13 - Líder da causa

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     Acordei na manhã seguinte e Will não estava na cama. Me levantei e tomei um banho para começar minha procura, troquei apenas a blusa, ficando com a mesma causa e fui procurar por Ben. Bati várias vezes na porta do seu quarto e não fui atendida em nenhuma batida, aonde será que eles se meteram?
     Coloquei minha mochila nas costas e fui para o hall do hotel, eles também não estavam por ali então resolvi dar uma volta sozinha. As lojas ali não eram diferente das que temos na nossa cidade, a única coisa diferente era a energia do lugar, uma energia gostosa de se sentir que me passava a sensação de felicidade e calmaria, tudo o que eu mais desejava nesse momento.
-Elena! Você não mudou nada todos esse anos! - Um cara parou na minha frente e novamente fui confundida com a minha mãe. - O cabelo talvez, mas é como se eu olhasse a 15 anos atrás.
-Ah, então...
-Nós temos muito para conversar. Tanta coisa aconteceu, achei que tivéssemos perdido você. A causa nunca mais foi a mesma sem sua liderança. - ele falou sem parar e eu não tive um segundo para assimilar as informações.
-Liderança? Causa? Eu não sou Elena! - Falei antes que mais alguma coisa saísse de sua boca. - Sou a filha dela, Lisa. Ela morreu no massacre. - Ele me olhou com um pouco de pena e me puxou para dentro de uma livraria. - Qual é seu nome?
-Meu nome é Tony, mas se está aqui é porque também está servindo a causa. - Ele sempre parecia ter tanta certeza no que dizia.
-Que causa? - Eu nunca sabia de nada.
-Oh, céus! - Agora seu olhar foi de dó. - Sua mãe não teve tempo de te contar? - Eu neguei e ele respirou fundo me levando para um lugar reservado nos fundos da livraria, que devia ser dele. - Sua mãe era nossa líder, ela queria acabar com a tirania do reinado de Arthur e Alexa, ela nos liderou por anos, reuniu provas para derrubá-los e quase conseguiu, mas então tudo ruiu. - Ele se referia ao massacre da aldeia onde vivíamos.
-Minha mãe? - Minha mãe era uma mulher gentil e muito calma, nunca a imaginária liderando um exército de bruxos - Estamos falando da mesma Elena?
-Você não vai lembrar, era muito pequena, mas sua mãe foi uma grande líder. - Ele me olhou com mais cautela. - Sem ofensa, mas me admira você ter ficado viva. Eles atacaram sua casa, queriam a linhagem Summers. - Eles queriam me matar também.
-Por que? - A resposta era simples, eu só não queria enxergar.
-Para começar, sua mãe era a líder da causa, além de muito poderosa, e deve saber que Alexa e Elena se odiavam, ninguém sabe o porquê, mas era impossível ficar em uma sala com as duas. - Essa informação era nova para mim.
-Alexa não é bem o tipo de pessoa que gostamos de fazer amizade. - Eu falei dando uma risada.
-Você conhece ela? - Pelo menos uma coisa que deixou ele surpreso.
-Digamos que ela é minha sogra. - Eu ri ao pensar no absurdo que era falar isso.
-Sua sogra?! - Ele não pareceu achar muita graça disso. - Vocês sempre me surpreendem.
-Mas e minha mãe e Alexa, você sabe o porque elas se odiavam? Quero dizer, eu sei que você disse que ninguém sabia, mas você não me parece ser um ninguém. - Falei e ele me olhou sorrindo.
-Sua perspectiva está meia certa, eu disse que ninguém sabia e é isso mesmo. Ninguém sabe, mas ele sumiu a muito anos, sua mãe e ele eram inseparáveis, sabiam tudo um do outro, se quer saber o que aconteceu entre Elena e Alexa, tem que achar ninguém. - Ótimo, uma metáfora.
-Ninguém? Por que alguém se chamaria assim? - Um codinome ridículo.
-Para não ser encontrado, você não encontra ninguém, ninguém te encontra. - Ele piscou para mim e eu ri de tão ridículo aquilo era.
-É uma charada? - Perguntei sabendo o óbvio.
-Tem que descobrir sozinha. - Sorri pra ele e agradeci por compartilhar as informações comigo
-Lisa. - Ele me chamou quando eu estava quase saindo. - Não esqueça, quando tudo parecer dar errado, abra a caixa. Ela responde a sua pergunta, mas apenas uma vez, então use com sabedoria.
-Como você sabe? - Fiquei surpresa que aquela caixa servia para mais alguma coisa além de guardar algo.
-Eu fiz a caixa.

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