a se instalar no meu peito.
-A pedra deve estar junto a bruxa, procure bem e vai acha-la. - Ele falou calmo, tentando não alimentar o meu desespero. - As pedras costumam ser confundidas com diamantes se a bruxa usar jóias.
-Está falando de alguém específico? - Perguntei com um sorrisinho.
-Está pensando em alguém em específico? - Ele riu e se levantou. - Agora eu preciso ir. Amanhã continuaremos. No mesmo horário.
-Mas já? - Perguntei decepcionada com o tempo.
-Já. Amanhã venha com roupas mais leves o possível. - Ele se foi tão rápido quanto falou.
     Fiquei sentada lá por mais um tempo, pensando em tudo que aprendi. Meu olhar foi lentamente para a minha pulseira, que me foi dada pela minha mãe na mesma noite em que ela morreu, com o passar dos anos minha tia foi a ajustando para que coubesse perfeitamente. E naquela leve luz do sol eu pude ver a pequena pedra nela.
-Podem ser confundidas com diamantes. - Sorri e me levantei com uma energia renovada.
   Dobrei a toalha e a escondi no tronco da árvore. Refiz meu caminho de volta para o castelo com uma energia bem melhor.

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